sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Japão continua a apostar em energia nuclear

Japão aposta na energia nuclear no primeiro plano energético pós-Fukushima

O governo japonês publicou em 25/02/14 o projeto do primeiro plano energético desde a crise da central de Fukushima, no qual qualifica a energia nuclear como "uma fonte eléctrica importante" e garante a sua promoção no Japão.
O texto, que deverá ser aprovado pelo executivo em março, assinala que a energia nuclear é "uma base energética importante" e defende a reativação dos reatores do país, assim que forem ultrapassados os novos requisitos de segurança impostos depois do acidente de Fukushima.
O novo plano destaca também que os esforços para acelerar a introdução de energias renováveis no Japão vão continuar nos próximos anos.
O governo japonês previa aprovar o plano energético, em Janeiro passado, mas atrasou-se e o projeto foi revisto já que foi fortemente criticado por ser demasiado pro-nuclear, noticiou a agência Kyodo.
Inicialmente, o texto garantia que a energia nuclear era "fundamental" para a estabilidade do abastecimento do Japão, mas na versão, agora divulgada, esta apreciação foi eliminada.
O governo nipónico é obrigado, por imposição legal, a rever o plano energético de base pelo menos a cada três anos, para ter em consideração as alterações registadas no sector.
No último plano energético, de 2010, o executivo apostava no apoio à energia nuclear para conseguir 50% do abastecimento em 2030. Antes do desastre de Fukushima, a 11 de Março de 2011, a produção total rondava os 30%.
Atualmente, o Japão vive um apagão nuclear desde que, em Setembro passado, foram desativados, para uma revisão de rotina, os únicos dois reatores ainda em funcionamento no país.
Em Maio de 2012, um ano depois do maremoto devastador que pôs em causa a segurança nas centrais nucleares, o governo japonês decidiu interromper a produção e fornecimento de energia nuclear, pela primeira vez em quatro décadas.
Dois meses depois, as autoridades autorizaram a central de Oi a retomar as operações para garantir o abastecimento da região de Kansai [a zona de Quioto e Osaka, na ilha de Honshu], a segunda mais povoada do país.
Desde aquela data, nenhum outro reator foi reativado, mas o atual governo conservador e defensor da energia nuclear aprovou novos e mais severos mecanismos de segurança para que as centrais possam ser reativadas. (sol.sapo.pt)

Japão aposta na energia nuclear

Japão aposta na energia nuclear no primeiro plano energético depois de Fukushima
O governo japonês publicou o projeto do primeiro plano energético desde a crise da central de Fukushima, no qual qualifica a energia nuclear como «uma fonte elétrica importante» e garante a sua promoção no Japão.
O texto, que deverá ser aprovado pelo executivo em março, assinala que a energia nuclear é «uma base energética importante» e defende a reativação dos reatores do país, assim que forem ultrapassados os novos requisitos de segurança impostos depois do acidente de Fukushima.
O novo plano destaca também que os esforços para acelerar a introdução de energias renováveis no Japão vão continuar nos próximos anos.
O governo japonês previa aprovar o plano energético, em janeiro passado, mas atrasou-se e o projeto foi revisto já que foi fortemente criticado por ser demasiado pro-nuclear, noticiou a agência Kyodo.
Inicialmente, o texto garantia que a energia nuclear era «fundamental» para a estabilidade do abastecimento do Japão, mas na versão, agora divulgada, esta apreciação foi eliminada.
O governo nipónico é obrigado, por imposição legal, a rever o plano energético de base pelo menos a cada três anos, para ter em consideração as alterações registadas no setor. (m.tsf.pt)

Moradores poderão retornar em breve à região de Fukushima

O Japão vai suspender uma ordem de exclusão em uma região próxima à central nuclear acidentada de Fukushima, o que permitirá a alguns moradores retornar para suas casas.
"A suspensão formal da ordem de retirada entrará em vigor em 1º de abril e envolverá 300 pessoas com casas em Tamura, uma cidade 20 km ao oeste da central", anunciou o gabinete do primeiro-ministro Shinzo Abe.
Uma fonte do gabinete explicou que nos próximos dois anos até 30.000 pessoas serão autorizadas a retornar para as casas que foram obrigadas a abandonar em consequência das fortes radiações emitidas pela central, muito afetada no tsunami de 11 de março de 2011.
Mas algumas pessoas afetadas hesitam em retornar, pois ainda temem a radiação.
Quase três anos depois do terremoto e maremoto que provocaram o acidente nuclear de Fukushima, nordeste do Japão, quase 100.000 pessoas da região permanecem afastadas de suas casas, segundo a Agência de Reconstrução.
Moradores de Fukushima em abrigo de Tamura após a passagem do tsunami em março de 2011. (google)

Japão planeja manter importância da energia nuclear

O governo do Japão apresentou em 25/02/14 uma estratégia de longo prazo para o setor energético que mantém a energia nuclear como uma fonte integral de eletricidade. Isso efetivamente reverte a promessa feita pela administração anterior de desligar todas as plantas nucleares.
Desde o acidente na planta de Fukushima Daiichi, em março de 2011, há uma ampla oposição ao uso da energia nuclear. Mas, desde que assumiu o governo no fim de 2012, o primeiro-ministro Shinzo Abe tornou claro que procura religar os reatores que foram considerados seguros pelas novas regulações.
A proposta do governo, que ainda não é final, diz que "a energia nuclear é uma importante base de carga para a eletricidade". Isso significa que as plantas nucleares continuarão no núcleo da produção de energia. Em tempos de alta demanda, outras fontes de energia, como as provenientes de combustíveis fósseis, apoiariam a capacidade de produção.
O plano não forneceu nenhum nível de produção para as plantas nucleares. Em vez disso, o documento afirma que o governo irá avaliar a escala da capacidade de geração de energia nuclear que será necessária no futuro.
Antes do acidente de Fukushima, a energia nuclear representava aproximadamente 30% da produção energética, e o governo planejava elevar a proporção para 50%. O plano foi descartado, mas Abe acredita que a energia nuclear é vital para manter a indústria japonesa competitiva, já que o desligamento das plantas tornaria a conta de luz mais cara.
Uma pesquisa conduzida em 22 e 23 de fevereiro pela Fuji Television revelou que 53% dos entrevistados são contra o reinício dos 48 reatores nucleares do Japão. A pesquisa, conduzida com 1.000 pessoas, também revelou que o apoio ao governo de Abe é de 53%.
O governo atrasou a decisão sobre o plano em mais de um mês. Autoridades disseram ter recebido mais de 19 mil comentários públicos sobre o rascunho original, publicado em dezembro. (yahoo)

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

MCTI, Ibict e agência GIZ farão site sobre energia heliotérmica

Shams 1. Foto Arabian Gazette – Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos, uma federação de reinos ricos em petróleo, colocou em operação a maior usina de Energia Solar Concentrada (CSP) do mundo, cujo custo de construção foi de US$ 600 milhões, e que fornecerá energia para 20 mil residências.
Plataforma será importante canal de informações em português sobre esse tipo de tecnologia.
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), por meio do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), e em parceria com a Agência de Cooperação Internacional do governo da Alemanha (GIZ, na sigla original), vão criar um portal de informações, comunicação e aprendizagem sobre energia solar concentrada(CSP, na sigla em inglês).
Segundo o coordenador de Tecnologias Setoriais de Energia da Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (Setec/MCTI), Eduardo Soriano, a plataforma online será “o mais importante” canal de informações em português sobre CSP e contribuirá para a difusão do conhecimento acerca do tema no país.
O site também deve fomentar a imagem desse tipo de tecnologia no Brasil, ao estabelecer a comunicação entre a iniciativa privada, universidades, governo e organizações não governamentais (ONGs), além de promover intercâmbio e trabalho conjuntos. A previsão é a de que o site seja lançado ainda neste semestre.
Cooperação Brasil-Alemanha
O projeto integra as atividades de cooperação bilateral Brasil-Alemanha em energia solar concentrada, que prevê um conjunto de ações para capacitar o país a desenvolver e utilizar essa energia. “O objetivo é criar condições para introduzir uma nova fonte de energia no país”, pontuou Soriano.
A ação vai ao encontro de outras iniciativas coordenadas pelo MCTI, como a publicação de uma chamada pública, no ano passado, para “Capacitação Laboratorial e Formação de Recursos Humanos em Energia Eólica e Energia Heliotérmica”, que disponibilizou R$ 3,5 milhões para projetos nessa área.
“Hoje temos investido em parques eólicos e energias fotovoltaicas, que são os painéis solares, e estamos nos preparando para uma futura inserção da energia heliotérmica”, informou o coordenador do MCTI. (ecodebate)

Por que não aproveitar esse ‘mundão’ de energia?

