Milhares de franceses e alemães lembram Chernobyl e protestam contra energia nuclear
Milhares de franceses e alemães foram às ruas no final de abril de 2011 para protestar pelo fim do uso da energia nuclear, na véspera do 25º aniversário do acidente de Chernobyl. Manifestações semelhantes também foram registradas na Índia e no Rio de Janeiro.
As pontes que ligam a Alemanha à França foram ocupadas por manifestantes com cartazes que defendiam o fim do uso da energia atômica, com o slogan “Chernobyl, Fukushima – nunca mais”.
Eles pedem o fechamento do mais antigo reator da França, em Fessenheim, localidade próxima à fronteira alemã. Os manifestantes também realizaram protestos em diversas usinas nucleares alemãs, como Biblis, Grohnde e Grafenrheinfeld.
O movimento antinuclear alemão já era forte, mas ganhou repercussão após o acidente na usina japonesa de Fukushima, afetada pelo terremoto seguido de tsunami em 11 de março.
O Japão – que tenta controlar a exposição à radiação liberada pelo acidente – anunciou a ampliação da zona de exclusão em torno da usina.
“Após Fukushima, está claro que o perigo da energia nuclear é real”, afirmou Erhard Renz, um dos organizadores dos protestos europeus.
“Não podemos permitir que necessidades mercadológicas de poucos destruam nosso mundo, como ocorreu há 25 anos”, declarou Renz à rede alemã Deutsche Welle, fazendo referência à explosão ocorrida em Chernobyl, na Ucrânia, em 26 de abril de 1986, durante a era soviética.
Acidente ucraniano
Na época, o acidente lançou uma nuvem de radiação pelos céus de grande parte da Europa. Ao menos 30 pessoas morreram imediatamente após a explosão, e muitas outras sofreram os efeitos da radiação na saúde.
Em cerimônia nesta segunda-feira em Moscou, o presidente russo, Dmitri Medvedev, disse que é necessário haver mais transparência na reação a emergências nucleares.
“Acho que nossos Estados modernos devem tirar como lição de Chernobyl e do Japão a necessidade de dizer a verdade às pessoas”, declarou o presidente russo.
Tanto autoridades soviéticas como japonesas foram acusadas de subdimensionar as tragédias nucleares imediatamente após sua ocorrência.
Medvedev visitaria Chernobyl em 28/04/11, ao lado do primeiro-ministro ucraniano, Viktor Yanukovich.
Na semana passada, uma conferência em Kiev, capital da Ucrânia, conseguiu arrecadar 550 milhões de euros (R$ 1,2 bilhão) de um total de 740 milhões necessários à construção de um novo escudo de proteção, para controlar a radiação no local e estocar combustível usado.
Índia e Brasil
Também nesta segunda-feira, centenas de policiais foram enviados à cidade indiana de Jaitapur (costa oeste) para conter uma marcha de oposição à construção daquela que deve ser a maior usina nuclear do mundo.
Segundo as autoridades, a marcha – que teria início em outra usina nuclear do país, a 600 km de distância – pode inflamar as tensões no local. Na semana passada, um protesto semelhante em Jaitapur deixou um morto e mais de 50 feridos.
A população teme que os efeitos da usina na cidade e diz que o local está sujeito a atividades sísmicas.
No Rio de Janeiro, um pequeno grupo de manifestantes do Greenpeace também protestou nesta segunda-feira, diante do prédio do BNDES, contra o financiamento da futura usina de Angra 3. Com roupas especiais e fumaça, o grupo simulou um acidente nuclear. (EcoDebate)
Nenhum comentário:
Postar um comentário