sábado, 28 de novembro de 2020

Expansão das renováveis deixa negócios no ACL em 1º plano

Desenho de expansão das renováveis deixa negócios no ACL em primeiro plano.

Projetos no mercado livre ganharam competitividade e força nos últimos anos.
O retrato econômico e de expansão do mercado renovável direciona todas as suas atenções para o mercado livre. Em painel sobre novos modelos de negócios realizado em 29/10/2020, durante o Brazil Windpower, empresas como Casa dos Ventos e Enel Green Power revelaram que o ambiente livre vem sendo a bola da vez. De acordo com Lucas Araripe, Diretor de Projetos e Novos Negócios da Casa dos Ventos, o maior retorno está no ACL. “Hoje não se consegue enxergar projetos viáveis economicamente 100% no mercado regulado”, explica.

Nos últimos anos, a falta de certames pujantes no mercado regulados também potencializou esse incremento no ACL, em que os players viabilizavam uma parte mínima de um projeto no cativo e o restante no livre. A autoprodução foi outro modelo adotado no setor. A Casa dos Ventos nos últimos dois anos instalou 650 MW de autoprodução. Empresas de variados tamanhos podem ter acesso à energia no mesmo parque, em uma estrutura de condomínio. “Você consegue dar o mesmo benefício para a Vale e para a Vulcabrás e a Tivit”, cita Araripe.

Evolução da oferta interna de energia.

Javier Alonso Pérez, diretor de Trading e Comercialização na Enel Brasil, conta que desde o fim de 2017 a empresa abandonou o financiamento de projetos apenas pelo mercado regulado. Os últimos leilões, com preço abaixo de R$100/MWh, serviram para balizar a decisão. Segundo ele, os últimos 800 MW viabilizados pela empresa foram todos para ACL com contratos com o cliente final. Para Perez, a atratividade dos preços prevalece.

Esse novo desenho, com a região Nordeste se transformando em um grande polo de energia renovável, faz com que no futuro a transmissão ganhe mais importância, de modo que se escoe a energia de lá para o Sudeste. De acordo com Araripe, a mudança de dinâmica causada pela expansão do mercado livre é outro fator de atenção para a região. “É algo que a gente precisa pensar, mudar o paradigma. Tem que ter algo estruturante para trazer essa energia do Nordeste”, avalia.

Evolução da capacidade instalada.

No painel, Alberto Büll, advogado do Ulhôa Canto, Rezende e Guerra Advogados, sugeriu que fosse desenvolvido algum tipo de leilão de teste para baterias, para que existisse alguma diretriz nesse tema. “Seria uma disrupção absurda”, comenta. Para Araripe, o ritmo de inserção das baterias no Brasil só vai acelerar quando houver o marco regulatório, que avalie o seu valor de serviço ancilar de rampa, frequência e na transmissão. “Quanto mais tiver uma avanço regulatório para dar o valor elétrico, tem vários modelos de negócio que acelerariam a inserção das baterias”, aponta. (canalenergia)

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