Em agosto, as vendas foram de
14.667 veículos eletrificados leves, o que representa um aumento de 57% em
comparação com agosto de 2023 (9.351) e uma pequena queda de 4% sobre julho
(15312). No acumulado de janeiro a agosto de 2024, o mercado
Venda de veículos aumentou
14,3% em agosto
Crescimento foi verificado na comparação com mesmo mês de 2023; já veículos plug-in entram com força no segundo semestre.
Automóveis
A venda de veículos no país
em agosto apresentou uma alta de 14,3% em relação ao mesmo período do ano
passado, com 237,4 mil unidades emplacadas, informou hoje a Associação Nacional
dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). O número representa o melhor
mês no ano em média diária de vendas, com 10,8 mil unidades comercializadas. No
período de janeiro a agosto, mais de 1,6 milhão de unidades foram emplacadas,
melhor desempenho desde 2019.
No acumulado do ano, a
produção de veículos até agosto ficou em 259.613 unidades, um crescimento de
5,2% em relação a julho e de 14,4% na comparação com agosto de 2023.
Considerando o período acumulado, é o melhor resultado desde outubro de 2019.
Segundo o presidente da
Anfavea, Márcio de Lima Leite, a produção conseguiu manter um ritmo constante,
mesmo sendo afetada pela paralisação de fornecedores em razão das enchentes no
Rio Grande do Sul.
“É uma produção importante
que nos coloca em um ritmo de crescimento consistente e isso é motivo de
celebração”, disse Leite durante coletiva de imprensa para apresentar os
números do mês passado.
Segundo a Anfavea, o maior
ritmo de vendas e os lançamentos de novos modelos ajudaram a impulsionar as
atividades das fábricas. “Não adianta vender muito sem ter uma produção
equilibrada e isso é um termômetro importante para o setor”, continuou.
Em agosto, o setor manteve a
recuperação em relação ao volume de exportações, registrando 38,2 mil unidades
vendidas (automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus), ante 39 mil em
julho. Leite explicou que o resultado se deve ao fato de agosto ter tido um dia
útil a menos, o que impactou nas vendas. No mesmo mês do ano passado, o
resultado ficou em 34,5 mil unidades.
Ele também destacou que, apesar da retração das exportações, em razão da diminuição do mercado interno de alguns países, os embarques em agosto tiveram o segundo maior volume do ano. O resultado se deve ao fato de que a Argentina, Chile, Colômbia e México registraram crescimento em seus respectivos mercados. Porém, no acumulado do ano, a queda nas vendas externas é de 17,9%.
Os números ainda mostram que foram importadas 41 mil unidades em agosto. A participação acumulada no ano dos veículos importados continua elevada, representando 17,2% do mercado interno. Essa participação é impulsionada sobretudo por produtos de origem chinesa, especialmente veículos elétricos.
A estimativa da associação é
que há no país um estoque de cerca de 81 mil unidades chinesas. Na avaliação,
da Anfavea, o crescimento do estoque começou a ocorrer após o governo anunciar,
em novembro do ano passado, o retorno progressivo do Imposto de Importação de
veículos elétricos, híbridos e híbridos plug-in comprados fora do país. A
decisão estabelece uma retomada gradual das alíquotas até 35% em 2026 e cria
cotas iniciais para importações com isenção até 2026.
Dados da Anfavea mostram que,
em dezembro do ano passado, após o anúncio da retomada da tributação, o estoque
era de em torno de 13,2 mil unidades. Em abril, já estava em 24 mil, unidades,
chegando ao pico de 86,2 mil unidades em junho, enquanto a média de
emplacamento ficou em 9,4 mil unidades no período.
“Está se criando um volume
muito grande de estoque para se beneficiar dessa alíquota reduzida. É um
excesso de produção na China, em razão do arrefecimento do mercado local. A
China tem uma capacidade instalada de produção de 50 milhões de veículos e está
produzindo 30 milhões. Essa demanda caiu e esse estoque tem vindo para o Brasil
principalmente se beneficiando da alíquota mais baixa de imposto”, opinou
Leite.
O presidente da Anfavea disse
que o volume de estoque representa um desequilíbrio no mercado, já que o
estoque total de veículos produzidos no Brasil (nas fábricas e concessionárias)
fechou agosto em 268,9 mil unidades. A entidade defende a retomada da alíquota
máxima do imposto, que atualmente gira entre 18% e 22% dependendo do tipo de
eletrificação do veículo.
