Alemães aperfeiçoam células que transformam calor em eletricidade
Grande parte do calor
proveniente das usinas elétricas e dos automóveis é simplesmente desperdiçada.
Na Feira de Hannover, pesquisadores demonstram que esse aquecimento pode ser
usado para gerar eletricidade.
Das chaminés das
usinas termelétricas a carvão sobem grandes nuvens, compostas em grande parte
não por gases tóxicos, mas apenas por vapor das torres de resfriamento – e esse
vapor contém grande quantidade de energia não utilizada. Segundo estimativas,
uma usina desse tipo converte somente em torno de 40% da energia em
eletricidade.
O mesmo acontece com
os automóveis. Os motores de combustão interna rodam em altas temperaturas e
precisam de refrigeração através de um circuito de água e da circulação do ar.
Dessa forma, muita energia também é desperdiçada.
Mas isso pode ser
diferente. O excesso de calor pode ser utilizado de maneira direta para gerar
eletricidade através das células de calor, os chamados componentes
termelétricos, de funcionamento semelhante às células dos painéis solares. Para
tal, elas são instaladas em locais onde haja diferença de temperatura: quente
de um lado e relativamente frio do outro.
Nas torres de
resfriamento, o local ideal seria entre o calor do vapor quente e o frio da
parede de concreto. Quando as células são instaladas no interior das torres, o
seguinte acontece com os geradores termelétricos: uma vez que haja a diferença
de temperatura no interior das células, elétrons carregados negativamente se
movem do lado quente para o frio do pequeno gerador. Por meio de eletrodos
fixados dentro e fora da célula, surge um circuito de corrente, do qual a
energia elétrica é direcionada ao consumidor.
Feito em 3D
Os pesquisadores do
Instituto Fraunhofer de Tecnologia de Materiais e Raios (IWS), de Dresden,
desenvolveram as células de forma que elas possam se adaptar a diversas áreas
de aplicações. O truque é que os geradores termelétricos são executados numa
impressora 3D, sob medida para o uso desejado.
Elas podem, por
exemplo, ser alocadas nos escapamentos de automóveis ou nos tubos por onde
passa a água para o resfriamento do motor, e a corrente gerada pode ser
introduzida diretamente no sistema elétrico do carro.
No futuro, as
montadoras poderão dispensar os vulneráveis alternadores dos automóveis. Os
pesquisadores já conseguiram produzir 600 watts de energia num sistema de
exaustão de um carro, o suficiente para a utilização normal de um aspirador de
pó.
Geradores
termelétricos já são realidade há algum tempo. Mas além do design complicado
eles trazem outras desvantagens como, por exemplo, conter ingredientes tóxicos
como o chumbo. Já as novas células de calor são feitas de um plástico não
tóxico que conduz eletricidade. (EcoDebate)
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