Esta é mais uma gota no oceano
Energia Para a Vida
Excelentíssimos senhores candidatos (as)
a Presidente da República:
O Brasil é um país com potencial para
tornar realidade uma política energética com grandes benefícios sociais e
econômicos, que preserve a natureza e contribua com a luta contra o aquecimento
global. Através de um planejamento moderno e consistente, podemos aumentar a
geração de energias renováveis, como solar, eólica e biomassa, além de garantir
ganhos em eficiência e conservação.
Com a tecnologia que dispomos hoje, não
faz mais sentido insistir em uma política energética antiquada, que privilegia
a queima de carvão e petróleo, a energia nuclear e a construção de grandes
barragens nos rios brasileiros, com reconhecidos danos socioambientais.
O melhor caminho para aproveitar nossas
possibilidades passa pela ampla participação e constante diálogo com a
sociedade. Mas até hoje as poucas cadeiras reservadas para a sociedade civil e
a universidade brasileira no Conselho Nacional de Política Energética (CNPE)
continuam vagas, ignorando um decreto presidencial de 2006.
Já é hora dos governantes sentarem à
mesa com a sociedade, levando em conta com seriedade os anseios da população em
relação à nossa política energética antes de tomarem decisões que definirão
nosso futuro. Precisamos urgentemente de um debate amplo sobre a questão
fundamental: energia para quê, para quem e como?
Neste ano eleitoral de 2014, cidadãos e
organizações da sociedade civil brasileira estão promovendo a campanha
"Energia para a Vida!", com o objetivo de contribuir para a
construção de uma nova política energética para o Brasil, implementando um
modelo mais eficiente, com mais produtividade, justiça social, responsabilidade
ambiental e participação.
Como um passo importante da campanha,
convidamos os candidatos a Presidente da República a se manifestarem sobre a
incorporação dos seguintes compromissos em seus planos de governo.
1) Garantir a transparência e a
participação efetiva da sociedade civil brasileira na tomada de decisões sobre
o planejamento energético, incluindo a presença no Conselho Nacional de
Política Energética (CNPE);
2) Viabilizar um novo modelo de
planejamento do setor elétrico, elaborado a partir da análise das necessidades
da sociedade e das alternativas para o seu atendimento, para que o país tenha
um projeto que considere os benefícios e os riscos, os impactos e os custos
sociais, econômicos e ambientais em médio e longo prazo.
3) Assumir e incentivar a conservação e
a eficiência energética nos processos de geração, transmissão, distribuição e
consumo de energia como prioridade estratégica, alcançando as instituições
públicas, as empresas privadas e os consumidores domésticos.
4) Assumir um processo de transição
para diversificar a matriz energética brasileira para que o sol, os ventos e a
biomassa sejam partes significativas da matriz de geração de energia do Brasil.
Ampliar a escala das fontes solar, eólica e biomassa, dando prioridade à
descentralização e microgeração de energia, com a participação das comunidades.
Incluir nos programas habitacionais a produção de energia solar como fonte de
emprego e renda. Dar suporte a programas de pesquisa, desenvolvimento
tecnológico e financiamento.
5) Assegurar o pleno respeito e a
garantia dos direitos humanos das populações atingidas por empreendimentos
energéticos. Garantir o seu direito à consulta livre, prévia e informada como
prevê a Constituição Brasileira e os acordos internacionais dos quais o Brasil
é signatário, como a Convenção 169 da OIT.
Aguardamos a manifestação de Vossa
Excelência sobre a incorporação destes compromissos em seus planos de governo,
em prol de um Brasil democrático e sustentável.
Cordialmente, (umagotanooceano)
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