segunda-feira, 2 de maio de 2011

O crescimento dos ventos

As grandes tempestades começam com uma leve brisa. Esse “agigantamento” de proporções está também presente no desenvolvimento dos campos e dos equipamentos da exploração e da indústria eólica.
No Brasil, a instalação das primeiras turbinas eólicas aconteceu na década de 1990, no Ceará e em Fernando de Noronha (PE). Os primeiros parques eólicos instalados no país começaram tímidos, com poucos megawatts gerados. O Parque de Palmas, primeiro do Sul do país, no Estado do Paraná, por exemplo, foi instalado com 2,5 MW.
Hoje o Brasil tem o maior parque da América Latina, em Osório, no Estado do Rio Grande do Sul, com 150 MW e projeto de expansão para mais 100 MW, “rivalizando” com projetos da Renova para o estado da Bahia (projetos para instalação de 293,6 MW) e com os complexos das usinas Alegria, no Rio Grande do Norte.
As primeiras turbinas eólicas desenvolvidas em escala comercial tinham potências nominais que variavam de 10 a 50 kW. No início da década de 1990 evoluíram para modelos de 300 a 750 kW. Em 1997 surgiram as primeiras turbinas que superaram os kilowatts para atingir o megawatt, chegando a 1,5 MW. Dois anos depois surgiram as turbinas de 2 MW e nos dias atuais já existem turbinas de 6 MW.
Recentemente noticiou-se na imprensa que cientistas do Riso National Laboratory for Sustainable Energy, da Universidade Técnica da Dinamarca, concluíram os primeiros desenhos de um turbina de 20MW de potência.
O mesmo “fenômeno de agingatamento” aconteceu com a instalação de fábricas de equipamentos eólicos no Brasil. Uma das primeiras fábricas instaladas no país data de 1995, na cidade de Sorocaba (SP), para a fabricação de pás de 40m. Atualmente já existem grandes concentrações de fábricas de equipamentos (pás, torres, aerogeradores,…), como acontece nas regiões portuárias de Suape (PE) e Pecém (CE), com várias multinacionais presentes no país (a argentina Impsa, a americana GE, a francesa Alstom, as alemãs Wobben e Siemens, as espanholas Gamesa e Gestamp e a dinamarquesa Vestas, entre outras), o que permite afirmar que no Brasil já existe uma sólida “indústria eólica”
Esses números, já representantes de um grande crescimento, são ainda pequenos se analisados sob a ótica do potencial o Brasil que ainda tem pela frente. A energia eólica, que já foi considerada inviável para o Brasil, é hoje uma realidade com promessa de grandes avanços para o futuro. Além do potencial energético e da capacidade de crescimento na matriz energética brasileira (a participação eólica não chega a 1% de nossa matriz e os atlas eólicos apontam para uma possibilidade de exploração bastante alta), o preço da energia eólica já é a mais barata entre as fontes renováveis (no último leilão o preço médio foi de R$ 122,69/MWh).
O cadastramento para os leilões de energia de 2011 ainda não foi encerrado, mas os projetos de eólica já lideram em número os projetos cadastrados até o momento, o que mostra que a “brisa” do desenvolvimento eólico no Brasil tem tudo para virar uma grande “tempestade”. (ambienteenergia)

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