terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Maior empresa de energia eólica do País surgiu na crise

A empresa Renova foi fundada por Ricardo Delneri e Renato Amaral em 2001, ano de uma das piores crises energéticas da história do País.
Maior parque eólico da América Latina em Caetité/BA foi construído pela Renova.
O Brasil vivia uma das piores crises energéticas da história quando Ricardo Delneri, ao lado do amigo Renato Amaral, fundou a Renova – hoje a maior empresa de energia eólica do País. Embora os preparativos tenham começado um ano antes, foi em 2001 que a empresa realmente começou a operar.
A carteira de projetos tinha apenas três Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH), incluídas no Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia (Proinfa). A equipe também era pequena, no máximo de 12 pessoas. Em 2006, quando os dois sócios decidiram apostar na força dos ventos, o escritório teve de ser ampliado. "Trouxemos até gente do exterior para ajudar nos estudos. Aqui ainda havia poucos profissionais", diz Delneri.
Ele conta que o começo não foi fácil. "Poucos loucos acreditavam num preço tão competitivo para a energia eólica. Nem nós. A gente imaginava que fosse uma fonte complementar." Mas, apesar da desconfiança, eles se prepararam e chegaram ao primeiro leilão de eólica, em 2009, como favoritos. "Vendemos 14 projetos de 294 MW no leilão, em Caetité, na Bahia."
Daí para a frente os negócios foram se expandindo numa velocidade surpreendente. Em 2010, a Renova já estava tão bem estruturada e com tantos projetos que conseguiu lançar suas ações na BM&f Bovespa, sendo a primeira empresa de energia renovável com papéis na bolsa. Desde então, Delneri e Amaral reduziram a participação - para 30% - na empresa para a entrada de Light, BNDESPar e Cemig.
Na avaliação de Delneri, uma das explicações para o sucesso da Renova é o desapego que tanto ele como Amaral têm em relação aos negócios. "A questão da escala é muito importante. Por isso, escolhemos o caminho das parcerias", conta ele, que parou a Faculdade de Administração no terceiro ano.
Delneri conheceu Amaral durante o serviço militar, no Exército. Desde então, sempre estiveram juntos nos negócios. A primeira empreitada foi uma agência de turismo montada com o dinheiro emprestado da mãe. Depois vieram uma companhia de seguro e uma asset management, até fundarem a Renova.
Filho de um ex-funcionário do Banco do Brasil, Delneri sempre foi ansioso, nunca trabalhou como funcionário de uma empresa, nunca tirou uma carteira de trabalho nem fez um currículo na vida. Hoje, embora tenha vendido parte da Renova, continua com 30% da empresa. A presidência da empresa, no entanto, foi profissionalizada.
O comando da maior empresa de energia eólica esta nas mãos do engenheiro Mathias Becker. A Renova tem 1,8 mil MW de capacidade. Desse total, 300 MW já foram concluídos e 400 MW devem ser concluídos no início de 2014, diz Becker. O restante vai ser iniciado a partir de 2015. "A Renova detém 12% de tudo que foi vendido até agora nos leilões", diz o presidente da empresa. Segundo ele, a companhia tem um estoque de 13 mil MW em fase de medição e que podem ser tirados do papel.
Destaques
294 MW foram vendidos pela Renova no primeiro leilão de energia eólica, em 2009, em 14 projetos.
30% é a atual participação dos sócios Delneri e Amaral após a entrada da Light, BNDESPar e Cemig.
1,8 mil MW é a capacidade da Renova, que detém 12% de tudo o que foi vendido em leilões até agora. (OESP)

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