terça-feira, 26 de dezembro de 2023

Demanda por energia deve crescer 70% no sul global

Demanda por energia deve crescer 70% no sul global, diz estudo.
Prevê-se que os padrões de vida mais do que dupliquem no Sul Global e que a procura de energia aumente mais de 70%, mantendo-se estável na China e caindo 20% nos países da NZ50.

Relatório anual sobre cenários para sistemas energéticos da TotalEnergies destaca aumento no uso de carvão e outros combustíveis fósseis.

A transição energética começou, mas não está progredindo em um ritmo suficiente para superar os desafios no médio e longo prazo, inclusive registrando um novo aumento nas emissões de CO2 relacionadas com a energia. A avaliação é do último relatório anual sobre cenários para sistemas energéticos da TotalEnergies sobre o período 2000-2021, no qual a percentagem de combustíveis fósseis sobre energia ainda ronda os 80%. A análise é de que o investimento em energias hipocarbónicas ainda é insuficiente para satisfazer as demandas necessárias a partir do crescimento da população mundial.

O TotalEnergies Outlook 2023 distingue três zonas geográficas: os países Net Zero 50 – os quarenta países (principalmente da OCDE) que se comprometeram a alcançar a neutralidade líquida de carbono até 2050 -; China; e Sul Global, o resto do mundo. Prevê-se que os padrões de vida mais do que dupliquem no Sul Global e que a procura de energia aumente mais de 70%, mantendo-se estável na China e caindo 20% nos países da NZ50. A avaliação é de que o desafio será conciliar a transição energética com este crescimento no Sul Global, cuja projeção de população mundial é de mais 1,7 mil milhões de habitantes até 2050.

O cenário Curso e Velocidade, que dá continuidade às tendências atuais na transformação do sistema energético, resulta num aumento da temperatura de mais de 3°C graus até 2100. Amplia os ganhos de eficiência energética observados ao longo da média dos últimos cinco anos, ou seja, 2% ao ano em comparação com 1,4% ao ano nos últimos 20 anos. No entanto o ritmo não seria suficiente para permitir que os países NZ50 e a China alcancem seus objetivos até 2050.

“Nosso desafio coletivo é afastar-nos do cenário de Curso Atual e Velocidade sem comprometer o crescimento nos países emergentes e de uma forma que seja aceitável para as pessoas nos países mais avançados”, declarou a presidente de Estratégia e Sustentabilidade, Helle Kristoffersen.

Já a abordagem Momentum é voltada ao futuro que integra as estratégias de descarbonização dos países NZ50, bem como as NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas) das outras nações. A análise mostra ganhos significativos de eficiência energética em todos os países (2,4% ao ano durante o período 2021-2050 contra 2% ao ano no cenário atual de curso e velocidade), na eletrificação verde do transporte rodoviário, eliminação progressiva do carvão nos países da NZ50, redução acentuada na China e ligeiro crescimento nos países do Sul Global utilizando gás natural como energia de transição e aumentando o uso de hidrogénio após 2030 nos países da NZ50 e na China, particularmente na indústria. Os combustíveis fósseis ainda cobririam metade do crescimento da procura de energia no Sul Global devido ao aporte insuficiente em baixas emissões de carbono, o que resultaria em um aumento de temperatura de 2,1 a 2,2°C até 2100.

Por sua vez, Ruptura é um cenário concebido para obtenção de um aumento de temperatura inferior a 2°C até 2100. Implica em uma ampla difusão para todo o mundo das alavancas de descarbonização, ao mesmo tempo que satisfaz as expectativas legítimas de crescimento dos Sul Global, com redução significativa do carvão na região e na China, além da extensão da revolução dos transportes, biocombustíveis, biogás e maior reciclagem de plásticos. Esta transição não acontecerá sem que os países ricos apoiem o Sul Global, promovendo uma transição energética justa para um aumento de temperatura de 1,7 a 1,8°C até 2100. (canalenergia)

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