quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Consumo de energia deverá aumentar muito

Consumo de energia deverá aumentar mais de 50% nos próximos dez anos
Estudo da EPE aponta que em 2023 consumo atingirá 782 TWh. Classe comercial é a que apresentará maior avanço.
O crescimento continuado da renda per capita nacional e do consumo per capita de eletricidade aliada a manutenção da intensidade elétrica da economia nos próximos dez anos, fará com que o consumo de eletricidade alcance 782 TWh em 2023. O montante, projetado em estudo da Empresa de Pesquisa Energética sobre a demanda de energia elétrica, é 52% maior que o consumo de 2013, que atingiu 514 TWh. Pelo documento, entre 2013 e 2018 a taxa de crescimento do consumo será de 4,5% ao ano, enquanto entre 2018-2023, essa taxa será de 4,1%. Os dados serão utilizados como subsídio para a formulação do Plano Decenal de Expansão de Energia e do Plano Nacional de Energia de Longo Prazo.
Para 2014, a previsão é de que haja um crescimento do consumo de 3,8%, com destaque para os setores comercial, com alta de 4,4%; e residencial, com crescimento de 4,1%. A taxa de 2014 será superior a do ano passado, quando o consumo de energia cresceu 3,5%, segundo dados preliminares da EPE.
A classe comercial, ainda de acordo com o estudo, é a que apresentará maior crescimento nos próximos dez anos, de 5,5% ao ano; seguida da classe residencial (4,3% ao ano); das outras classes (3,7% ao ano) e da classe industrial (3,4% ao ano). No entanto, enquanto o consumo industrial na rede cresce a essa média, a autoprodução aumenta a um ritmo de 6% ao ano, fazendo com que o consumo industrial total de eletricidade aumente 4% ao ano. A participação da autoprodução no país passará dos atuais 10% em 2013 para 11,5% em 2023.
A evolução da economia nacional no sentido de se tornar uma economia mais desenvolvida e com melhor distribuição de renda, aumentará a solicitação de serviços e segmentos comerciais de crescente sofisticação, que aliados ao potencial turístico do país, contribuem para o crescimento acelerado do consumo comercial. Por isso, essa classe ganhará espaço na participação do consumo total na rede, saindo de uma participação de 18% no final de 2013 para 20,6% em 2023.
A classe residencial também verá sua participação aumentar de 26,9% no fim do ano passado para 27,4% no final dos próximos dez anos. A evolução do consumo residencial, com expansão média anual de 4,3% no período, de acordo com o estudo, pode ser vista como o efeito combinado de um crescimento médio de 2,1% ao ano tanto do número de consumidores quanto do consumo por consumidor residencial.
O valor máximo histórico de consumo residencial médio foi alcançado em 1998 ao registrar 179 kWh/mês. Naquele ano, o subsistema Sudeste/Centro-Oeste registrou 207 kWh/mês, volume que deverá ser alcançado novamente somente em 2018, visto que com o racionamento em 2001 esse volume caiu e ainda não retornou aos patamares antigos. Ao final de 2023, o consumo residencial médio per capito deverá situar-se em torno de 202 kWh/mês. Em direção contrária, a indústria recuará e sua participação no consumo total na rede e cairá de 39,8% para 37,2% entre 2013 e 2023.
A região Norte será a que vai apresentar maior crescimento, de 5,9% ao ano no período decenal, devido, principalmente, as interligações do sistema Macapá, a partir de julho de 2014, e do sistema Boa Vista, a partir de abril de 2016. Desconsiderando-se as interligações, o crescimento médio anual do subsistema seria de 4,2% entre 2013-2023. No período, o Nordeste crescerá em média 4,3% ao ano; o Sudeste/Centro-Oeste, 4% ao ano; e o Sul, 3,9% ao ano.
A EPE prevê ainda que a eficiência energética no período permitirá evitar o consumo de 53 TWh (6,3% do consumo de energia na rede em 2023), equivalente à produção de energia das hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, do rio Madeira, em Rondônia, que têm potência instalada superior a 7 mil MW. Entre as iniciativas na área de eficiência energética destacam-se a proibição da comercialização de lâmpadas incandescentes e a expansão do uso de energia solar térmica substituindo o chuveiro elétrico no aquecimento da água para banho. (canalenergia)

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