Sol. Por que não aproveitar esse ‘mundão’ de energia?
Ao longo da história do progresso da humanidade, a utilização prioritária de energias não renováveis vem causando sérios problemas ambientais nas várias partes do nosso planeta, e a tendência é de esgotamento e/ou escassez, fato que provocará sérios problemas de ordem econômica e social nas várias partes do mundo. A utilização de energias alternativas se constitui em providências imprescindíveis à infraestrutura necessária para garantir tranquilidade à existência humana. Nesse contexto, a energia solar aparece como uma excelente alternativa, notadamente nas regiões de maior incidência de calor proveniente do sol que é extremamente abundante em nosso Estado, e o maior aproveitamento da energia dele proveniente vai beneficiar não somente o meio ambiente, mas os próprios consumidores, que passarão a dispor de uma energia limpa, renovável e muito mais barata.
O cenário de demanda crescente e escassez de recursos naturais impõem ao gestor público a busca por novos modelos de produção de energia, preferencialmente por processos que não causem danos ao meio-ambiente. O estímulo à produção de eletricidade pelo aproveitamento da luz solar não é apenas necessidade, mas obrigação para o desenvolvimento de qualquer plano racional de expansão da oferta desse insumo no País. “Trata-se de geração de energia limpa e renovável, cuja matéria prima é inesgotável e abundante, além de, obviamente, gratuita.” (Júlio Campos).
O Brasil e rico em recursos naturais e possui recursos humanos disponíveis para atuar na geração de energia solar fotovoltaica. No entanto, apesar de notáveis esforços em algumas fontes renováveis de energia, são poucos os resultados que promovam a inserção da energia fotovoltaica na matriz elétrica nacional. As Parcerias Públicas Privadas (PPPs) são o futuro das relações entre poder público e setor privado, e essa modalidade de concessão representa a ponte para o desenvolvimento do Brasil. Com a crescente necessidade de se economizar dinheiro e recursos naturais, mediante uma tecnologia sustentável, um dos grandes trunfos é a sustentabilidade gerando economia tanto financeira quanto ecológica, e o resultado é mais satisfatório, As fontes naturais de energia são gratuitas e não prejudicam o meio ambiente, pode ser realizado por meio de uma PPP, em que tanto o setor público quanto a iniciativa privada usufruem dos benefícios a curto, médio e longo prazo.
A tendência mundial é a busca por novas fontes de energia que possam atender ao acelerado crescimento da demanda, de forma não poluente e sustentável. No Brasil, temos diversas fontes energéticas, sejam as que já estão consolidadas como as que despontam no cenário, a médio e longo prazo. No caso da geração de energia elétrica a partir de fontes fotovoltaicas o mercado brasileiro é extremamente promissor. Além do fato do país possuir uma fonte inesgotável do principal insumo, o Sol, também dispõe da matéria prima essencial para produção do silício utilizado na fabricação das células fotovoltaicas. A cogeração de energia solar, por sua vez, permite que alguns anos após o investimento, o consumidor nem tenha conta de luz para pagar, apenas a taxa de utilização da rede. Uma nova resolução do governo permite que residências e pequenas empresas façam geração para a rede nacional. Mas a falta de incentivos é um obstáculo.
O atraso na energia solar fotovoltaica se deve, segundo o consultor Carlos Faria Café, a um intenso lobby para manter as usinas e o negócio na mão de poucos. Ele refere-se então a existência de tecnologias paradas no tempo em universidades. E conclui reiterando que a energia solar é de longe a mais barata fonte de energia. Produzindo energia solar perto do local de consumo (em nossos telhados), seus custos são bastante competitivos, escreve ainda o consultor Carlos Faria Café. Evitam-se grandes usinas e linhas de transmissão: a infraestrutura está pronta e vem do sol de graça. Em várias regiões do Brasil, hoje já é mais barato produzir a própria energia do que comprar das distribuidoras.”
Temos um país com alto potencial para a geração de energias renováveis, A localização geográfica do Brasil favorece a geração de energia solar em grande escala em regiões onde o sol brilha o ano inteiro. “Moro num país tropical, abençoado por Deus” (Jorge Ben Jor), e rico em energia por natureza e que, por isso mesmo, deveria fazer mais para aproveitar um de seus mais preciosos recursos naturais: a energia proveniente do Sol. Porém, a má administração do governo faz com que ele desperdice oportunidades de explorar fontes de energia limpa. Está na hora de mudar o dito popular “Deixa estar para ver como é que fica”
Os investimentos em ciência e pesquisa também são baixos, ficando concentrados nas áreas ligadas ao petróleo e a biocombustíveis”. O discurso oficial sempre pendeu mais para “vamos esperar o preço cair’ do que para criar legislação que incentive essas energias renováveis.” (Ricardo Baitelo).
Ninguém tem dúvidas de que as energias renováveis vão dominar no futuro. É um processo irreversível, com a Resolução 482 da Aneel*, publicada em dezembro de 2012, abrem-se perspectivas para que os brasileiros possam gerar sua própria energia através do mecanismo de net-metering, onde é possível instalar uma usina solar em nosso telhado e, através do uso de um relógio de medição bidirecional, trocar energia com a distribuidora. “A saída para o desenvolvimento da produção solar, segundo Lima, é através da Geração Distribuída, com a instalação de painéis fotovoltaicos em casas, empresas, estabelecimentos comerciais e prédios, por exemplo.”
Fica o questionamento. Você já se perguntou por que não usar a energia solar? O Sol brilha, despejando 1000 watts de energia por metro quadrado da superfície do nosso planeta. Por que não aproveitar esse mundão de energia? (ecodebate)

