Um estudo apresentado pelo
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) mostra que os profissionais
aptos a atuar na cadeia de hidrogênio verde no Brasil são engenheiros das mais
diversas especialidades (mecânica, química, ambiental e de produção),
economistas com experiência em planejamento e gestão, especialistas em
regulação e legislação, além de profissionais de nível técnico de perfis já
consolidados (como eletrotécnica, mecânica, química e outros) que recebam
formação específica em H2V.
A pesquisa aconteceu em
parceria com o projeto H2Brasil, que integra a Cooperação Brasil-Alemanha para
o Desenvolvimento Sustentável, e ouviu mais de 200 pessoas do setor, sendo
baseada tanto no mercado de trabalho nacional e internacional de H2V. O intuito
foi mapear as lacunas de conhecimento na área e sugerir a formação de
competências profissionais no Brasil, tais como técnicos, gestores, reguladores
e outros agentes-chave para o desenvolvimento dessa tecnologia no país.
A cadeia de desenvolvimento considerada no levantamento inclui matérias-primas, subprodutos, processos e tecnologias relacionados à produção, à distribuição, ao armazenamento e ao uso do H2V em setores energéticos, industriais e de transporte.
Primeira demanda de contratação exigirá nível superior para pesquisa, desenvolvimento e regulação.
Novos cursos de capacitação
Em 2022, o SENAI elaborou o
itinerário formativo, um percurso de formação com cinco cursos que vão da
instalação à operação e manutenção dos sistemas para produção do hidrogênio. Já
no segundo semestre deste ano será lançada a primeira pós-graduação em
Hidrogênio Verde e PtX da rede, pelo Senai Cimatec, na Bahia, juntamente com um
centro de excelência localizado no Rio Grande do Norte e mais cinco
laboratórios regionais (Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Bahia e Ceará)
voltados para a educação profissional e superior nesse novo setor.
O superintendente de Educação
Profissional e Superior do SENAI, Felipe Morgado, aponta para um primeiro
movimento de especialização de quem tem nível superior nas áreas que vão atuar
com pesquisa, com o desenvolvimento da tecnologia e a regulação, e que a segunda
fase será para instalação e operação das plantas, o que irá requerer
profissionais de nível técnico.
“Não teremos um curso técnico
de hidrogênio verde, mas uma especialização, para que uma pessoa formada em
eletrotécnica, por exemplo, seja especializada na temática”, explica.
Morgado destaca que a
instituição já formou os docentes, desenhou o portfólio e os currículos dos
cursos e está finalizando a infraestrutura para formar a mão de obra
especializada, em parceria com o governo alemão. Abaixo estão listados os
cursos na área, os quais terão matrículas abertas pelo Futuro Digital.
Instalador de Sistemas de Eletrólise de Usinas de Produção de Hidrogênio Verde; Mantenedor de Sistemas de Eletrólise de Usinas de Produção de Hidrogênio Verde; Operador de Logística de Transporte de Gases; Especialista Técnico em Operação de Usinas de Produção de Hidrogênio Verde; Especialista em Sistemas de Hidrogênio Verde (Pós-graduação).
Nesse contexto, os profissionais que atuarão nesse segmento devem dominar a estrutura geral de funcionamento do setor energético; conhecimento de mercado; arcabouço regulatório; ferramentas computacionais e capacidade analítica de dados, além de estar atento aos impactos da inteligência artificial no setor elétrico. (canalenergia)
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