O texto obrigará os carros
novos a deixarem de emitir CO2 — eliminando na prática os motores
que funcionam com combustíveis fósseis — e será incluído na pauta da reunião de
ministros da Energia em 28/03/23 para sua adoção formal.
O anúncio do acordo foi feito
pela delegação da Suécia, país que ocupa a presidência semestral do Conselho da
UE. A delegação não forneceu detalhes da reunião dos representantes permanentes
dos países do bloco em Bruxelas e mal mencionou que houve "amplo
apoio" ao documento resultante do acordo.
Este regulamento para acabar
com as emissões de CO2 na frota automóvel é um dos pilares do
ambicioso plano da UE para alcançar a neutralidade do carbono até 2050.
O texto havia sido inclusive
aprovado pelo Parlamento Europeu em fevereiro e determinava 100% de motores
elétricos para carros novos vendidos a partir de 2035 no bloco.
As gigantes do setor
automobilístico europeu já adiantaram seus planos de conversão fabril.
Praticamente todas as empresas, inclusive as de luxo, oferecem modelos
elétricos.
No entanto, a Alemanha surpreendeu a todos ao mudar de posição e passou a exigir uma proposta da Comissão Europeia (o braço Executivo da UE) para abrir caminho para veículos movidos a combustíveis sintéticos.
Opção questionada
Combustíveis sintéticos são
questionados por ONGs (Organizações Não Governamentais) ambientalistas que os
consideram caros, grandes consumidores de energia elétrica para sua produção e
poluidores, por não eliminarem as emissões de óxido de nitrogênio (NOx).
Esses combustíveis ainda
estão sendo desenvolvidos, embora a ideia tenha sido timidamente apoiada por
algumas construtoras para manter a comercialização de carros com motor de
combustão interna além de 2035.
Ao mesmo tempo, muitos
especialistas duvidam que essa solução possa prevalecer no mercado frente aos
carros elétricos, cujo preço deve cair, de acordo com as previsões para os
próximos anos.
De qualquer forma, a mudança
abrupta de posição do governo alemão pegou o resto dos países da UE de surpresa
e gerou desconforto. O assunto chegou a ser um tema obrigatório nas discussões
durante uma cúpula europeia realizada na semana passada.
No sábado, a comissão e a
Alemanha anunciaram uma forma de chegar a um acordo sobre a redação do texto.
Esse entendimento deixaria inalterado o documento já aprovado, mas a comissão
se comprometeria a abrir um caminho mais explícito para os combustíveis
sintéticos em uma proposta separada, que deveria ser validada por volta de
setembro de 2024.
Entretanto, Olaf Scholz chefe do governo alemão, se encontrou nessa posição difícil para manter a unidade da coalizão de seu governo.
Em uma mensagem no Twitter, o ministro dos Transportes alemão observou que "os veículos com motor de combustão poderão ser registrados novamente após 2035 se usarem combustíveis neutros em CO2". (biodieselbr)
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