sexta-feira, 16 de outubro de 2020

Em 2019 solar respondeu por metade da expansão da matriz elétrica mundial

Solar respondeu por quase metade da expansão da matriz elétrica mundial em 2019, diz BNEF.
Tecnologia está a cada ano mais competitiva e popular; mercado continuará a crescer, com 140-177 GW de capacidade solar adicionada em 2022.

A energia solar liderou a expansão da matriz elétrica mundial em 2019 ao adicionar 118 GW em potência instalada no mundo, segundo levantamento da consultoria BloombergNEF (BNEF) divulgado em 01/09/2020. Os dados completos constam no relatório Power Transition Trends 2020.

No ano passado, a energia solar de grande e pequeno porte representaram 45% da expansão da matriz elétrica mundial, enquanto as fontes fósseis, 25%. Ao todo, 81 países construíram ao menos 1 MW de energia solar no último ano. As fotovoltaicas dominaram a expansão da matriz elétrica em vários países, incluindo Austrália, Itália, Namíbia, Uruguai e EUA.

A energia solar no mundo cresceu de 43,7 GW (2010) para 651 GW ao final de 2019, ultrapassando a fonte eólica (644 GW). A matriz elétrica mundial ainda é liderada pelas térmicas a carvão (2.089GW), seguida por usinas a gás natural (1.812 GW) e hidrelétricas (1.160 GW).

“Quedas significativas nos custos dos equipamentos solares, isto é, os módulos que são colocados nos telhados e em grandes usinas, tornaram esta tecnologia amplamente disponível para residências, empresas e redes”, disse Luiza Demôro, analista da BNEF e autora principal do estudo. “A energia solar fotovoltaica é onipresente e se tornou um fenômeno mundial.”

“Quedas significativas nos custos dos equipamentos solares, isto é, os módulos que são colocados nos telhados e em grandes usinas, tornaram esta tecnologia amplamente disponível para residências, empresas e redes”, disse Luiza Demôro, analista da BNEF e autora principal do estudo. “A energia solar fotovoltaica é onipresente e se tornou um fenômeno mundial”.

Produção efetiva

No entanto, ao analisar a produção efetiva de energia, a contribuição da tecnologia fotovoltaica ainda é menor devido a menor capacidade de geração em comparação com as tecnologias fósseis.

Em 2019, a energia solar foi responsável por 2,7% da eletricidade gerada no mundo todo, vindo de 0,16% há uma década, segundo apurado pela BNEF. Considerando o baixo custo da tecnologia e a penetração ainda limitada em termos de geração, a expectativa da BNEF é que o mercado continue a crescer, com 140-177 GW de capacidade solar adicionada em 2022.

Os dados oferecem outros insights importantes sobre como o mundo vem gerando eletricidade. De 2018 a 2019, a energia produzida a partir do carvão caiu 3%. Esta foi a primeira queda na geração a carvão desde 2014-2015. Embora o mundo tenha mais usinas a carvão em operação do que há uma década, essas usinas estão operando com menor frequência.

A taxa média de utilização nas usinas de energia a carvão caiu de 57% em 2010 para 50% em 2019. Ainda assim, os 9,200 TWh produzidos a partir de carvão em 2019 foram mais de 17% superiores aos níveis produzidos em 2010.

A capacidade instalada global de usinas a carvão aumentou 32% ao longo da década, chegando a 2,1 TW em 2019. Entre 2010 e 2019, os países desenvolvidos aposentaram mais de 113 GW de geração a carvão. Porém, isto não foi suficiente para compensar a adição de pelo menos 691 GW de usinas desta tecnologia em mercados emergentes. Em 2019, o mundo assistiu à instalação de 39 GW de capacidade nova de geração a carvão – um aumento significativo sobre os 19 GW de 2018.

“Os países mais ricos estão retirando rapidamente suas usinas a carvão mais antigas e, em grande parte, ineficientes, porque estas não conseguem competir com novos projetos a gás ou de energias renováveis”, disse Ethan Zindler, chefe da BNEF para as Américas. “No entanto, em países menos desenvolvidos, particularmente no sul e sudeste da Ásia, novas usinas a carvão mais eficientes continuam a entrar em operação – muitas vezes com o apoio financeiro de credores chineses e japoneses.”

Separadamente, a BNEF vem acompanhando diariamente a produção de energia em 25 dos maiores mercados desenvolvidos do mundo, em 2020. Com base nestes dados preliminares, a BNEF espera que a geração global total, a geração a carvão e as emissões de CO2 do setor de energia caiam ainda mais em 2020.

As respostas de emergência à Covid-19 retardaram as economias e reduziram a demanda de eletricidade em pelo menos 20 dos principais países em comparação com cenários-padrão projetados pela BNEF.

O relatório Power Transition Trends 2020 tem como base os dados de 138 países, coletados individualmente até 2019. Isto engloba todos os países do mundo com mais de dois milhões de habitantes. (canalenergia)

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