“Queremos entender as baterias desde o berço até o descarte ou reciclagem; é como se você colocasse um chip nelas, em todas as etapas pelas quais passam, para mapear os processos e saber o quanto elas emitem de CO2, quanta energia elétrica e água foram utilizadas e quem são os responsáveis por fazer a reciclagem delas”, explicou o professor Hudson Zanin, coordenador do projeto no Cepetro.
O sistema abrangerá toda a cadeia produtiva, desde a extração do minério, o transporte por caminhão, trem ou navio, a produção propriamente dita – geralmente realizada na China – e seu retorno e uso nos países. “Após a fabricação das células, elas terão vários donos, como importadores, fabricantes de veículos ou eletrônicos, até chegarem ao consumidor. É necessário determinar quem será responsável pela reciclagem das baterias. É importante definir quem é o verdadeiro proprietário da bateria, seja o fabricante ou o usuário final. É necessário regulamentar esse processo“, afirma Zanin.
O pesquisador diz ainda que o grupo pretende desenvolver uma plataforma online com a tecnologia blockchain, na qual diversas empresas estarão conectadas em uma mesma cadeia de dados. “Nenhuma empresa que fabrica bateria quer dar informação para outras; os dados serão criptografados, pois a informação é uma coisa extremamente valiosa e é preciso tramitar essas informações de maneira que os donos desses dados fiquem protegidos”, ressalta. O sistema valerá para qualquer bateria, independentemente da tecnologia utilizada para a sua fabricação ou de sua finalidade – seja para veículos elétricos, celulares ou para a indústria.
De acordo com o coordenador do projeto, a plataforma será de grande interesse para a indústria de baterias, fabricantes de automóveis, governos e para a preservação do meio ambiente, uma vez que promoverá a reciclagem e tornará o processo mais transparente. “Atualmente, não se sabe quem são os proprietários das baterias e muitas delas acabam sendo descartadas inadequadamente. O problema é que o volume de baterias continuará aumentando nos próximos anos”, destaca o coordenador. “O projeto contribuirá para aumentar a conscientização sobre o tema, permitindo um mapeamento e um uso mais eficiente desses dispositivos“, concluiu. (petronoticias)
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