“Nós
defendemos a recomposição imediata da alíquota, porque esse volume de
importação começa a ser muito danoso para a nossa indústria, tanto no volume e
estoque que vão ser colocados no mercado e não sabemos em quais condições ele
vai ser colocado no mercado”, disse Leite, que informou que vai pedir esta
semana à Câmara de Comércio Exterior (Camex) a retomada imediata da alíquota
máxima do Imposto de Importação.
Durante a coletiva, a Anfavea
apresentou um estudo intitulado Avançando nos Caminhos da Descarbonização
Automotiva no Brasil, com propostas para reduzir as emissões de CO2
do setor automotivo no país, que deve ser apresentado na Conferência das Nações
Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP29), a ser realizada este ano no
Azerbaijão, e na COP30, que será ano que vem em Belém.
Atualmente, o setor automotivo emite 242 milhões de toneladas de CO2 por ano, o que representa cerca de 13% das emissões totais do Brasil. Segundo a Anfavea, se o ritmo atual de crescimento for mantido, as emissões poderão atingir 256 milhões de toneladas em 2040.
Para reverter esse quadro a entidade defende a intensificação do uso das novas tecnologias de propulsão desenvolvidas pelos fabricantes de veículos nacionais, combinadas com a maior utilização de biocombustíveis. A estimativa é que o uso combinado dessas tecnologias pode resultar em uma redução de até 280 milhões de toneladas de CO2 até 2040.
“É uma oportunidade de
aproveitar novas tecnologias de propulsão e a aplicação de biocombustíveis como
vetores para a descarbonização do setor automotivo”, pontuou Leite.
Segundo a Associação
Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), o mercado brasileiro de eletromobilidade
continua em expansão, com destaque para os veículos plug-in (com recarga
externa), que lideram as vendas do segmento há 12 meses seguidos. Em agosto, as
vendas foram de 14.667 veículos eletrificados leves, o que representa um
aumento de 57% em comparação com agosto de 2023 (9.351) e uma pequena queda de
4% sobre julho (15.312). No acumulado de janeiro a agosto de 2024, o mercado
emplacou 109.283 eletrificados leves, com aumento de 123%, sobre o mesmo
período de 2023 (49.052).
O crescimento das vendas tem
aquecido toda a cadeia produtiva, principalmente a de infraestrutura de
recarga. No Brasil, de acordo com dados da Tupi Mobilidade, empresa associada à
ABVE, já estão disponíveis 10.622 pontos de recarga públicos e semipúblicos até
agosto. Desse total, 89% são do tipo AC (9.506), de carga lenta, e 11% do tipo
DC (1.109), de carga rápida.
Desde o início da série
histórica da ABVE (2012) até agosto de 2024, o Brasil já contabiliza 329.714
eletrificados leves em circulação de todas as tecnologias (BEV, PHEV, HEV, HEV
flex e MHEV). Desses, pelo menos 181.477 são elétricos plug-in (BEV e PHEV).
Participação dos
eletrificados sobre o total de veículos leves vendidos no mercado doméstico
brasileiro em agosto (automóveis e comerciais leves) foi de 6,6%. Esse
percentual manteve a média de market share dos eletrificados, em torno de 7% ao
longo ao ano.
Números de agosto indicam
também que a eletromobilidade segue avançando nas diferentes regiões do país e
se dirigindo para as cidades do interior. Os eletrificados, que antes eram vistos
somente nas capitais, já são encontrados em outros municípios. Apesar de a
liderança em vendas de eletrificados continuar no Sudeste (46%), houve uma
retração de 3 pontos percentuais nessa região em relação a julho. Já o Nordeste
cresceu 2 pontos (16%), enquanto as regiões Norte (4%) e Centro-Oeste (15%)
aumentaram um ponto percentual cada uma.
Os 70 municípios que mais comercializaram eletrificados em agosto representaram 76% (11.125) das vendas totais (14.667), sendo 70% nas capitais (7.725) e 30% nas cidades do interior (3.400).
Além do aumento da infraestrutura de recarga, a maior oferta de modelos de eletrificados leves também contribui para a evolução do mercado. De janeiro a agosto de 2024, o mercado brasileiro de eletrificados disponibilizou 320 modelos de diferentes tecnologias (BEV, PHEV, HEV, HEV flex e MHEV), produzidos por 46 montadoras, com destaque para BYD, GWM, Toyota e Volvo. (monitormercantil)
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