Brasil e Finlândia unem esforços para viabilizar a produção
de etanol celulósico. Um consórcio formado pela VTT Brasil, Odebrecht e Metso
foi um dos beneficiados pelo PAISS – Plano BNDES-Finep de Apoio à Inovação dos
Setores Sucroenergético e Sucroquímico. A VTT Brasil receberá R$ 10 milhões em
subvenção econômica.
A VTT é um instituto de pesquisa finlandês que aqui tem
configuração de empresa. É voltado para o fornecimento de soluções de alta
tecnologia. Atua em diversos países, mas foi o Brasil a nação escolhida para
sediar sua primeira filial estrangeira. Inaugurada em 2011, em Barueri (SP),
sua prioridade são as tecnologias de biorrefinaria, setor em que o Brasil é
líder mundial. “A Finlândia vê o Brasil como o principal foco de
desenvolvimento da bioeconomia e aposta que o primeiro lugar do mundo onde isso
vai deslanchar será aqui”, diz Nilson Boeta, diretor geral da VTT Brasil.
Segundo Boeta, Finlândia e Brasil têm economias
complementares em muitos aspectos: experiência em biorefinarias com
matérias-primas distintas na área de combustíveis, tecnologia no manejo de
florestas de celulose, processos sustentáveis na redução e manejo de resíduos,
processos de recuperação de águas e mineração com impacto reduzido. “A
participação no PAISS tende a ser um ganha-ganha para os dois países, com troca
de experiências complementares, formação de mão-de-obra de alto nível e
desenvolvimento de novas tecnologias em conjunto nos próximos anos”, explica.
O objetivo fundamental do projeto VTT dentro do consórcio é
o desenvolvimento de uma solução tecnológica que viabilize a produção de etanol
de segunda geração integrada à produção de etanol de primeira geração e de
energia elétrica no Brasil. A VTT possui experiência no desenvolvimento dessas
tecnologias para biomassas de madeira, na Finlândia. O escopo aqui é
desenvolver esses processos para a biomassa da cana-de-açúcar, sendo uma
inovação radical que prevê a internalização de tecnologia para a parceira
Odebrecht e para as instituições de pesquisa envolvidas.
O simples fornecimento de enzimas e leveduras de empresas
estrangeiras não abrangeria essa transferência tecnológica e a customização. A
intenção do consórcio é que as enzimas sejam produzidas no Brasil e adaptadas à
biomassa nacional.
A estrutura do PAISS foi elogiada por Boeta.
“Sua grande vantagem
é propor um modelo que resulte em aproveitamento empresarial do produto a ser
desenvolvido. A necessidade de chegar-se a uma planta de demonstração obriga a
busca de parcerias que tenham conhecimento em processos de grande escala e
tenham compromisso em levar o processo inovador a uma posterior fase
industrial”, diz.
Segundo o diretor da VTT Brasil, o PAISS “alavancam o
potencial dos participantes e tende a antecipar desenvolvimentos tecnológicos
aplicados que, do contrário, demorariam muito a se concretizar ou nunca
começariam”.
Cooperação – O presidente da Finep, Glauco Arbix, recebeu em
13 de março o ministro da Economia da Finlândia, Jan Vapaavuori, que veio
acompanhado de uma delegação de nove pessoas para a assinatura de um memorando
de entendimento entre a Finep e a Agência Finlandesa de Financiamento para a
Tecnologia e Inovação (TEKES).
Com duração inicial até dezembro de 2016, os objetivos são
promover o intercâmbio de boas práticas entre as duas agências e ampliar a
cooperação entre os dois países em áreas de interesse mútuo, como as energias
renováveis, tecnologias de informação e comunicação (TICs), microeletrônica e
tecnologias de construção naval. Estão previstos eventos e workshops para
apoiar a formação de parcerias entre empresas e instituições de pesquisa, além
do lançamento de chamadas conjuntas.
A Tekes é a principal agência do governo finlandês para
financiar projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação e é responsável por
colocar a Finlândia como um dos países mais inovadores do mundo. (ambienteenergia)
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