Fontes renováveis estão no radar
dos presidenciáveis de partidos pequenos
Mesmo com chances reduzidas de vitória na eleição presidencial, os
candidatos Luciana Genro (PSOL), Everaldo Pereira (PSC) e Eduardo Jorge (PV)
não estão indiferentes ao setor elétrico. Os candidatos pretendem dar
continuidade aos investimentos feitos em fontes renováveis, porém a fonte
nuclear não será continuada em caso de vitória de Eduardo Jorge e é vista com
restrições por Luciana Genro.
“A candidata do PSOL quer elaborar um programa de energias renováveis
democraticamente construídos e socialmente justos”. Ela quer a descentralização
da produção energética e subsídios em painéis fotovoltaicos para famílias
pobres e casas populares. A ex-deputada federal também planeja ações contra o
desperdício de energia e o aumento do potencial energético das usinas
existentes. Ela quer uns incentivos fiscais para fontes renováveis, o que
levaria a uma redução de 20% no preço dos equipamentos solares e a criação
de linhas de crédito com juros baixos e com prazo acima de dez
anos para que a população possa gerar energia da sua própria casa.
Na larga escala, ela tem a meta de chegar em 2018 com 13 GW de eólicas
na matriz, 14 GW de biomassa e 3 GW de solar. Classificando a
fonte nuclear como nociva, ela não quer projetos dessa fonte após o
acidente de Fukushima.
Nas diretrizes elaboradas pelo Partido Verde, a energia é vista como um
importante setor da economia. O partido assume a necessidade de se fazer
um aumento na oferta e no consumo de energia de modo que não sejam
comprometidos os recursos naturais e as emissões de gases do efeito estufa. A
fonte solar é vista como a mais importante para o futuro. Eduardo Jorge quer
estabelecer metas para a utilização dessa fonte e acredita que em dez anos ela
vai ser competitiva em 80% do planeta.
O candidato do PV também quer um incremento nas PCHs para substituir os
impactos causados pelas grandes UHEs, trabalhando para implantar as
compensações ambientais e sociais antes da construção da usina. Jorge também
quer promover a descarbonização da matriz energética, substituindo as que
emitem mais carbono pelas renováveis. O candidato quer promover leilões
regionais de energia, com o preço das fontes caindo a cada ano, de modo a criar
mais competição e abrir mais espaço para as renováveis. As novas fontes de
energia limpa serão subvencionadas até a sua maturação. No último mês de
agosto, ele pediu o fim do acordo nuclear com a Alemanha e a desativação
das usinas nucleares e o fim dos investimentos na fonte.
Adepto de um discurso liberal, Pastor Everaldo quer desestatizar o
mercado e abri-lo para investidores em produção e distribuição de energia. Ele
prega um grande choque no setor, com abertura de investimento estrangeiro,
implementação de direito de propriedade e investimentos para retorno de longo e
médio prazo. Ele lembra que o país pode se favorecer por ter uma matriz diversificada.
Ele quer que o incremento das fontes seja feito com base no gosto dos
investidores e não na preferência do governo. Segundo o candidato, o que
encarece o fornecimento de energia hoje é a falta de competição com o governo
restringindo e controlando o setor. Ele quer o fim das concessões e o aumento
da concorrência, mas vai respeitar os contratos.
Eletrobrás
A estatal do setor também está na mira dos candidatos. Luciana Genro não
pensa sob hipótese alguma privatizar as distribuidoras que estão em poder da
empresa, classificando a distribuição como um setor estratégico e que deve
estar sob controle público. Já Everaldo Pereira não promete a venda de
imediato, mas diz que vai analisar pontualmente sob a ótica que quanto menor a
interferência política e maior a ingerência do consumidor, melhor.
(canalenergia)
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