Mistura de biodiesel no diesel pode chegar a 10% em 2020,
diz deputado
O percentual de biodiesel misturado ao diesel vendido ao consumidor
final no Brasil pode chegar a 10% em 2020, se a Lei do Biodiesel for aprovada,
de acordo com o deputado Márcio Macêdo (PT/SE). Até o fim de julho, segundo
ele, o Congresso deve aprovar a medida provisória que eleva o percentual da
mistura para 7% a partir de novembro desse ano.
Macêdo apresentou os dados durante 2ª Conferência Globe Internacional
para Mudanças Climáticas, que reúne 265 parlamentares de 65 países na Cidade do
México, e destacou as vantagens de um diesel mais limpo para o clima global.
“Cada acréscimo de 1% de biodiesel equivale à capacidade de capitação de
carbono da atmosfera de cerca de 7 milhões de árvores plantadas”, comparou.
Macêdo representa o Brasil no encontro ao lado dos senadores Vanessa Graziotin
(PCdoB-AM) e Antônio Carlos Valadares, (PSB-SE).
O deputado também apresentou dados de avanços do Brasil no cumprimento
das metas voluntárias de redução das emissões de dióxido de carbono ligadas à
queda do desmatamento.
“Cumprimos 76,1% das metas voluntárias de redução de gases de efeito
estufa previstas para 2020, que eram de reduzir entre 36,1% e 38,9% as
emissões”. Márcio lembrou que a legislação ambiental brasileira é recente, mas
que é preciso que o Parlamento coloque em marcha projetos importantes para a
adaptação do país às mudanças climáticas. “É preciso avançar na construção de
um regime internacional de compensação por perdas e danos associados às
mudanças do clima para países em desenvolvimento”.
Na mesma direção, Valadares, que preside a Comissão de Desenvolvimento
Regional e Turismo do Senado, pediu a criação de um sistema de registro efetivo
para contabilizar os incentivos para Redução de Emissões por Desmatamento e
Degradação e Conservação, conhecidos como Redd+, previstos na Convenção das
Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas.
Na prática, segundo o senador, os incentivos serão uma ferramenta para
que os recursos provenientes do Fundo Verde sejam usados para manter as
florestas de pé, o manejo sustentável dos diferentes ecossistemas e a qualidade
de vida das comunidades que vivem nessas regiões.
A senadora Vanessa Grazziotin, presidente da Comissão Mista de Mudanças
Climáticas alertou que, apesar do progresso em algumas áreas, entre elas a
redução do desmatamento, as medidas tomadas até agora para enfrentar as
mudanças climáticas não são suficientes para a transformação de economia e
sociedade no nível necessário. “Acordos internacionais não são implementados,
ou o são apenas parcialmente devido a problemas de governança e de
transparência”, avaliou. (biodieselbr)
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