A empresa está se preparando
para o declínio gradual da demanda global por petróleo e gás a partir de 2030 e
espera, com isso, produzir, no longo prazo, menos petróleo do que produz
atualmente. Mesmo assim, estima um crescimento de 3% por ano na produção até
2026 e entende que uma parcela cada vez maior de petróleo e gás será usada para
produtos petroquímicos em 2050.
Em janeiro, a Equinor já
havia anunciado a meta de produzir petróleo offshore na Noruega com emissões de
gases de efeito estufa perto de zero a partir de 2050. Para chegar até lá, a
empresa pretende reduzir em 40% as emissões até 2030 e em 70%, em 2040. As
emissões da empresa ficaram em 13 milhões de toneladas em 2018, em linha com o
nível de 2005.
A empresa vai investir –
junto com parceiros – 50 bilhões de coroas norueguesas para atingir meta para o
final da década, que deve cortar o equivalente a 5 milhões de toneladas, o que
corresponde a 10% do total das emissões da Noruega.
“A Equinor está comprometida
em ser uma líder na transição energética. É uma estratégia de negócios sólida
para garantir a competitividade de longo prazo durante um período de profundas
mudanças nos sistemas de energia à medida que a sociedade se move para a
neutralidade do carbono. Nos próximos meses, atualizaremos nossa estratégia
para continuar a criar valor para nossos acionistas e concretizar essa
ambição”, afirma Opedal, que comandou a Equinor no Brasil entre 2017 e 2018.
A transformação da Equinor em
uma empresa de energia passará pelo investimento em energias renováveis. A
empresa espera atingir capacidade instalada de 4-6 GW em 2026 e 12-16 GW em
2035.
Investimentos em renováveis
O Brasil possui o primeiro
projeto em energia solar fotovoltaica desenvolvido pela Equinor. A usina solar
fotovoltaica Apodi, de 162 MW, está instalada no município de Quixeré, no
Ceará. O projeto é uma parceria entre as norueguesas Equinor e Scatec Solar e a
brasileira Kroma Energia. Fornece energia para cerca de 160 mil residências.
A empresa também iniciou o
licenciamento no IBAMA dos parques eólicos offshore Aracatu I e Aracatu II, com
4 GW, sendo 2 GW em cada um e possibilidade de ampliação para 2,33 GW. O plano
é instalar o primeiro parque eólico no litoral do Rio de Janeiro e o segundo,
entre os estados do Rio e do Espírito Santo.
De acordo com o projeto, os
parques serão instalados a cerca de 20 km da costa, em profundidades entre 15 e
35 metros. Serão ao todo 320 aerogeradores, 160 por parque eólico, cada um com
capacidade nominal de 12 MW.
Captura e armazenamento de
carbono
A Equinor informou ainda que
entende que projetos como Northern Lights vão liderar investimentos na captura
e armazenamento de carbono e utilização de hidrogênio, estabelecendo uma cadeia
de valor para a economia de baixo carbono.
Northern Lights é um
investimento conjunto entre Equinor, Shell e Total para captura e armazenamento
de carbono (CCS, sigla em inglês). É o primeiro projeto do tipo a ser
desenvolvido na Noruega e seu desenvolvimento e ampliação considerada
fundamental para que as metas do Acordo de Paris sejam cumpridas.
O projeto será desenvolvido
em fases. A Fase 1 inclui capacidade para transportar, injetar e armazenar até
1,5 milhão de toneladas de CO2 por ano. Assim que o CO2
for capturado em terra por emissores industriais de CO2, a Northern
Lights será responsável pelo transporte em navios, injeção e armazenamento permanente
a cerca de 2.500 metros abaixo do fundo do mar.
O terminal de recebimento de
CO2 estará localizado nas instalações da área industrial
Naturgassparken no município de Øygarden no oeste da Noruega. A planta será
operada remotamente a partir das instalações da Equinor no terminal Sture em
Øygarden e das instalações submarinas da plataforma Oseberg A no Mar do Norte.
A instalação permitirá outras
fases para expandir a capacidade. Os investimentos nas fases subsequentes serão
acionados pela demanda do mercado de grandes emissores de CO2 em
toda a Europa.
Transporte de CO2
Em 30/10/20 na cidade
norueguesa de Porsgrunn, foi inaugurada a maior instalação de transporte de CO2
do mundo. Com uma linha de 200 metros e investimentos de aproximadamente US$
733 mil, a instalação da Equinor será usada para aprender como o gás carbônico
se comporta durante o transporte por dutos. A empresa fará estudos sobre o
transporte do CO2 tanto em forma líquida quanto gasosa.
O projeto foi resultado de
modificação no duto multifásico que já transportava óleo, gás e água desde
1997. O uso para movimentação de gás carbônico está em fase de testes.
Em um momento em que se
debate a descarbonização da economia mundial, a expectativa da empresa é que o
conhecimento possa ser aplicado no futuro com o aumento do transporte de CO2.
A instalação deve testar o
transporte apenas do CO2 em estado líquido e gasoso até a primeira
metade do ano que vem. Depois, deve estudar também a possibilidade de levar o
CO2 junto com outros componentes, como óleo e outros gases.
A Equinor já transporta CO2
atualmente em dois campos na Noruega, mas apenas em nível unifásico – ou seja,
gás ou líquido. (biodieselbr)
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