quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Combustíveis fósseis e a matriz energética brasileira

Combustíveis fósseis dominarão a matriz energética até 2040
A boa notícia no campo energético é que as fontes renováveis são as que mais crescem no mundo atualmente. A capacidade instalada solar global cresceu 41% em 2012, alcançando a marca de 100 GW (1 GW, gigawatt = 1000 megawatts, MW), sendo que o aumento desde 2007 foi de cerca de 900%. Já a capacidade instalada da energia eólica chegou a 300 GW.
A má notícia é que os combustíveis fósseis continuarão dominando a matriz energética na primeira metade do século XXI. A Administração de Informação de Energia dos Estados Unidos (EIA, na sigla em inglês) no International Energy Outlook 2013 (Panorama da Energia Mundial 2013), projeta que, devido ao crescimento demo-econômico, o consumo de energia passará das atuais 524 quatrilhões de unidades térmicas britânicas (Btu) para 820 quadrilhões de Btu em 2040.
Os combustíveis fósseis deverão manter o domínio e devem atender 80% dessa nova demanda. O petróleo continuará como a principal fonte de energia do planeta, e registrará um aumento de 36% em sua demanda, o que deve pressionar os preços, que podem chegar a US$ 163 o barril, em 2040. O gás natural deve crescer, 1,7% ao ano.
O carvão deverá manter a segunda posição, especialmente porque China e Índia são grandes produtores e consumidores. No entanto, a EIA prevê que a participação desse combustível fóssil na matriz deverá decrescer a partir de 2025, devido aos imperativos ambientais e climáticas.
O gás de xisto tem sido a grande sensação nos EUA. Mas segundo reportagem da Bloomberg: “O poço Serenity 1-3H, da Chesapeake Energy, perto de Oklahoma City, jorrou petróleo em 2009, produzindo mais de 1,2 mil barris por dia e dando início a uma corrida de perfuração de poços que se estendeu até o Kansas. Agora, o poço fornece menos de 100 barris por dia, segundo registros do Estado. O rápido declínio do Serenity lança luz sobre um segredo muito bem ocultado sobre o boom do petróleo: ele pode não durar”. Por tudo isto, cresce o movimento “Global Frackdown” para banir a exploração do gás de xisto e a prática do fracking.
O relatório destaca que as fontes renováveis estão ocupando um espaço cada vez maior, porém ainda não são capazes de reverter o predomínio dos combustíveis fósseis na matriz energética global. As fontes de energia não fósseis (hidrelétricas, eólica, solar, nuclear, etc.) ocupavam 16% da matriz energética em 2010 e devem passar para 22% em 2040.
Desta forma, as atividades antrópicas vão continuar emitindo gases de efeito estufa, agravando o problema do aquecimento global e dos eventos climáticos extremos. Fenômenos como o supertufão Haiyan, que devastou as Filipinas, podem se tornar cada vez mais frequentes e intensos, com prejuízos não só para a humanidade, mas para a saúde dos ecossistemas e da biodiversidade do Planeta. (ecodebate)

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