Telha solar é a reinvenção da
Eternit, afirma presidente.
Após abandonar o uso de
amianto, Eternit lança telha fotovoltaica. Empresa líder em coberturas para
construção civil sai na frente na produção de modelo inédito e disruptivo que
capta energia solar para produção de eletricidade.
Empresa está investindo na
fábrica de Atibaia (SP) para iniciar a produção das telhas no mês de maio para
serem testadas em campo em diversas regiões do país.
A popularização das
tecnologias para o setor elétrico tem gerado o desenvolvimento de novas
soluções e produtos que vêm atraindo a atenção de empresas que anteriormente
não faziam parte do dia a dia deste segmento. Esse é o caso da fabricante
Eternit, mais conhecida pelas telhas que fornece ao mercado. A empresa completa
80 anos em 2020 e está em meio a um profundo processo de reestruturação que levará
a fornecer sistemas de geração distribuída ao consumidor final quando começar
produção de sua telha com células fotovoltaicas integradas.
Esse plano inclui a partir de
maio o início da produção em pequena escala desse modelo de produto e que está
destinado inicialmente a alguns clientes específicos que conduzirão um projeto
piloto em diversas regiões do país. A fábrica localizada em Atibaia (SP) está
sendo preparada para receber a linha de produção com capacidade para produzir
90 mil telhas ao mês ou 900 kWp de potência em três turnos.
O
presidente do Grupo Eternit, Luís Augusto Barbosa, contou à Agência CanalEnergia que
a empresa vive um momento de reestruturação profunda. A organização deixou de
usar a fibra de amianto nas telhas que produz e ao mesmo tempo procurou estudar
o que outras empresas, que passaram por este mesmo processo, estavam
desenvolvendo. A saída encontrada foi a introdução de células fotovoltaicas,
tomando carona no momento de expansão que a geração distribuída vive no país.
Telha solar da Eternit.
“Fomos pesquisar o que as
empresas estavam fazendo com suas fábricas, a tecnologia, o que seria o futuro
e como agregar valor para as coberturas de telhas. Então identificamos a
oportunidade de utilizamos módulos fotovoltaicos, iniciamos os estudos em 2018
e chegamos à conclusão de que existia espaço nesse mercado”, afirmou ele.
“Estamos reinventando a empresa com produtos de maior valor agregado”, definiu
o executivo. O apelo comercial é que as pessoas não precisarão mais utilizar os
suportes que furam os telhados convencionais.
Nesse primeiro momento são
duas linhas de produtos, uma destinada a um perfil de clientes de mais alta
renda, a Tégula, e outra mais popular, a de fibrocimento, cujo modelo já é o
tradicional da marca. A primeira, inclusive já está homologada pelo Inmetro e
será produzida a partir de maio. Já a perspectiva é de que no segundo semestre
seja obtida a homologação para o segundo modelo. A mesma linha de produção será
utilizada para a fabricação de ambas.
“Estamos reinventando a empresa com produtos de
maior valor agregado”, Luís Augusto Barbosa, presidente do Grupo Eternit
O gerente de Desenvolvimento
de Novos Negócios da Eternit, Luiz Antonio Lopes, explicou que a empresa é quem
fabricará os módulos na unidade paulista. As células são da tecnologia
monocristalina, importadas da China. Esse modelo de negócio surgiu por conta da
necessidade em adaptar as células ao produto ao invés de adquirir o módulo por
completo. Para isso, continuou ele, a companhia está trazendo os equipamentos
com capacidade para essa produção. “É um tipo de produto que traz um grau e
requisito de refinamento complexo”, disse ele.
No plano de negócio da
Eternit está a previsão de comercializar não apenas a telha, mas o inversor
necessário ao sistema e o chamado chicote, que são os cabos que conectam as
duas pontas. “Quando olhamos o benefício que o consumidor terá, vemos que ele
terá o retorno do investimento em uma faixa de 3 a 5 anos”, calculou.
Apesar dos números e do
otimismo quanto às perspectivas de mercado, a Eternit preferiu não estabelecer
um prazo para que as telhas possam ser oferecidas ao consumidor final em grande
escala. Até porque deverá ser necessário aporte adicional para a expansão da
produção, uma vez que reconhece que a escala em preparação em Atibaia
representa um volume em nível de piloto. A questão ali é que esse teste servirá
de modelo a ser reproduzido em escala industrial no futuro.
“Este é um negócio novo para
nós, então não temos como dimensionar facilmente o tamanho desse mercado”,
comentou Barbosa.
Em janeiro, a empresa fechou
acordo de cooperação técnica com a Universidade Federal de Santa Catarina
(UFSC). A cerimônia marca o início dos testes avançados de durabilidade e
exposição ao ar livre do novo produto que serão realizados no laboratório solar
da instituição. Os dois produtos já possuem marcas distintas. O modelo já
homologado se chama Tégula Solar e a outra, em fibrocimento, Eternit Solar.
Atualmente, há uma produção em pequena escala para testes laboratoriais e
parcerias em andamento e a expectativa é de que no segundo trimestre deste ano
comecem os projetos piloto.
Segundo
dados fornecidos pela Eternit, cada telha fotovoltaica em concreto tem potência
de 9,16 Wp e mede 365 x 475 mm. A capacidade de produção média mensal de uma
única telha é de 1,15 kWh por mês. Seu uso pode ser residencial, comercial e
industrial. A estimativa é que essa tecnologia seja vantajosa para o consumidor
ao permitir entre 10% e 20% de economia no valor total da compra e da instalação
das telhas fotovoltaicas quando comparado aos módulos solares e às estruturas
convencionais montadas em cima de telhados comuns.
A estimativa da empresa é de
que uma residência pequena pode ter em torno de 100 a 150 telhas fotovoltaicas
de concreto. Casas de médio e alto padrão, de 300 a 600 unidades ou mais. O
restante do telhado é feito com telhas comuns e as tradicionais estruturas
construtivas. (canalenergia)
Nenhum comentário:
Postar um comentário