Mais da metade da geração da fonte veio usinas distribuída, ou seja,
sistemas solares instalados em telhados e pequenos terrenos (4,6 mil MWmédios).
Somando também as demais fontes renováveis, como hídrica (49 mil MWmédios),
eólica (11 mil MWmédios) e biomassa (1,4 mil MWmédios), o abastecimento
renovável neste período chegou a cerca de 90,4% da demanda elétrica brasileira.
A partir de outubro, os consumidores brasileiros pagarão, com a bandeira
vermelha patamar 2, um adicional de quase 8%, com R$ 7,877 para cada 100
quilowatts-hora (kWh) consumidos no mês, resultado do acionamento de
termelétricas fósseis emergenciais.
Na avaliação da Absolar, esse cenário poderia ser ainda mais
preocupante. Segundo a associação, a atual crise climática no Brasil, que já
acumula impactos bilionários à sociedade, com alagamentos, secas históricas,
queimadas e mais gastos com saúde pública, estaria num patamar ainda pior, se não
fosse o alívio à demanda e aos recursos hídricos, proporcionados pelas fontes
renováveis não-hídricas. “Sem estas fontes renováveis, as tarifas estariam mais
altas, o risco ao abastecimento seria maior e o ar estaria sobrecarregado com
mais poluentes e gases de efeito estufa”, aponta o CEO da Absolar, Rodrigo
Sauaia.
Com mais de 47 GW de potência instalada operacional, somando as grandes usinas e os pequenos sistemas de geração própria solar, a tecnologia fotovoltaica já evitou a emissão de 57 milhões de toneladas de CO2 na geração de eletricidade desde 2012.
Geração renovável supre 90,4% da demanda elétrica e alivia escalada das emissões de poluentes na crise hídrica no Brasil, diz ABSOLAR
Solar poupou R$ 13,6 bilhões na crise hídrica de 2021
Durante a crise hídrica anterior, de 2021, até então a maior dos últimos
91 anos, o governo criou a “bandeira vermelha escassez hídrica” e os
consumidores arcaram com custos adicionais de R$ 28 bilhões, por conta do uso
de todas as termelétricas fósseis emergenciais e da importação de eletricidade
da Argentina e Uruguai. Um estudo da consultoria especializada Volt Robotics
sobre o papel da geração distribuída solar naquele período constatou que o
custo teria sido de R$ 41,6 bilhões, ou seja, 48,6% maior, caso a sociedade não
tivesse geração própria solar. Naquela época, o Brasil tinha apenas 7,5 GW em
sistemas solares em telhados e pequenos terrenos.
Na visão do presidente do Conselho de Administração da Absolar, Ronaldo
Koloszuk, o atual cenário acende um alerta para a necessidade de reforçar o
planejamento e os investimentos na infraestrutura do setor elétrico, sobretudo
em linhas de transmissão e novas formas de armazenar a energia limpa e
renovável, gerada em abundância no país.
“O uso da energia renovável combinada com tecnologias de armazenamento pode aliviar ainda mais a pressão sobre as tarifas de energia elétrica e o consequente aumento na inflação, que corrói o poder de compra das famílias e a competitividade dos setores produtivos.
Neste cenário, a energia solar é uma das melhores soluções para se proteger das bandeiras tarifárias e, assim, aliviar o bolso dos brasileiros, diante de um cenário hídrico cada vez mais desafiador”, conclui Koloszuk. (pv-magazine-brasil)
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