Segundo técnicos do ONS, pico de energia deve superar o recorde do ano
passado, com geração de quase 80 mil MW.
Os níveis dos
reservatórios não preocupam, mesmo assim, o governo poderá recorrer a usinas
térmicas.
As
altas temperaturas registradas nos últimos dias em quase todo país levaram a
geração de energia elétrica a alcançar patamares recordes no Brasil. Segundo o
Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), em 29/01/14 a geração total de
energia atingiu uma média de 69.588 megawatts (MW), um dos maiores níveis dos
últimos anos, e 5,7% maior do que a média de 65.807MW registrada no mesmo dia
de 2013.
Técnicos do ONS
creem que nos próximos dias o pico de consumo de energia deverá superar o
recorde registrado em 04/12/13, quando a geração alcançou 79.924MW. Em 29/01/14
às 15h42m, o pico foi de 79.355MW.
Consumo sobe 38% no
Rio
Nos 331 municípios
atendidos pela Light no Estado do Rio de Janeiro, inclusive a Região
Metropolitana, o consumo de energia (medido por megawatt/hora) disparou desde o
fim do ano passado. Segundo informações obtidas pelo GLOBO, no último dia 3, o
de consumo de energia pelos clientes da distribuidora bateu recorde, com um
total de 4.583MW/h médios, quando a temperatura atingiu a máxima de 40,3°C.
Essa demanda é 38% maior em comparação ao consumo médio de 3.333MW/h.
- Esse foi um
recorde na história da companhia. Nunca se atingiu um consumo tão elevado -
destacou o diretor de Energia e Desenvolvimento de Negócios da Light, Evandro
Vasconcelos.
Nas duas últimas
semanas após o Natal, o consumo da Light cresceu 13% em relação à demanda nas
duas semanas anteriores.
O diretor da Light
disse que o fenômeno se deve às altas temperaturas prolongadas. No verão
passado, o intenso calor se estendeu por um ou dois dias no máximo.
- A tônica deste
verão é de temperaturas mais elevadas, que se prolongam por muitos dias. Em
anos anteriores, não era assim. Este verão é bem atípico - disse Vasconcelos.
O professor Nivalde
de Castro, coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel), do
Instituto de Economia da UFRJ, destacou que não há riscos de faltar energia
para atender ao aumento da demanda, mas com certeza a conta vai ser paga por
todos os consumidores. Ele disse que o sistema tem condições de atender ao
forte aumento da demanda, acionando mais usinas termelétricas para preservar os
reservatórios das hidrelétricas, que não estão muito elevados. Mas os custos da
geração térmica, que são maiores, serão repassados aos consumidores nos futuros
reajustes de tarifas.
- Não tem risco de
apagão, mas este ano, devido aos eventos da Copa e das eleições, pode ser que o
governo adote uma postura mais conservadora e queira preservar mais os
reservatórios acionando mais térmicas, o que vai afetar o caixa das
distribuidoras e, depois, os consumidores - disse Castro.
Os reservatórios das
usinas hidrelétricas tiveram uma ligeira melhora no fim do ano passado, com as
fortes chuvas que caíram nas cabeceiras dos rios. Assim, técnicos não creem que
o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), do Ministério de Minas e
Energia, que se reúne na próxima semana, decidirá pelo aumento da geração de
energia por meio de mais usinas termelétricas. Caso isso ocorra, seriam usadas
as usinas térmicas a óleo, que têm um custo de energia maior.
No dia 8, os
reservatórios das usinas das regiões Sudeste e Centro-Oeste estavam em 42,6%.
Na Região Nordeste, o nível era de 37,2%. Na Região Norte, o nível estava em
52% e na Sul, 59,2%.
Em 01/01/14 o nível dos reservatórios no Sudeste/Centro-Oeste estava em 43,3%; no
Nordeste, 33,9%; no Sul, 57,7%; e no Norte, 47,6%. Nivalde de Castro lembrou
que ainda está no início do período de chuvas e que, portanto, os níveis podem
melhorar. (oglobo)
Nenhum comentário:
Postar um comentário