A Petrobras reclama prejuízos
porque o governo a obriga vender gasolina mais barato do que compra. Os
produtores de álcool dizem que o setor está em crise e diminuem produção.
A frota nacional cresce,
impulsionada pelos esforços de manutenção de empregos na indústria
automobilística. Falhas na distribuição de água e eletricidade irritam o
consumidor, que parte para protestos violentos. Verifica-se, ainda, escassez de
água nos reservatórios, que já obriga pedidos de economia e até racionamento,
com repercussão na geração energética, obrigando produção de eletricidade a
partir de termoelétricas, mais caras e poluentes.
A Petrobras, criada em 1953 por
Getúlio Vargas, era tida como salvação energética do Brasil, mas hoje, acusa
problemas de fluxo de caixa. As dificuldades do mercado de combustíveis, água e
eletricidade, coincidentemente, nos remetem a 1954, ainda sob Getúlio, quando a
marchinha de carnaval Vagalume cantava o Rio de Janeiro como ‘cidade que nos
seduz, de dia falta água, de noite falta luz’. Essa condição é a de muitas
cidades, até regiões inteiras.
A falta que a eletricidade fazia
há 60 anos era infinitamente menor que a de hoje, quando tudo depende dela, a
comunicação, o computador e equipamentos elétricos que mandam no mundo moderno.
Sem eletricidade, tudo para...
Um olhar mais abrangente sobre as
crises setoriais causa preocupação. Diferentes setores da economia não podem
operar indefinidamente ‘no vermelho’. Se continuar, logo não teremos mais
combustíveis em volume compatível com a frota. O abastecimento de água e
eletricidade será, também, insuficiente. É preciso adotar, rapidamente, medidas
que equilibrem os setores e, de preferência, não provoquem inflação, cujo controle
tem sido o grande trunfo nacional dos últimos 20 anos, tarefa grande e de alta
relevância nacional.
Os candidatos às próximas
eleições deveriam se interessar por esses problemas! (gcn.net)
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