Esquenta a produção global de energia solar

O mundo precisa mudar a matriz energética utilizando fontes renováveis e limpas. A possibilidade da produção de combustíveis fósseis atingirem o pico da produção em um futuro não muito distante faz crescer a busca por energias alternativas. A energia solar fotovoltaica (Photovoltaics – PV) é a forma de produção de eletricidade que mais cresce no mundo atualmente.
De 1995 a 2013 a capacidade global de produção de energia solar fotovoltaica aumentou mais de 200 vezes, passando de 0,6 gigawatts (GW) para mais de 120 GW. Foi um crescimento exponencial impressionante. Se a produção de energia fotovoltaica mantiver um ritmo de dobrar a capacidade instalada a cada 3 anos, a crise energética da humanidade poderia ser equacionada em até 30 anos.
Mas a maior parte dos governos do mundo – pressionados pelo lobby das empresas petrolíferas – preferem manter os investimentos e os subsídios aos combustíveis fósseis. Se houvesse um redirecionamento das prioridades as energias alternativas poderiam decolar com mais rapidez.
Os cenários até 2017 indicam uma continuidade do crescimento exponencial e variam segundo a perspectiva que segue o crescimento normal dos últimos anos ou a perspectiva com apoio das políticas públicas que pode acelerar o ritmo de crescimento da energia solar.
No cenário normal (Business-as-usual) a capacidade instalada chegaria a 284 GW em 2017 (isto seria o equivalente a 20 usinas de Itaipu). No cenário com apoio do poder público (Policy-driven) a capacidade instalada poderia chegar a 419 GW (equivalente a 30 usinas de Itaipu).
Segundo relatório da Bloomberg New Energy Finance (BNEF) o preço de uma célula de energia fotovoltaica custava US$ 76,67 por watt em 1977 e caiu para US$ 0,74 por watt em 2013, devendo chegar a US$ 0,64 por watt em 2014. Com preço competitivo e abaixo do preço do carvão mineral, a perspectiva é que o crescimento exponencial da energia solar continue ou até se acelere. A BNEF estima que a capacidade instalada de energia fotovoltaica em 2013 foi de 36,7 GW (o maior crescimento anual de todos os tempos), acima dos 35,5 GW da energia eólica (que, por sua vez, teve o menor crescimento dos últimos 5 anos).
Neste ritmo, o mundo teria muita energia limpa até 2040 e o clima se beneficiaria drasticamente pela redução dos gases de efeito estufa provocados pela queima de combustíveis fósseis. Países com Alemanha e China estão investindo pesadamente na pesquisa e na tecnologia de produção de energia solar. Estes países poderão ganhar duplamente, pois além se livrar de combustíveis poluidores, vão poder exportar conhecimento e equipamentos solares.
A poluição do ar, provocada pela queima de carvão e outros combustíveis fósseis, tem feito a China acelerar projetos como o da construção da maior usina solar do mundo, com capacidade instalada de dez mil megawatts, em Xinjiang. O projeto levará quatro anos para ser finalizado, mas os primeiros painéis começarão a operar neste ano. Se algo assim fosse feito na Amazônia, não seria necessário a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte. A China instalou um recorde de 12 GW de energia solar em 2013 e pretende instalar 16 GW em 2014, segundo as últimas informações da BNEF.
Enquanto o mundo avança na produção de energias eólica e solar, o Brasil se atola na produção de petróleo do pré-sal, que além de ser um combustível do passado, contribui para o aquecimento global e a poluição da terra, da água e do ar. E para contrariar os críticos, o governo anuncia que fará as primeiras explorações do chamado gás de xisto com todas as suas consequências nefastas.
Artigo de Heitor Scalambrini Costa, no ECODEBATE (21/01/2014), mostra que a energia solar fotovoltaica de uso residencial teria tudo para deslanchar no Brasil, após a edição da Resolução Normativa (RN) no 482/2011, da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). No entanto, os avanços têm sido pífios:
A contribuição da eletricidade solar na matriz elétrica é desprezível, pois a falta de interesse do governo federal dificulta uma maior disseminação dessa tecnologia – madura e promissora. Entendemos ser completamente sem cabimento a falta de apoio a eletricidade solar. E a justificativa de ela ser mais cara esbarra com a experiência mundial que mostra ser o apoio do Estado necessário para desenvolver o mercado. Energia solar e a falta de interesse do poder público
O Brasil, que pela área geografia e localização, é potencialmente favorável ao desenvolvimento de sistemas fotovoltaicos, convive com um atraso nesta área em relação a outras nações. Nosso país poderia ser a “Arábia Saudita” da energia renovável. Mas para tanto precisaria investir e planejar o aumento da capacidade instalada para aproveitar, gratuitamente, a enorme força dos ventos e o intenso calor do sol, dádivas que a natureza nos brindou. (ecodebate)


segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Como Economizar Energia Elétrica em casa

Temos dicas de como economizar energia e preservando assim o nosso planeta que precisa de nossa ajuda. Vamos juntos explorar outras formas de produção de energia e o uso consciente de nossos recursos. Assim abaixo teremos dicas práticas de como economizar energia elétrica em casa.
Este site tem como objetivo mostrar como economizar energia elétrica através de formas alternativas de geração de energia e reaproveitamento de energia. Podemos usar a energia eólica a energia solar, também temos o aquecimento solar, o reaproveitamento das águas das chuvas, também hábitos de uso correto dos recursos que temos facilitam o uso racional da energia elétrica.
Como Economizar energia no ar condicionado
O condicionador de ar é um dos “vilões” no consumo de energia. Utilize-o apenas o mínimo necessário.
Mantenha portas e janelas bem fechadas para evitar entrada de ar do ambiente externo.
Verifique o correto funcionamento do termostato; regulando-o adequadamente (25º).
Se possível, instale o aparelho onde ele não fique exposto ao sol.
Desligue sempre que se ausentar do ambiente;
Limpe periodicamente os filtros de ar;
Dê preferência aos condicionadores de ar que possuem o Selo PROCEL, que consomem de 12 a 26% menos energia.
Como Economizar energia no chuveiro
O chuveiro elétrico é responsável por mais de 25% do consumo de uma residência. Assim para economizar energia no chuveiro:
Limite seu tempo debaixo da água quente ao mínimo possível.
Não tente aproveitar uma resistência queimada, isso aumenta o consumo.
Nos dias quentes, mantenha a chave de temperatura na posição "verão" (na posição "inverno", o consumo é aproximadamente 30% maior).
Limpe periodicamente a saída de água;
Como Economizar energia no televisor
O televisor é responsável por cerca de 5 a 15% do consumo total de uma residência.
Não deixe o televisor ligado sem necessidade.
Não durma com o televisor ligado.
Evite acidentes. Não tente consertar o televisor: mesmo desligado existe o risco de choque.
As TVs modernas consomem menos energia que as antigas. Ao trocar, dê preferência às com o selo PROCEL;
Como Economizar energia na geladeira
A geladeira é responsável por cerca de 30% do consumo total de uma residência.
Coloque a geladeira em local ventilado, afastada de paredes, fora do alcance dos raios solares e distante de fogões e estufas.
Não use a parte traseira da geladeira para secar panos ou roupas.
Não deixe aberta, nem fique abrindo desnecessariamente.
Não coloque alimentos quentes na geladeira.
Descongele sua geladeira regularmente.
Observe as recomendações do fabricante.
Dê preferência aos refrigeradores com o selo PROCEL, que gastam menos energia;
Não forre as prateleiras. Isso prejudica a circulação interna de ar;
Troque a borracha de vedação se ela estiver rasgada ou furada, assim a geladeira não perde ar frio.
Como Economizar energia na máquina de lavar
A máquina de lavar roupa consome 2 a 5% do consumo total de uma residência.
Leia com atenção o manual do fabricante para tirar maior proveito de sua máquina de lavar.
Use a máquina sempre em sua capacidade máxima;
Use a dosagem correta de sabão, assim não será preciso repetir a operação "enxaguar"
Limpe os filtros com frequência.
Como Economizar energia na iluminação
A iluminação é responsável por cerca de 20% do consumo total de uma residência. Lembre-se de apagar as lâmpadas dos ambientes desocupados.
Evite acender qualquer lâmpada durante o dia, utilizando melhor a iluminação natural.
Lâmpadas de maior potência consomem mais energia.
Ao sair de um ambiente, apague a luz;
Dê preferência às lâmpadas fluorescentes, que iluminam mais e duram de 6 a 10 vezes mais que as normais;
A lâmpada fluorescente compacta com um reator de 12 watts fornece a mesma iluminação que uma incandescente - normal - de 60 watts. Menor potência é igual a menor consumo, e sua conta fica mais barata;
A lâmpada fluorescente comum de 40 watts ou especial de 32 watts ilumina mais que a lâmpada incandescente de 150 watts;
Verifique se a lâmpada fluorescente comprada possui o selo PROCEL, que significa um ano de garantia;
Vidros transparentes permitem uma iluminação maior que vidros leitosos ou escuros;
Limpe sempre as luminárias. A sujeira diminui a iluminação.
Comparação entre lâmpadas
Lâmpada normal - Lâmpada eficiente
Incandescente de 40 W - Fluorescente compacta de 9 W
Incandescente de 60 W - Fluorescente compacta de 12 W
Incandescente de 100 W - Fluorescente compacta de 23 W
Como Economizar energia no ferro elétrico
O ferro elétrico é responsável por cerca de 5 a 7% do consumo total de uma residência. É melhor acumular a maior quantidade possível de roupas, para passá-las de uma só vez.
Use a temperatura indicada para cada tipo de tecido, no caso de ferro automático.
Nunca deixe o ferro ligado, mesmo por pequenas interrupções.
Como Economizar energia nos Eletrodomésticos e Equipamentos em Geral
Ligue somente o aparelho que será usado, e desligue-o logo após o uso;
Sempre que possível, use aparelhos elétricos fora do horário de pico (de 18h a 21h);
Quando comprar o aparelho, procure o tamanho e a potência adequados para sua necessidade;
Compare o termo de garantia e o termo de assistência técnica dos diferentes fabricantes;
Ao adquirir o aparelho, leia com atenção o Manual de Instruções;
Guarde o manual e o termo de garantia, pois sempre serão úteis.
Como Economizar energia na Fiação
Faça a manutenção periódica da instalação elétrica;
Não use e não toque em fios desencapados;
Isole corretamente as emendas de fios com conectores ou fitas isolantes.
Como Economizar energia no Disjuntor
Ao mexer nas instalações elétricas, desligue o disjuntor;
Quando o disjuntor desligar sozinho, houve sobrecarga ou curto-circuito, portanto, só ligue depois da inspeção de um técnico.
Como Economizar energia nas Tomadas
Use uma tomada para cada equipamento;
Verifique a tensão correta (voltagem) dos aparelhos e das tomadas, para não danificar o equipamento;
Não use e nem encoste instrumentos metálicos nas tomadas;
Como Economizar energia com Motor Elétrico
Use apenas motores com a potência indicada pelo fabricante. Superdimensionar ou subdimensionar o motor causa prejuízo;
Dê preferência aos motores com o Selo PROCEL.
Como Economizar energia evitando Fuga de Corrente
Emendas de fios mal feitas, fios desencapados e isolamentos desgastados causam fuga de corrente e choques. Além do perigo que representa, há o aumento no consumo de energia. (eolicario)

