À primeira vista, a notícia é
muito boa e deveria merecer muitos elogios, dado que o objetivo seria melhorar
o ar que o cidadão da cidade de São Paulo respira. Mas por que a notícia chamou
a atenção? Pelo fato de o Brasil ter soluções nacionais que protegem o meio
ambiente e que poderiam gerar mais empregos no país em vez de beneficiar a
China.
Aliás, sob o mesmo argumento de preocupação com a emissão de gás carbônico (CO2), geramos mais empregos na China do que no Brasil com a geração distribuída solar, dado que os painéis vêm quase na sua totalidade da China. O mesmo ocorre na geração eólica, em que o aço das pás é chinês, e não o aço verde produzido no Brasil.
O nosso potencial de produção
nos permite falar que temos um pré-sal caipira e uma grande oferta de gás
natural localizada no pré-sal e na Amazônia. Além do mais, ao contrário dos
ônibus elétricos, não precisaríamos fazer investimentos, que não são pequenos,
em infraestrutura de abastecimento. No caso da cidade de São Paulo, a principal
distribuidora de gás do Brasil, a Comgás, possui rede e infraestrutura adequada
para abastecer os ônibus.
Dentro da diversidade
energética que o país possui, a prefeitura de São Paulo poderia ainda optar
como combustível para os ônibus o etanol e o biodiesel, que geram muitos
empregos com tecnologia 100% nacional. O Brasil é referência mundial na
produção de biocombustíveis.
Enfim, o investimento em ônibus elétricos está sendo feito com a explicação correta de melhoria das emissões. Porém, a escolha do combustível para atingir essa meta me parece errada.
As políticas públicas no Brasil precisam ser realizadas apontando para uma transição energética tupiniquim, descolando-se de políticas feitas em outros países, como o processo de eletrificação das frotas. Temos de ter coragem de abandonar o complexo de vira-lata, que ao longo de anos vem impedindo que o Brasil aproveite em benefício de toda a sociedade as nossas vantagens comparativas. (biodieselbr)
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