terça-feira, 22 de outubro de 2024

Solar atendeu 9,6% da demanda elétrica do país entre agosto e setembro

Segundo mapeamento da Absolar, as fontes renováveis de geração atenderam mais de 90% da demanda no período de 01/08 a 19/09, ainda lideradas pela hidrelétrica, mesmo durante a seca. A associação destaca o papel das demais fontes para compensar a restrição hídrica. Segundo estudo da Volt Robotics, na seca de 2021 a geração solar evitou que custo com térmicas fosse 48,6% maior.
A fonte solar foi responsável por 9,6% de todo o suprimento elétrico do Brasil, entre primeiro de agosto e 19/09/2024, com mais de 7,5 mil megawatts médios (MWmédios), segundo mapeamento da Associação Brasileira de Energia Fotovoltaica (Absolar), com base em dados e estimativas do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

Mais da metade da geração da fonte veio usinas distribuída, ou seja, sistemas solares instalados em telhados e pequenos terrenos (4,6 mil MWmédios). Somando também as demais fontes renováveis, como hídrica (49 mil MWmédios), eólica (11 mil MWmédios) e biomassa (1,4 mil MWmédios), o abastecimento renovável neste período chegou a cerca de 90,4% da demanda elétrica brasileira.

A partir de outubro, os consumidores brasileiros pagarão, com a bandeira vermelha patamar 2, um adicional de quase 8%, com R$ 7,877 para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos no mês, resultado do acionamento de termelétricas fósseis emergenciais.

Na avaliação da Absolar, esse cenário poderia ser ainda mais preocupante. Segundo a associação, a atual crise climática no Brasil, que já acumula impactos bilionários à sociedade, com alagamentos, secas históricas, queimadas e mais gastos com saúde pública, estaria num patamar ainda pior, se não fosse o alívio à demanda e aos recursos hídricos, proporcionados pelas fontes renováveis não-hídricas. “Sem estas fontes renováveis, as tarifas estariam mais altas, o risco ao abastecimento seria maior e o ar estaria sobrecarregado com mais poluentes e gases de efeito estufa”, aponta o CEO da Absolar, Rodrigo Sauaia.

Com mais de 47 GW de potência instalada operacional, somando as grandes usinas e os pequenos sistemas de geração própria solar, a tecnologia fotovoltaica já evitou a emissão de 57 milhões de toneladas de CO2 na geração de eletricidade desde 2012.

Geração renovável supre 90,4% da demanda elétrica e alivia escalada das emissões de poluentes na crise hídrica no Brasil, diz ABSOLAR

Solar poupou R$ 13,6 bilhões na crise hídrica de 2021

Durante a crise hídrica anterior, de 2021, até então a maior dos últimos 91 anos, o governo criou a “bandeira vermelha escassez hídrica” e os consumidores arcaram com custos adicionais de R$ 28 bilhões, por conta do uso de todas as termelétricas fósseis emergenciais e da importação de eletricidade da Argentina e Uruguai. Um estudo da consultoria especializada Volt Robotics sobre o papel da geração distribuída solar naquele período constatou que o custo teria sido de R$ 41,6 bilhões, ou seja, 48,6% maior, caso a sociedade não tivesse geração própria solar. Naquela época, o Brasil tinha apenas 7,5 GW em sistemas solares em telhados e pequenos terrenos.

Na visão do presidente do Conselho de Administração da Absolar, Ronaldo Koloszuk, o atual cenário acende um alerta para a necessidade de reforçar o planejamento e os investimentos na infraestrutura do setor elétrico, sobretudo em linhas de transmissão e novas formas de armazenar a energia limpa e renovável, gerada em abundância no país.

“O uso da energia renovável combinada com tecnologias de armazenamento pode aliviar ainda mais a pressão sobre as tarifas de energia elétrica e o consequente aumento na inflação, que corrói o poder de compra das famílias e a competitividade dos setores produtivos.

Neste cenário, a energia solar é uma das melhores soluções para se proteger das bandeiras tarifárias e, assim, aliviar o bolso dos brasileiros, diante de um cenário hídrico cada vez mais desafiador”, conclui Koloszuk. (pv-magazine-brasil)

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