Principal fornecedora mundial
de produtos de nióbio, a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração/CBMM
revelou em 31/03/22 que começará a aplicar sua tecnologia do metal brilhante em
baterias de motos elétricas da chinesa Horwin produzidas no Brasil.
A nova parceria significa um importante avanço no plano da empresa brasileira de ampliar a venda de produtos para o mercado de baterias, o qual deve representar até 25% de sua receita anual em 2030, com um crescimento exponencial dos volumes, disse um executivo da CBMM à Reuters.
Um protótipo comercial da
tecnologia, que permitirá a recarga ultrarrápida dos veículos, será apresentado
ainda no primeiro semestre deste ano. A expectativa é de que o lançamento ao
mercado aconteça em 2024.
No acordo anunciado em 31/03/22,
a brasileira entrará com o fornecimento de células para baterias, enquanto a
Horwin Brasil produzirá o “cérebro” do componente, além das próprias motos.
“Temos 40 projetos com os principais fabricantes de baterias na Ásia, Europa, Estados Unidos. No Brasil, são três grandes parcerias. Estimamos 4 mil células (de baterias) para concluirmos a etapa de validação da tecnologia com o usuário final, e aí entraríamos no planejamento industrial”, explicou Rogério Marques Ribas, gerente executivo do Programa de Baterias da CBMM.
A companhia, detida pelo grupo Moreira Salles, já comercializa alguns produtos de nióbio para baterias de micromobilidade (bicicletas, scotters e triciclos) na China, mas os volumes ainda são baixos e pouco representativos nos negócios totais, somando menos de 1% da receita.
Com o avanço das parcerias na
área, que devem consumir 70 milhões em investimentos da CBMM ao longo de 2022,
a previsão é elevar as vendas de óxido de nióbio. Para este ano, a empresa
prevê 500 toneladas comercializadas, ante pouco mais de 50 toneladas em 2021.
“Temos o objetivo de colocar
essa tecnologia no mercado o mais rápido possível, porque é uma corrida, não
queremos perder esse momento muito bom para a eletrificação no mundo”.
No futuro, espera-se que o uso do nióbio em baterias possa ir além do universo de mobilidade, avançando para sistemas de armazenamento de energia e para robôs autônomos utilizados em operações logísticas, afirmou o executivo.
Ganhos de eficiência para motos
Para a Horwin, os principais
ganhos das novas baterias estão no tempo de recarga, que cai de três horas para
cerca de 10 minutos e no prolongamento da vida útil das baterias, em comparação
com as tradicionais.
“Nossas motos são muito usadas
em operações empresariais, por exemplo, em empresas de segurança, que não podem
ficar 3h paradas carregando uma moto… Vamos aplicar (a tecnologia) em todos os
produtos, e não só para o mercado brasileiro, mas também internacional”,
explicou Pricilla Favero, CEO da empresa no Brasil.
A Horwin Brasil vai investir
aproximadamente R$ 100 milhões no projeto com a CBMM e prevê comercializar 100
mil motos com as baterias de nióbio no mercado brasileiro já em 2024.
Ainda não foi decidido onde
ficará a linha de produção, se será em Manaus (AM), onde já tem um centro de
distribuição, ou em São Bernardo do Campo (SP).
Segundo a empresa, a ideia é exportar a tecnologia das baterias com nióbio para unidades da companhia no exterior.
A fabricante de motos elétricas faz parte do grupo chinês Horwin Global, que tem mais de 700 distribuidores no mundo e exporta para mais de 60 países. (diariodocomercio)
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