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Trios elétricos de Salvador/BA serão abastecidos com B50

Pelo sexto ano consecutivo, o Carnaval de Salvador contará com a energia da Petrobras para movimentar trios e carros de apoio na folia baiana. Com autorização da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP), a Companhia disponibilizará 65 mil litros do biodiesel B50 como combustível para os trios elétricos nos dias de festa.
O produto, oriundo de fontes renováveis, será o combustível oficial da folia. “O Carnaval de Salvador é movido a óleo diesel, que é combustível para os trios elétricos. Sem trio elétrico, o Carnaval não existiria. A gente contribui fornecendo um óleo limpo, que polui e agride menos o meio ambiente”, afirmou Darcles Andrade, gerente de Comunicação Institucional da Petrobras.
O combustível abastecerá 120 trios elétricos. Com o uso do biodiesel B50, deixarão de ser emitidas cerca de 50 toneladas de gás carbônico, diminuindo os danos à Camada de Ozônio. Os dados foram resultados de cálculos feitos pela própria empresa estatal. (biodieselbr)

Consumo de biocombustível crescerá muito até 2060

Consumo de biocombustível pode crescer 10 vezes até 2060
Os biocombustíveis têm tudo para continuar crescendo – e bastante – no longo prazo.
De acordo com projeções elaboradas pela petroleira anglo-holandesa Shell, o consumo de biocombustíveis vai crescer de 5 a 10 vezes até 2060.
As conclusões fazem parte da atual edição do Novas Lentes, no qual a empresa elabora sua visão de longo prazo para a indústria global de energia.
O estudo contempla dois cenários.
O primeiro deles, chamado “montanhas”, é mais conservador com menor crescimento econômico e manutenção do status quo – nele as fontes convencionais de energia matem seu predomínio.
No outro, chamado “oceanos”, associa maior crescimento econômico com desenvolvimento de outras fontes de energia. (biodieselbr)

