sexta-feira, 6 de maio de 2011

Mudança na matriz energética dos EUA

Obama quer mudanças na energia dos EUA
Plano prevê redução de 1/3 no consumo de petróleo e aumento da oferta de biocombustível.
O governo dos Estados Unidos planeja reduzir em 1/3 seu atual consumo de petróleo até o final da década, aumentar a oferta de biocombustíveis em pelo menos 80 milhões de galões em dois anos e fazer das fontes limpas as responsáveis por 80% da geração de eletricidade até 2035.
Em quatro anos, 1 milhão de automóveis e caminhões híbridos deverá circular no país. Esses tópicos estarão no plano Garantir o Futuro da Energia, antecipado ontem pelo presidente americano, Barack Obama, em discurso aos estudantes da Georgetown University.
"Quando fui eleito, os Estados Unidos importavam 11 milhões de barris de petróleo diários. Em um pouco mais de uma década, nós vamos cortar em um terço (para 7,3 milhões)", afirmou Obama, ao destacar a necessidade de redução da dependência da economia americana do petróleo e da busca de fontes alternativas e renováveis.
Parceria com o Brasil. O Brasil fará parte dessa estratégia como futuro fornecedor de petróleo aos Estados Unidos, mais estável do que os países do Oriente Médio. O presidente americano falou de sua visita ao Brasil, há dez dias, e seu desejo de "compartilhar tecnologia e conhecimento" para a exploração na camada do pré-sal.
Obama também, citou o Brasil como exemplo de uso dos biocombustíveis. "Se alguém duvida do potencial desses combustíveis, considere o Brasil", afirmou. Porém, ao mencionar o sucesso do teste de um bioquerosene em voo do caça F22 Raptor, esqueceu-se da cooperação bilateral nesse segmento, oficializada durante sua passagem por Brasília.
Ao detalhar seu plano, Obama mencionou a impossibilidade de os Estados Unidos alcançarem autossuficiência em petróleo pelo fato de contar com apenas 2% das reservas mundiais e absorver 25% do combustível extraído no planeta.
"Mesmo que nós dobrássemos a nossa produção, ela seria ainda muito curta", afirmou. A matriz, indicou ele, terá de ser orientada para as energias renováveis, com atenção para dois graves acontecimentos.
Energia nuclear. O acidente nuclear em Fukushima, no Japão, deverá repercutir em novos padrões internacionais de segurança em negociação, segundo Obama.
Os Estados Unidos têm 104 usinas nucleares, todas prestes a ser aposentadas. Esse conjunto gera cerca de 20% da eletricidade consumida pelo país.
"Sim, nós teremos de examinar como fazer térmicas a carvão mais limpas e como usar a energia nuclear. Estou determinado a garantir que as nossas usinas nucleares são seguras", disse o presidente.
O vazamento de petróleo em uma plataforma da BP no Golfo do México, em 2010, foi o segundo caso mencionado. Ainda no ano passado, o governo americano adotou novos requisitos para a exploração de petróleo nessa região. Porém, concedeu licença para 39 novas plataformas. (OESP)

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