Apesar desse crescimento nas
renováveis, Brasil reduzirá participação de fontes limpas na matriz elétrica
devido ao aumento das usinas térmicas a gás natural.
A matriz energética
brasileira já mostra sinais de transformação e, até 2029, a geração hidráulica
reduzirá significativamente, correspondendo por 42% do total produzido, abrindo
espaço para forte participação das fontes solar e eólica. As estimativas
constam do Plano Decenal de Expansão de Energia 2019-2029, divulgado em
11/02/20 pelo Ministério de Minas e Energia (MME), que ainda prevê um
investimento de R$ 2,34 trilhões até 2029 no setor para acompanhar o
crescimento da demanda no país.
Apesar da fonte solar ter
participação quatro vezes maior e a fonte eólica, praticamente dobrar, a
parcela das fontes limpas, incluindo as hídricas, deve cair dos atuais 83% para
80% em dez anos. Isso porque as usinas térmicas a gás natural vão saltar de 7%
para 14% no período.
Thiago Barral, presidente da
EPE – Empresa de Pesquisa Energética, afirmou na imprensa que não é possível
colocar a culpa no aumento de participação do gás natural. “Na verdade, é uma
combinação de fatores, há aumento expressivo de solar e eólica. E teremos
térmicas a óleo saindo do sistema, substituídas por gás”, justificou.
O mercado consumidor de gás
natural, segundo o PDE, tem expectativa de crescimento médio anual de 1,4% ao
ano para a demanda não termelétrica e de 6,5% para geração de eletricidade,
entre 2019 e 2029.
Segundo o PDE, do total de R$
2,34 trilhões, R$ 1,9 trilhão deve ser aportado nos segmentos de petróleo, gás
natural e biocombustíveis, e R$ 456 bilhões em geração centralizada ou distribuída
de energia elétrica e em linhas de transmissão. Desse total, R$ 303 bilhões
focado em geração centralizada, R$ 50 bilhões em geração distribuída e R$ 104
bilhões em transmissão.
Assim, o levantamento prevê
que, até 2029, será acrescido mais 75GW de capacidade instalada no país, dos
176 (GW) registrados atualmente. A geração distribuída deve saltar do atual 1,3
GW para 11,4 GW, expansão de 43%. Em transmissão, as redes passarão de 154,4
mil quilômetros (km) para 203,4 mil km, expansão de 32%.
Apesar das estimativas, o
planejamento se torna desafiador por conta de algumas variáveis, como a chegada
de veículos elétricos, forma de armazenamento e crescimento de geração
distribuída.
As
projeções do PDE partem de avaliações socioeconômicas e de demanda por energia.
Conforme o secretário, os critérios consideram que a população do país vai
crescer a uma taxa média de 0,6% ao ano, chegando a 224,3 milhões de habitantes
em 2029. Na pesquisa, o cenário baseia-se num crescimento médio do PIB –
Produto Interno Bruto de 2,9% por ano e expansão de 2,2% do PIB per capita ao
ano até 2029.
O plano, segundo o ministro
de Minas e Energia, Bento Albuquerque, é referência por “proporcionar a
segurança energética que o País precisa para o desenvolvimento econômico,
reforçando que o mundo passa por uma transição energética, por isso temos que
ter cuidado no planejamento”. (portalsolar)
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