Usinas investem para se adequarem a novo teor de água

Elogiada pelo compromisso com a qualidade, nova especificação, que reduz o teor de água do biodiesel a partir do ano que vem, também causa temor na cadeia produtiva.
Desde maio de 2012 ficaram estabelecidos os parâmetros da nova especificação do biodiesel.
A qualidade era um ponto que incomodava o setor desde a introdução do B5, e uma das principais alterações dizia respeito à redução do teor de água do biocombustível.
Essa mudança no teor de água seria gradativa: 380 partes por milhão (ppm) até 60 dias após a publicação da resolução (Diário Oficial da União de 18 de maio de 2012); 350 ppm até 31 de dezembro de 2013; e 200 ppm a partir de 01/01/15.
A instituição dos novos padrões acompanhou as tentativas da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) de incrementar a qualidade do óleo diesel vendido no Brasil. “Vale mencionar que as alterações são de suma importância para garantir a qualidade do óleo diesel S10, que passou a ser comercializado no país no início deste ano”, afirmou a agência. Desde janeiro de 2013, o chamado S10 começou a ser vendido nas principais regiões metropolitanas do país em substituição ao S50.
O coordenador do Laboratório de Análises de Combustíveis Automotivos (Lacaut) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Carlos Itsuo Yamamoto, afirma, porém, que o novo padrão se deve à necessidade de tornar o biodiesel um combustível mais eficiente, independentemente do S10. “A nova especificação reduz a acidez, dando mais sobrevida ao armazenamento”, esclarece Yamamoto, também professor de engenharia química na UFPR.
Cada um no deu quadrado
Embora haja reconhecimento de que os novos patamares representem um passo adicional para a cadeia produtiva – inclusive no que diz respeito ao aumento da mistura –, a medida impõe diferentes desafios para cada um de seus elos.
A Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil (Aprobio), por exemplo, afirma que a legislação mais dura, ao obrigar as usinas a fabricarem um biodiesel mais seco, vai encarecer o produto sem que haja uma garantia de melhora nos padrões. “Acreditamos que a exigência do novo limite vai agregar um custo adicional que pode não ter um retorno proporcional em termos de melhoria de qualidade”, diz Julio Minelli, diretor superintendente da associação.
A preocupação dos produtores é que, por se tratar de um combustível higroscópico – que absorve a umidade com facilidade –, o biodiesel não chegue às distribuidoras dentro da qualidade esperada. Nesse caso, os esforços e investimentos adicionais em novos equipamentos correm o risco de nãodar o resultado esperado. Minelli ressalta que fabricar um biodiesel com 200 ppm de água vai modificar os custos operacionais do setor, uma vez que exige um gasto maior de energia para remoção de água e a instalação de tanques inertizados com nitrogênio para impedir o contato entre o biodiesel e o ar atmosférico. “Já estamos há mais de dez meses com o limite de 350 ppm e não há registro de que tenha sido detectado qualquer fato de alteração na qualidade final do combustível, mesmo em relação ao S10”, pontua.
O receio da Aprobio é compartilhado por Luciano Libório, diretor de abastecimento e regulamentação do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combutíveis e Lubrificantes (Sindicom). “Essa nova especificação é mais restritiva do que a europeia”, constata. Por esse motivo, a entidade está pleiteando junto à ANP a adoção de uma margem de tolerância de manuseio na distribuição e revenda para tornar a operação viável. O sindicato está preparando material técnico a respeito do assunto para entregar à agência.
O nó do problema está na exigência de que o parâmetro se mantenha inalterado ao longo de todos os elos da cadeia. Isso, no entender do Sindicom, dificultaria o trabalho dos distribuidores e revendedores. “Não existe forma de garantir que o produto seja entregue abaixo de 200 ppm, já que não é obrigação do produtor e oneraria ainda mais o produto”, explica Libório. “A preocupação é a mesma que o setor teria com qualquer outro combustível que tenha o padrão modificado sem prever tolerâncias para os elos seguintes ao produtor”, destaca.
A Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Lubrificantes (Fecombustíveis) vê a mudança com melhores olhos, uma vez que espera que os padrões mais rígidos no topo da cadeia ajudem a diminuir os custos de manutenção nos postos. Entretanto, apresenta receio semelhante ao do Sindicom. “Do transporte da usina para a distribuidora e dali para o consumidor é preciso haver cuidados, inclusive no próprio posto, sobretudo no manuseio, armazenagem, limpeza e troca de filtros”, afirma Paulo Miranda Soares, presidente da Fecombustíveis.
Ele também ressalta o quanto é difícil manter um padrão ao longo de toda a cadeia. “O produto viaja por todo o país para chegar às bases, ser armazenado e, posteriormente, misturado ao diesel. Como o processo é longo, em cada uma das etapas existe a absorção de água, o que contribui negativamente para a qualidade”, adverte Soares.
Yamamoto cita a faixa de tolerância exígua do Arla 32 (Agente Redutor Líquido Automotivo), que consiste em uma solução à base de ureia utilizada no sistema de exaustão. Obrigatório a partir de 2012, sua introdução exigiu mudanças na cadeia produtiva como um todo para adequação. “A nova especificação ficou tão rígida, a exemplo do que aconteceu com o biodiesel, que exigiu uma adaptação dos procedimentos”, avalia o professor da UFPR. Nesse contexto, ele considera fundamental a mudança nos padrões do transporte de biodiesel a fim de atingir o objetivo proposto com o novo patamar. “A cadeia produtiva nunca viu essa possibilidade como necessidade, porém, a partir de agora, a inertização é a opção para manter esse patamar”, opina, sem calcular qual seria o custo dessa opção para o consumidor final.
Fiscalização indefinida
Em meio ao debate, ainda há um ponto cego. A ANP não determinou como será feita a fiscalização da nova especificação e não respondeu ao questionamento de BiodieselBR a respeito. Essa indefinição vem causando arrepios aos donos de postos. “A esperança da revenda brasileira é de que essa mudança incremente a qualidade do produto. Caso contrário, quem arca com a má qualidade será o posto. Não sabemos se, de fato, isso vai acontecer”, diz Soares, da Fecombustíveis.
Soares também diz temer que o movimento percebido depois da introdução da mistura obrigatória acabe se repetindo. “Antes da adição, o índice de não conformidade constatado pelo Programa de Monitoramento da Qualidade de Combustíveis da ANP ficava em torno de 1,7%, contra os atuais 3%”, diz. De acordo com dados da ANP, as inconformidades do diesel, em 2007, último ano antes da mistura, eram encontradas em 1,9% das amostras. A partir de 2008, os índices sempre superaram 2%.
Contudo, uma olhada mais cuidadosa nos números desde 2003 revela algo significativo, válido especialmente para os anos antes de 2006, quando um volume menor de amostras revelava percentagens superiores de não conformidades.
Ainda assim, é difícil não reconhecer que a Fecombustíveis tem bons motivos para se preocupar. Em caso de autuação, o posto revendedor recebe multa no valor mínimo de R$ 20 mil e há abertura de um processo criminal. Caso a situação se repita, o posto pode ter o registro revogado pela ANP, sendo impedido de vender o diesel por até 5 anos.
A introdução desse patamar mais rígido vai representar mais custos para as usinas. Já para as distribuidoras, se não houver uma tolerância da ANP, os gastos podem ser ainda maiores. Esse incremento no custo teria de ter sido pesado com o benefício de se manter o biocombustível com tão pouca água em toda a cadeia. E, pelo que o setor tem demonstrado, o benefício é muito menor que o custo. Será que não chegou a hora de a ANP se posicionar sobre o assunto?
Inertização no transporte encarece valor do biodiesel
A fim de evitar a absorção de água durante o armazenamento e transporte do biodiesel, a inertização com nitrogênio aparece como solução. Contudo, a cadeia produtiva entende que essa possibilidade deve encarecer ainda mais o valor do combustível. De acordo com Erik Mota, gerente executivo de marketing e desenvolvimento da Air Liquide Brasil, empresa que produz e comercializa gases para usos industriais e hospitalares, a nova especificação é vista como possibilidade de mercado. “Já possuímos soluções para a garantia de qualidade durante a estocagem e o transporte”, afirma.
A inertização pode ser usada, independentemente da distância, desde que haja o dimensionamento dos gases. “A solução se apoia em dois fatores: qualidade do gás e eficácia do sistema de injeção para assegurar a produção de uma atmosfera efetiva”, afirma Mota. A empresa confirma, sem entrar em detalhes, que produtores e distribuidores do segmento já estão aplicando a solução. Mota revela que não há como estimar um custo padrão, já que deve ser personalizado conforme a distância e a quantidade de biocombustível transportado.
O Sindicom alega desconhecer essa opção para o mercado de biodiesel. E a Fecombustíveis mostra preocupação com o valor do biocombustível como um todo. Para Carlos Itsuo Yamamoto, coordenador do Lacaut/UFPR, o biodiesel precisa ser incentivado da mesma forma que o etanol, com isenção de impostos, a fim de se manter viável economicamente. “Essa igualdade daria melhores condições para que o biodiesel se tornasse mais atrativo, mesmo com a inertização”, avalia. (aboissa)

Brasília/DF transformará óleo de cozinha em biodiesel

Brasília transformará óleo de cozinha usado em biodiesel
A Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) vai lançar uma campanha para coleta e reciclagem de óleo de cozinha usado. Batizada de "Óleo na pia, nem pensar!", iniciativa anunciada oficialmente. Todo o material recolhido será transformado em biodiesel.
A campanha tem o objetivo de motivar a população a armazenar, em garrafas PET, o óleo de cozinha usado e entregá-lo nos Pontos de Entrega Voluntária (PEV), que serão inaugurados até o final de fevereiro em 14 escritórios da Caesb. "A ideia é fazer uma coleta seletiva, evitando que esse poluente entre na rede", afirmou o superintendente da Unidade de Monitoramento e Informações de Recursos Hídricos da Caesb, Fernando Starling.
O óleo consumido nos domicílios brasileiros costuma ser despejado em ralos, pias e vasos sanitários o que provoca entupimento nas instalações de esgoto. Quando chega às redes de coleta de esgoto, mistura-se a restos de lixo jogados indevidamente pela população e forma uma barreira rígida de sujeira, uma das grandes causadoras de transbordamentos.
"Cerca de R$ 500 mil são gastos por ano em manutenção por conta do óleo. Além disso, o tratamento da água contaminada por esse resíduo fica mais caro. Cada litro de óleo encarece R$ 0,25 no tratamento de esgoto. Com a campanha vamos reduzir esses custos", ressaltou Starling.
O entupimento não é o único prejuízo causado pelo óleo de cozinha. Quando lançado nos rios, contamina a água e prejudica a oxigenação das plantas aquáticas e peixes.
Biodiesel
Todo o óleo recolhido será utilizado na produção de biodiesel com parte de uma parceria entre a Caesb e a Embrapa Agroenergia. O combustível fabricado será utilizado para abastecer veículos das duas empresas, inclusive os carros que farão o transporte do próprio óleo doado.
A usina que fará a conversão está em fase final de construção e teve R$ 2,4 milhões de investimento provenientes da Fundação de Inovação e Pesquisa. (biodieselbr)


