terça-feira, 14 de abril de 2020

Energia solar deve quadruplicar no Brasil até 2029

Apesar desse crescimento nas renováveis, Brasil reduzirá participação de fontes limpas na matriz elétrica devido ao aumento das usinas térmicas a gás natural.
A matriz energética brasileira já mostra sinais de transformação e, até 2029, a geração hidráulica reduzirá significativamente, correspondendo por 42% do total produzido, abrindo espaço para forte participação das fontes solar e eólica. As estimativas constam do Plano Decenal de Expansão de Energia 2019-2029, divulgado em 11/02/20 pelo Ministério de Minas e Energia (MME), que ainda prevê um investimento de R$ 2,34 trilhões até 2029 no setor para acompanhar o crescimento da demanda no país.
Apesar da fonte solar ter participação quatro vezes maior e a fonte eólica, praticamente dobrar, a parcela das fontes limpas, incluindo as hídricas, deve cair dos atuais 83% para 80% em dez anos. Isso porque as usinas térmicas a gás natural vão saltar de 7% para 14% no período.
Thiago Barral, presidente da EPE – Empresa de Pesquisa Energética, afirmou na imprensa que não é possível colocar a culpa no aumento de participação do gás natural. “Na verdade, é uma combinação de fatores, há aumento expressivo de solar e eólica. E teremos térmicas a óleo saindo do sistema, substituídas por gás”, justificou.
O mercado consumidor de gás natural, segundo o PDE, tem expectativa de crescimento médio anual de 1,4% ao ano para a demanda não termelétrica e de 6,5% para geração de eletricidade, entre 2019 e 2029.
Segundo o PDE, do total de R$ 2,34 trilhões, R$ 1,9 trilhão deve ser aportado nos segmentos de petróleo, gás natural e biocombustíveis, e R$ 456 bilhões em geração centralizada ou distribuída de energia elétrica e em linhas de transmissão. Desse total, R$ 303 bilhões focado em geração centralizada, R$ 50 bilhões em geração distribuída e R$ 104 bilhões em transmissão.
Assim, o levantamento prevê que, até 2029, será acrescido mais 75GW de capacidade instalada no país, dos 176 (GW) registrados atualmente. A geração distribuída deve saltar do atual 1,3 GW para 11,4 GW, expansão de 43%. Em transmissão, as redes passarão de 154,4 mil quilômetros (km) para 203,4 mil km, expansão de 32%.
Apesar das estimativas, o planejamento se torna desafiador por conta de algumas variáveis, como a chegada de veículos elétricos, forma de armazenamento e crescimento de geração distribuída.
As projeções do PDE partem de avaliações socioeconômicas e de demanda por energia. Conforme o secretário, os critérios consideram que a população do país vai crescer a uma taxa média de 0,6% ao ano, chegando a 224,3 milhões de habitantes em 2029. Na pesquisa, o cenário baseia-se num crescimento médio do PIB – Produto Interno Bruto de 2,9% por ano e expansão de 2,2% do PIB per capita ao ano até 2029.
O plano, segundo o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, é referência por “proporcionar a segurança energética que o País precisa para o desenvolvimento econômico, reforçando que o mundo passa por uma transição energética, por isso temos que ter cuidado no planejamento”. (portalsolar)

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