Novo sistema solar híbrido
une geração de eletricidade e purificação da água.
Tecnologia foi desenvolvida
por cientistas na Arábia Saudita e pode produzir cerca de 4 bilhões de metros
cúbicos de água potável por ano.
O uso das placas solares para
a geração de energia limpa já é conhecido, mas agora um novo sistema poderá
fazer delas também uma solução para a escassez de água potável. Cientistas da
Universidade de Ciência e Tecnologia Rei Abdullah, na Arábia Saudita,
desenvolveram o sistema que utiliza placas tradicionais de energia solar
instaladas nas residências para purificação da água em conjunto com a geração
de energia elétrica.
A nova ideia utiliza a parte
da energia solar que se perde na conversão elétrica de placas fotovoltaicas na
forma de calor. Mesmo com os avanços da tecnologia e dos ganhos em sua
eficiência elétrica, boa parte da luz que atinge um painel solar ainda é
convertida em calor ao invés de energia. Mas esse calor não é desperdiçado
pelos cientistas sauditas, sendo usado para a destilação e purificação da água,
seja ela do mar ou de locais contaminados, sem impactar a geração elétrica do
painel.
O sistema híbrido foi
publicado na revista científica Nature Communications, explicando o sistema
como uma combinação de células solares comerciais em conjunto com um
dispositivo de destilação por membrana de vários estágios, que separa as
moléculas de água das impurezas.
O dispositivo é instalado na
parte de trás da célula solar e é selado por espumas de poliuretano para
prevenir a perda térmica e utiliza o calor residual da geração elétrica para
evaporação da água em cada estágio de destilação.
Segundo o artigo, o sistema
pode produzir água limpa de forma estável para atender aos padrões
estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS) a uma taxa superior a
1,64 kg/hora por m². Enquanto isso, as células continuam gerando eletricidade
com 11% de eficiência, mesma taxa observada sem o uso do dispositivo.
O artigo ainda revela que,
considerando toda a capacidade solar de 1 Terawatt (TW) prevista para ser
instalada no país até 2025 equipada com esse dispositivo, seria possível
produzir cerca de 4 bilhões de m³ de água potável por ano. Com capacidade de
ser ainda maior caso os sistemas utilizassem células solares especialmente
projetadas, já que os painéis são fabricados de forma a dispersar o calor
gerado.
Hoje, já existem sistemas de
dessalinização e purificação de água alimentados por placas solares, mas a
invenção dos cientistas sauditas pode trazer mais sustentabilidade e eficiência
para esses unindo esse processo com a geração elétrica.
“É um benefício indiscutível
de cogeração altamente eficiente de água limpa e eletricidade em um único
dispositivo ao mesmo tempo na mesma terra”, afirmaram os cientistas.
(portalsolar)
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