Parâmetros de qualidade do biodiesel pela espectrofotometria UV/Vis

Determinação de parâmetros de qualidade do biodiesel utilizando espectrofotometria UV/Vis
Ao longo do seu desenvolvimento humanidade criou uma dependência dos combustíveis derivados do petróleo como a gasolina e o diesel.
Porém nos últimos anos assuntos como aquecimento global e esgotamento das fontes de petróleo fizeram com que a sociedade buscasse novas alternativas energéticas que fossem de fonte renovável e de queima limpa e entre essas novas alternativas está o biodiesel que é proveniente de fontes vegetais e animais tais como soja, dendê gordura bovina e etc.
O biodiesel é produzido através de uma reação de transesterificação do óleo com um álcool, metanol ou etanol, dando como principal subproduto a glicerina.
Quando presente em grandes quantidades no biodiesel a glicerina pode causar danos ao motor como entupimento de bombas de injeção e acumulo no fundo do tanque de armazenamento e quando submetida a altas temperaturas sofre decomposição e libera acroleína, substância nociva ao meio ambiente.
A glicerina na presença de periodato sofre uma clivagem oxidativa gerando como produtos formaldeído, ácido fórmico, iodato e água. Neste trabalho será apresentada uma metodologia para determinação de glicerina baseada na reação desta com o periodato, clivagem oxidativa.
Por espectroscopia UV/VIS será medida a reação do iodato com o iodeto para gerar o triiodeto que será analisado no comprimento de onda de 350 nm.
Para quantificação das amostras foi feita uma curva de calibração com uma faixa linear de 1,51x10-6 a 9,05x10-6 mol L-1 e com R2 de 0,9988, com limites de quantificação e de detecção de 1,71 e 0,51 mg L-1 respectivamente.
Os dados os obtidos foram comparados com os dados obtidos por eletroforese capilar. (ufsc)

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Combustíveis fósseis e a matriz energética brasileira

Combustíveis fósseis dominarão a matriz energética até 2040
A boa notícia no campo energético é que as fontes renováveis são as que mais crescem no mundo atualmente. A capacidade instalada solar global cresceu 41% em 2012, alcançando a marca de 100 GW (1 GW, gigawatt = 1000 megawatts, MW), sendo que o aumento desde 2007 foi de cerca de 900%. Já a capacidade instalada da energia eólica chegou a 300 GW.
A má notícia é que os combustíveis fósseis continuarão dominando a matriz energética na primeira metade do século XXI. A Administração de Informação de Energia dos Estados Unidos (EIA, na sigla em inglês) no International Energy Outlook 2013 (Panorama da Energia Mundial 2013), projeta que, devido ao crescimento demo-econômico, o consumo de energia passará das atuais 524 quatrilhões de unidades térmicas britânicas (Btu) para 820 quadrilhões de Btu em 2040.
Os combustíveis fósseis deverão manter o domínio e devem atender 80% dessa nova demanda. O petróleo continuará como a principal fonte de energia do planeta, e registrará um aumento de 36% em sua demanda, o que deve pressionar os preços, que podem chegar a US$ 163 o barril, em 2040. O gás natural deve crescer, 1,7% ao ano.
O carvão deverá manter a segunda posição, especialmente porque China e Índia são grandes produtores e consumidores. No entanto, a EIA prevê que a participação desse combustível fóssil na matriz deverá decrescer a partir de 2025, devido aos imperativos ambientais e climáticas.
O gás de xisto tem sido a grande sensação nos EUA. Mas segundo reportagem da Bloomberg: “O poço Serenity 1-3H, da Chesapeake Energy, perto de Oklahoma City, jorrou petróleo em 2009, produzindo mais de 1,2 mil barris por dia e dando início a uma corrida de perfuração de poços que se estendeu até o Kansas. Agora, o poço fornece menos de 100 barris por dia, segundo registros do Estado. O rápido declínio do Serenity lança luz sobre um segredo muito bem ocultado sobre o boom do petróleo: ele pode não durar”. Por tudo isto, cresce o movimento “Global Frackdown” para banir a exploração do gás de xisto e a prática do fracking.
O relatório destaca que as fontes renováveis estão ocupando um espaço cada vez maior, porém ainda não são capazes de reverter o predomínio dos combustíveis fósseis na matriz energética global. As fontes de energia não fósseis (hidrelétricas, eólica, solar, nuclear, etc.) ocupavam 16% da matriz energética em 2010 e devem passar para 22% em 2040.
Desta forma, as atividades antrópicas vão continuar emitindo gases de efeito estufa, agravando o problema do aquecimento global e dos eventos climáticos extremos. Fenômenos como o supertufão Haiyan, que devastou as Filipinas, podem se tornar cada vez mais frequentes e intensos, com prejuízos não só para a humanidade, mas para a saúde dos ecossistemas e da biodiversidade do Planeta. (ecodebate)

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Maior empresa de energia eólica do País surgiu na crise

A empresa Renova foi fundada por Ricardo Delneri e Renato Amaral em 2001, ano de uma das piores crises energéticas da história do País.
Maior parque eólico da América Latina em Caetité/BA foi construído pela Renova.
O Brasil vivia uma das piores crises energéticas da história quando Ricardo Delneri, ao lado do amigo Renato Amaral, fundou a Renova – hoje a maior empresa de energia eólica do País. Embora os preparativos tenham começado um ano antes, foi em 2001 que a empresa realmente começou a operar.
A carteira de projetos tinha apenas três Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH), incluídas no Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia (Proinfa). A equipe também era pequena, no máximo de 12 pessoas. Em 2006, quando os dois sócios decidiram apostar na força dos ventos, o escritório teve de ser ampliado. "Trouxemos até gente do exterior para ajudar nos estudos. Aqui ainda havia poucos profissionais", diz Delneri.
Ele conta que o começo não foi fácil. "Poucos loucos acreditavam num preço tão competitivo para a energia eólica. Nem nós. A gente imaginava que fosse uma fonte complementar." Mas, apesar da desconfiança, eles se prepararam e chegaram ao primeiro leilão de eólica, em 2009, como favoritos. "Vendemos 14 projetos de 294 MW no leilão, em Caetité, na Bahia."
Daí para a frente os negócios foram se expandindo numa velocidade surpreendente. Em 2010, a Renova já estava tão bem estruturada e com tantos projetos que conseguiu lançar suas ações na BM&f Bovespa, sendo a primeira empresa de energia renovável com papéis na bolsa. Desde então, Delneri e Amaral reduziram a participação - para 30% - na empresa para a entrada de Light, BNDESPar e Cemig.
Na avaliação de Delneri, uma das explicações para o sucesso da Renova é o desapego que tanto ele como Amaral têm em relação aos negócios. "A questão da escala é muito importante. Por isso, escolhemos o caminho das parcerias", conta ele, que parou a Faculdade de Administração no terceiro ano.
Delneri conheceu Amaral durante o serviço militar, no Exército. Desde então, sempre estiveram juntos nos negócios. A primeira empreitada foi uma agência de turismo montada com o dinheiro emprestado da mãe. Depois vieram uma companhia de seguro e uma asset management, até fundarem a Renova.
Filho de um ex-funcionário do Banco do Brasil, Delneri sempre foi ansioso, nunca trabalhou como funcionário de uma empresa, nunca tirou uma carteira de trabalho nem fez um currículo na vida. Hoje, embora tenha vendido parte da Renova, continua com 30% da empresa. A presidência da empresa, no entanto, foi profissionalizada.
O comando da maior empresa de energia eólica esta nas mãos do engenheiro Mathias Becker. A Renova tem 1,8 mil MW de capacidade. Desse total, 300 MW já foram concluídos e 400 MW devem ser concluídos no início de 2014, diz Becker. O restante vai ser iniciado a partir de 2015. "A Renova detém 12% de tudo que foi vendido até agora nos leilões", diz o presidente da empresa. Segundo ele, a companhia tem um estoque de 13 mil MW em fase de medição e que podem ser tirados do papel.
Destaques
294 MW foram vendidos pela Renova no primeiro leilão de energia eólica, em 2009, em 14 projetos.
30% é a atual participação dos sócios Delneri e Amaral após a entrada da Light, BNDESPar e Cemig.
1,8 mil MW é a capacidade da Renova, que detém 12% de tudo o que foi vendido em leilões até agora. (OESP)

