Japão consegue pela primeira vez extrair gás a partir de
hidrato de metano
Hidrato de Metano
Cientistas japoneses
conseguiram nesta terça-feira pela primeira vez extrair do fundo do mar gás a
partir de hidrato de metano, uma fonte de energia que poderia salvar o Japão da
deficiência energética.
Após vários anos de
preparativos, o primeiro teste começou durante a manhã, informou o ministro da
Indústria do Japão, Toshimitsu Motegi.
“Pretendemos
consolidar as tecnologias para explorá-las comercialmente”, explicou.
“Conseguimos produzir um pouco de gás esta manhã, quatro horas depois do início
do teste”, afirmou uma fonte do ministério.
O objetivo é alcançar
uma extração estável durante duas semanas.
Motegi manifestou
satisfação, pois tecnicamente a produção de gás a partir de hidrato de metano é
mais complexa que a de gás de xisto, considerado por alguns como um recurso
revolucionário.
O teste da extração,
coordenado pela empresa estatal japonesa de Petróleo, Gás e Metais (JOGMEC) e
pelo Instituto de Ciência e Tecnologia Industrial Avançada do Japão, aconteceu
na costa do município de Aichi.
O experimento,
realizado a 330 metros debaixo da terra (1.000 metros de profundidade marinha),
consiste em provocar uma queda da pressão para recuperar o gás, preso na água
de forma cristalina.
O fundo do mar do
arquipélago nipônico contém grandes quantidades deste recurso.
“O Japão está cercado
(por este gás), mas, por exemplo, é encontrada pouca quantidade nas costas do
leste da África. Isto se explica porque os hidratos de metano se encontram
presentes sobretudo em lugares fortemente sísmicos”, explicou Chiharu Aoyama,
especialista em recursos energéticos.
Segundo algumas
estimativas, o Japão teria quantidades equivalentes a um século de consumo
energético. Atualmente, o país depende da produção estrangeira, pois importa
95% da energia que consome.
Além disso, o consumo
de gás no Japão aumentou nos últimos dois anos, desde que a grande maioria dos
50 reatores nucleares do país foram paralisados após o acidente nuclear de
Fukushima em 2011.
O atual governo
considera a situação como algo economicamente insustentável e propõe retomar a
operação dos reatores atômicos considerados seguros.
“Desejo que chegue
rapidamente o dia em que o Japão possa utilizar seus recursos naturais e
consiga superar um a um todos os obstáculos”, declarou Motegi.
Os hidratos de metano
foram descobertos há dois séculos, mas até agora nenhum país havia conseguido
extraí-lo pela dificuldade técnica e pelo alto custo da perfuração de um poço
no fundo do mar.
Os avanços
tecnológicos do Japão, o país mais avançado neste campo, são essenciais.
O Estado nipônico
criou em 2001 um consórcio para explorar os hidratos de metano. O projeto de
pesquisa, que deve prosseguir até 2019, prevê um segundo teste de extração
entre 2014 e 2015.
Este tipo de gás é
teoricamente adequado para o transporte de longas distâncias e, eventualmente,
poderia competir com o gás natural liquefeito (GNL) ou o gás de xisto.
Uma das principais
vantagens é que a temperatura e a pressão necessárias para sua estabilização
são menos estritas que as do GNL. (EcoDebate)
Nenhum comentário:
Postar um comentário