Japão aposta na energia nuclear no primeiro plano energético
pós-Fukushima
O governo japonês
publicou em 25/02/14 o projeto do primeiro plano energético desde a crise da
central de Fukushima, no qual qualifica a energia nuclear como "uma fonte
eléctrica importante" e garante a sua promoção no Japão.
O texto, que deverá
ser aprovado pelo executivo em março, assinala que a energia nuclear é
"uma base energética importante" e defende a reativação dos reatores
do país, assim que forem ultrapassados os novos requisitos de segurança
impostos depois do acidente de Fukushima.
O novo plano
destaca também que os esforços para acelerar a introdução de energias
renováveis no Japão vão continuar nos próximos anos.
O governo japonês
previa aprovar o plano energético, em Janeiro passado, mas atrasou-se e o projeto
foi revisto já que foi fortemente criticado por ser demasiado pro-nuclear,
noticiou a agência Kyodo.
Inicialmente, o
texto garantia que a energia nuclear era "fundamental" para a
estabilidade do abastecimento do Japão, mas na versão, agora divulgada, esta
apreciação foi eliminada.
O governo nipónico
é obrigado, por imposição legal, a rever o plano energético de base pelo menos
a cada três anos, para ter em consideração as alterações registadas no sector.
No último plano
energético, de 2010, o executivo apostava no apoio à energia nuclear para
conseguir 50% do abastecimento em 2030. Antes do desastre de Fukushima, a 11 de
Março de 2011, a produção total rondava os 30%.
Atualmente, o Japão
vive um apagão nuclear desde que, em Setembro passado, foram desativados, para
uma revisão de rotina, os únicos dois reatores ainda em funcionamento no país.
Em Maio de 2012, um
ano depois do maremoto devastador que pôs em causa a segurança nas centrais
nucleares, o governo japonês decidiu interromper a produção e fornecimento de
energia nuclear, pela primeira vez em quatro décadas.
Dois meses depois,
as autoridades autorizaram a central de Oi a retomar as operações para garantir
o abastecimento da região de Kansai [a zona de Quioto e Osaka, na ilha de
Honshu], a segunda mais povoada do país.
Desde aquela data,
nenhum outro reator foi reativado, mas o atual governo conservador e defensor
da energia nuclear aprovou novos e mais severos mecanismos de segurança para
que as centrais possam ser reativadas. (sol.sapo.pt)
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