A água responde por menos de
13% da matriz energética do País, conforme o Ministério de Minas e Energia, em
2023. E junto com outras fontes renováveis somam menos de 48%. O restante ainda
é atendido por fontes não renováveis, como petróleo, gás natural, carvão mineral,
urânio, entre outros. Apesar de sermos referência global em fontes renováveis –
uma vez que a média global é de 13% -, ainda estamos longe de um cenário
energético aceitável.
Mas, quando olhamos para a matriz elétrica, esse cenário nos deixa esperançosos, uma vez que a energia hidráulica (61,9%) – que é energia limpa – é predominante, mas suscetível às mudanças climáticas. Não basta boa vontade, é preciso empenho para avançar nessa corrida. Temos empresas comprometidas, tecnologia disponível e recursos naturais abundantes. E o que falta, então? Simples: segurança.
E a segurança que cito aqui é a que incentiva uma empresa a investir em algo. Hoje, o nosso País vive um ambiente de alta burocracia e regulação complexa. Os processos para implementação de projetos podem ser demorados, o que desencoraja os investidores. Junto a isso, faltam os incentivos financeiros, como os subsídios e créditos fiscais, sem falar do custo inicial elevado para implantação de fazendas solares, ou parques eólicos.
E, claro, sem falar da falta
de infraestrutura de transmissão de energia em algumas regiões o que pode
dificultar a integração de fontes intermitentes de energia limpa na matriz
energética. Mas a lista de entraves pode ir além: há barreiras tecnológicas na
fabricação local de tecnologias de energia limpa e, por fim, os interesses
políticos e econômicos, uma vez que acessamos ambientes poderosos como do
petróleo e carvão.
Estamos diante de um impasse uma vez que qualquer movimento de incentivo na área de energia requer tempo para estruturação e operacionalização e ao mesmo tempo continuamos vendo crescimentos incipientes da participação das fontes de energia limpa no consumo do País. A evolução requer escolhas e nós como participantes desse setor, enquanto empresa de soluções em energia, temos que pensar na perenidade.
Não podemos mais fechar os olhos para o melhor caminho a seguir. Todos sofreremos impactos bons e também não tão positivos. Porém, precisamos discutir caminhos possíveis e rápidos a seguir. Caso contrário, a energia vital para o desenvolvimento de uma economia também pode ser a energia que vai fazer sucumbir a economia pujante, como a nossa. O custo da energia nas alturas inviabiliza projetos, impacta no consumo e promove uma retração na economia. Não podemos mais aceitar isso. (trbn)
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