Araripe e a Casa dos Ventos

Araripe seguiu conselho do amigo e criou a Casa dos Ventos
Da mesma turma de 1977 do ITA, cearense foi dono da fabricante de veículos Troller e decidiu investir na energia eólica.
Foi numa das andanças do engenheiro Odilon Camargo para medir os ventos do Nordeste que o cearense Mario Araripe começou a ter contato com a energia eólica. Em 2000, Camargo estava preparando o atlas eólico do Ceará e precisava visitar locais de difícil acesso. Araripe, que era dono da Troller, emprestou um jipe para o ex-colega de ITA percorrer todo o Estado e realizar as amostragens necessárias. Mas a proximidade de Araripe com
Seis anos mais tarde, antes de ocorrer o primeiro leilão de energia eólica, um novo encontro com Camargo mudou os rumos de Araripe. "Eu havia acabado de vender a Troller para a Ford e estava extremamente líquido. Odilon me disse que deveria olhar a energia eólica e foi o que fiz."
A primeira providência foi criar uma diligência com grandes nomes do setor (certificadores de vento - leia-se Odilon Camargo -, fabricantes de aerogeradores, etc.) para entender o assunto. Foram mais de 60 reuniões até Araripe criar a Casa dos Ventos, uma empresa que começou como desenvolvedora de projetos eólicos. Em 2010, estreou como investidora em parceria com a estatal Chesf, em projetos de 150 MW. No ano seguinte, repetiu a dose e vendeu outros 150 MW.
Mas foi em 2013 que a companhia deu o maior salto. Sozinha, comercializou nos leilões do governo 690 MW de parques que serão construídos ao longo dos próximos três e cinco anos. Além disso, vendeu 420 MW em sociedade com Queiroz Galvão, Chesf e Contour.
Entre projetos desenvolvidos para terceiros e investimentos realizados com capital próprio (ou em parceria), a empresa tem cerca de 4.300 MW de capacidade instalada sendo erguida em algum canto do Brasil. Além disso, tem um portfólio de 15 mil MW em estudos que podem virar realidade nos próximos anos.
Para chegar a esse estágio, Araripe foi buscar profissionais onde ele mais conhecia: nos laboratórios do ITA. Hoje há, pelo menos, oito engenheiros do instituto trabalhando na empresa. Um deles, Edson Luiz Zaparoli, outro amigo de faculdade. "Zaparoli estava no setor acadêmico. Tive um trabalho duro para convencê-lo a vir trabalhar aqui."
Araripe foi o último dos três alunos da turma de 1977 a entrar no setor. Depois de concluir a faculdade, voltou pra Fortaleza e foi trabalhar numa indústria têxtil. Guardava praticamente tudo que ganhava para abrir um novo negócio na área de construção civil. Começou com duas casinhas. Mais tarde, com o dinheiro emprestado de um "tio rico", comprou um terreno na beira-mar. "Fiz uma maquete de um prédio e vendi cotas do empreendimento. Aí ganhei um dinheiro."
O negócio de construção ia de vento em popa quando, aos 39 anos, decidiu passar uma temporada nos Estados Unidos com os filhos. Deixou tudo de lado e foi fazer cursos em Harvard. "Quando voltei, pensei: o que vou fazer? Resolvi que queria fabricar carros. Criei a Troller, em 1997 (a empresa foi vendida para a Ford em 2006, segundo o mercado por R$ 400 milhões)."
Hoje ele ainda mantem participações em empresas de construção civil e do setor têxtil. Mas é com a sua Casa dos Ventos que virou referência no desenvolvimento de projetos e um grande investidor de energia eólica no Brasil. (OESP)

Opção resistiu aos tempos mais difíceis

Enquanto a energia eólica engatinhava, Camargo e Koike chegaram a fabricar ventiladores.
Nem nos tempos mais difíceis o engenheiro Odilon Camargo questionou a escolha que fez pela energia eólica ainda na época da faculdade. Embora fosse apaixonado por aeronaves (voava de planador, asa-delta e havia tirado brevê como piloto de monomotor), foi arrebatado pelo apelo da fonte renovável.
Ele lembra com detalhes daquela tarde no hall do alojamento do ITA, quando ouviu pela primeira vez um colega falar sobre a criação de um grupo de pesquisa de energia eólica no Instituto de Atividades Espaciais.
"Na hora peguei minha bicicleta e fui pra lá. Encontrei o chefe do laboratório (Cel Libório Faria) com uma pá de aerogerador americano e comecei a analisar o equipamento junto com ele. Vi que podia fazer mudanças significativas para melhorar a aerodinâmica do equipamento. O chefe nem me conhecia, mas fui contratado na hora como estagiário."
Não demorou para ele convencer Bento Koike - seu amigo de classe e de apartamento - a entrar no grupo. "Estávamos no quarto ano e era hora de buscar um rumo para a tese de graduação. Escolhemos fazer uma turbina eólica." Após a conclusão do curso, os dois amigos trabalharam juntos no Centro Técnico Aeroespacial (CTA) até 1983. Depois foram para a Alemanha participar do projeto de construção de um dos primeiros aerogeradores do mercado alemão - conhecido como Adler 25.
De volta ao Brasil, tiveram de se virar enquanto a eólica não prosperava. Chegaram a trabalhar com propaganda de TV (veiculado em São José dos Campos e Curitiba) e fabricação de ventiladores industriais. "Eu projetava e Koike produzia. Foi um sucesso. Até exportávamos o produto." Camargo só ganhou notoriedade no setor após elaborar, em 1999, o mapa eólico do Paraná, baseado em topografia e rugosidade. "Foi um trabalho pioneiro. Naquela época não tinha Google Earth nem modelo topográfico digital. Tudo era mais difícil."
Para concluir o trabalho, lembra ele, teve até de pegar carona num helicóptero da Copel (que fazia inspeção nas linhas de transmissão) para mapear locais de difícil acesso. "Mas no fim o trabalho causou grande impacto no setor. A partir daí, todo mundo queria um mapa: empresas privadas, os Estados da Bahia, Rio Grande do Sul, Ceará."
Com o título de Rei dos Ventos, em 2001 o engenheiro foi contratado pelo governo federal para elaborar o mapa eólico do Brasil. Mas aí as condições eram outras, com modelos de medição mais refinados. Hoje Camargo tem até equipamentos a laser para medir a velocidade do vento em áreas com topografia mais difícil. Sua empresa - a Camargo Schubert - é responsável pela certificação dos projetos de 60% dos ganhadores dos leilões realizados a partir de 2009. (OESP)

Fabricante de pás exportava 100% da produção

A Tecsis, fundada por Koike, hoje já destina 30% da produção ao mercado local.
Bento Koike, fundador da Tecsis, está perto de produzir a pá de número 45 mil, o que significa quase duas Itaipus em capacidade instalada. A grande maioria - quase 80% - está espalhada entre Europa e Estados Unidos, já que até 2011 todos os equipamentos produzidos na fábrica de Sorocaba, no interior de São Paulo, eram exportados. Nada ficava no Brasil, não por uma política da empresa, mas pela inexistência de mercado. Hoje 30% da produção é destinada ao mercado local.
O empresário - tão detalhista como o amigo Odilon Camargo - fundou a Tecsis em 1994, depois de deixar a sociedade numa empresa de desenvolvimento de componentes aeroespaciais. "Nosso cliente era o governo, o ministério, que tinha problemas de caixa para bancar o programa espacial. Os pagamentos atrasavam entre 6 e 10 meses." Livre para se aventurar em mais uma empreitada, ele apostou novamente na energia eólica, como na época da faculdade.
Numa viagem para Alemanha, onde já havia passado uma temporada participando do projeto de um dos primeiros aerogeradores alemão junto com Camargo, ele conseguiu uma reunião com Aloys Wobben (fundador da Wobben). "Fiquei três horas conversando com ele e saí de lá com um contrato de US$ 1 milhão. Como não tinha dinheiro, pedi também que me desse a matéria-prima para produzir as pás." De volta ao Brasil, com o contrato debaixo do braço, escolheu Sorocaba para instalar a Tecsis, que já nasceu exportando 100% da produção.
Koike se surpreende com a dimensão que empresa tomou nos últimos anos: é a maior fabricante de pás customizadas (produzidas de acordo com o projeto) e a segunda maior exportadora de componentes tecnológicos do Brasil - atrás apenas da Weg. Na lista de clientes, estão gigantes como a americana GE, a alemã Siemens, a francesa Alstom e a espanhola Gamesa. Começou com apenas três pessoas e hoje tem 8 mil funcionários. "Nem sonhava que a empresa chegaria a esse tamanho nem que a energia eólica seria tão importante."
Com a crise mundial de 2008 e redução do volume de pedidos, a empresa sofreu um baque no caixa. Dois anos mais tarde, Koike vendeu 80% da empresa para a butique de investimentos Estáter, de Pércio de Souza, conhecido por ser o banqueiro do empresário Abílio Diniz.
Ele deixou a presidência no início de 2013 para se tornar conselheiro sênior da empresa. Também está atuando num projeto para fortalecer a cultura de inovação. "Sou uma pessoa de fé, que sempre me guiou", diz o fundador da Tecsis, que herdou do pai o lado empreendedor. Antes de entrar no ITA, trabalhou na empresa de comunicação do pai. "Foi ele que me incentivou o lado da criatividade." (OESP)

A turma do ITA revoluciona a energia

Três colegas da turma de 1977 lideram os projetos de energia eólica no Brasil, que devem movimentar R$ 37 bilhões até 2018.
Foi n quintal do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), especificamente do alojamento H8, projetado por Oscar Niemeyer, que saíram alguns dos principais personagens do recente sucesso da energia eólica no Brasil. Da turma de 1977, pelo menos 3 amigos sucumbiram ao apelo da fonte renovável, que até 2018 vai acrescentar investimentos de R$ 37 bilhões ao País.
Bento Koike se tornou o segundo maior produtor mundial de pás com sua Tecsis, Odilon Camargo virou o maior medidor de ventos do Brasil e Mário Araripe, um grande investidor e desenvolvedor de projetos.
A história começou num trabalho de graduação na segunda metade da década de 70, no rastro do choque do petróleo que assombrava o mundo e obrigava governos a buscar novas tecnologias para reduzir a dependência pelos combustíveis fósseis. No Centro Tecnológico Espacial do ITA, as novidades pipocavam: a Embraer iniciava a produção do Bandeirante, o motor a álcool estava em pleno desenvolvimento e o projeto do lançador de satélites havia começado.
Embora fossem assuntos instigantes, os três engenheiros seguiram horizontes bem diferentes. Cada um a seu tempo, apostaram no desenvolvimento da energia eólica no Brasil. Camargo e Koike sempre estiveram juntos no longo caminho até o sucesso, desde a construção de um aerogerador na tese final do curso do ITA. Araripe chegou por último no setor (em 2006), quando a fonte de energia começava a deslanchar.
Se hoje dizem que os engenheiros tiveram sorte, eles lembram que até meados da década passada falar de energia eólica soava como poesia. A fonte renovável não tinha competitividade nem interesse por parte do governo brasileiro, que só pensava nas grandes hidrelétricas. A virada ocorreu em 2009, no primeiro leilão de eólica. Com a crise internacional, o consumo de energia recuou no mundo todo e os projetos de novas usinas foram paralisados, deixando as fábricas de equipamentos com a capacidade ociosa elevada, principalmente nos Estados Unidos e na Europa.
Como o Brasil saiu rapidamente da crise e o consumo de energia passou a crescer, os fabricantes globais se voltaram para o País, montaram fábricas, criaram competição no setor e aprimoraram a tecnologia. O preço da energia caiu de R$ 300 o MWh para algo em torno de R$ 100. Com o apetite apresentado pelos investidores, o governo resolveu repetir a receita nos anos seguintes.
No ano passado, não teve pra ninguém - nem mesmo para as hidrelétricas. Foram contratados 2,3 mil MW, um recorde, diz a presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (AbeEólica), Elbia Melo. Segundo ela, o País fechou o ano com 3,6 mil MW de capacidade instalada - 3% da matriz elétrica. Até março serão 7 mil MW e, em 2018, 13 mil MW - 8% da matriz.
"A sinalização dada com os leilões foi fundamental para o investidor apostar no setor. Hoje temos nove fábricas (de equipamentos) no País", diz a executiva. A chegada de multinacionais permitiu o avanço da tecnologia para aproveitar melhor o vento e dar mais competitividade à fonte de energia - que hoje só perde para a energia hídrica. Elbia lembra que o potencial do Brasil aponta para 350 mil MW que ainda podem ser explorados - sinal de que os três engenheiros ainda terão muito trabalho pela frente.
Potencial
R$ 37 bilhões é o valor de investimentos em energia eólica previstos para o País até 2018. No ano passado foram contratados 2,3 mil megawatts. Até 2018, serão 13 mil megawatts. (OESP)

domingo, 16 de fevereiro de 2014

Projeto de Furnas permite geração eólica com ventos fracos

Furnas investe R$ 1,7 milhões em projeto que permite geração eólica com ventos fracos
Projeto de P&D visa desenvolvimento de turbina eólica vertical que poderá aproveitar ventos a partir de 1m/s
Uma nova turbina eólica vertical, com pás articuladas e dobráveis, que se movem conforme a direção do vento, permite gerar energia com ventos a partir de 1 m/s. A aposta de Furnas, faz parte da carteira de projetos de P&D da companhia e têm investimento previsto de R$ 1,7 milhão.
A pesquisa busca comprovar a capacidade de geração com ventos de baixa velocidade em diferentes situações, e a potência máxima que pode ser gerada com cada configuração. O objetivo é avaliar comercial e tecnicamente a aplicabilidade da nova tecnologia em lugares distintos como o alto de prédios, áreas descampadas e até túneis do metrô, onde aproveitaria o deslocamento dos vagões para gerar energia.
Inicialmente, o projeto tem como ponto de partida um protótipo patenteado de um metro de altura, testado em túneis de vento, para microgeração, em torno de 100 kW. Atualmente, a empresa está investindo para testar mais intensamente o modelo para depois desenvolver e avaliar modelos de maior capacidade, que poderão ser aplicados em minigeração, até 1 MW, e em geração em grande escala, a partir de 1 MW.
Apesar do potencial em estudo para geração em escalas maiores, o projeto de desenvolvimento de turbina eólica vertical possui conceitos como o da mini e microgeração distribuída, que já foram regulamentados pela Aneel e em cinco ou seis anos podem ser uma parcela significativa da geração. Os estudos estão sendo conduzidos pela Universidade Federal de Itajubá e as empresas Matrix e Endicon e têm previsão de conclusão em 2015, quando o invento poderá tornar-se comercializável nos mercados nacional e internacional. (canalenergia)