terça-feira, 28 de outubro de 2014

Energia eólica e solar liderarão matriz energética brasileira em 2050

Energia eólica e solar deverão liderar matriz energética brasileira em 2050, aponta especialista
Mesmo com barateamento da tecnologia para captação de energia solar, setor ainda se encontra em estágio embrionário.
Até 2050, a energia elétrica produzida no mundo deverá ser composta por fontes renováveis. Os dados revelados em março pelo relatório do Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) apontam ainda que a matriz energética neste novo cenário deverá ser liderado pela força dos ventos (eólica) e pela energia solar (fotovoltaica).
O Brasil possui atualmente 75% da sua matriz energética composta por energias renováveis, onde quase metade desse volume é composto por fontes hidrelétricas. Apesar de abundante em certos lugares do País, em virtude das mudanças climáticas, a falta de chuvas está diminuindo o volume de água dos reservatórios que abastecem as grandes cidades, como o de Cantareira, em São Paulo (SP), que atingiu níveis baixos recordes.
Uma possível solução para estes problemas pode ser o investimento em fontes de energia que não dependem tanto da variabilidade climática. Para  o secretário de Políticas e Programas de Pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Carlos Nobre, o Brasil deve apostar em seu potencial de incidência de ventos e de sol para evitar que a escassez das chuvas possa atrapalhar a geração e o fornecimento de energia elétrica.
“Temos um enorme potencial de energia eólica, o segundo maior do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Também estamos entre os cinco países com maior potencial de energia solar. Então, não há razões para ficar fora desta convergência global e isso nos permite imaginar a geração da energia elétrica que o Brasil precisa, advindas, principalmente, dessas fontes”, disse.
Potencial
Mesmo com a abundância destes recursos naturais, o País ainda não aproveita este potencial energético. Na avaliação de Carlos Nobre, ao que se refere à fonte eólica, o Brasil ainda está aquém de outras nações líderes neste quesito, mas começa a dar sinais de que deverá caminhar rápido no sentido de aumento de geração de energia advinda desta maneira.
“O Brasil precisa criar mecanismos de incentivo para que essas formas de energia possam rapidamente ir conquistando espaço. No caso da eólica, este caminho já está sendo trilhado. Certamente, o uso e aumento da geração de energia eólica vão acontecer, diria até com alguma rapidez no Brasil, depois de um desenvolvimento mais lento se comprado com outros países. Hoje, crescemos com mais velocidade que eles”, explica.
O problema agora está na geração de energia solar fotovoltaica, considerada ainda embrionária no País. Ainda que os preços desta fonte estejam caindo mundo afora, o secretário do MCTI afirma que é necessário implementar ações políticas para fomentar o progresso do setor.
“Países como a Alemanha , EUA, Espanha, têm subsidiado a implantação deste tipo de energia. Portanto, a energia solar fotovoltaica é viável tecnologicamente, o preço está se tornando competitivo, então nós estamos vendo nos próximos anos e décadas um aumento exponencial na geração de energia elétrica solar fotovoltaica”, aponta.
Política pública sincronizada
Apesar de cobrar mais celeridade para o desenvolvimento da energia solar no Brasil, Nobre ressaltou que o governo vem tomando atitudes para estimular a área. A principal delas está atrelada ao programa federal “Minha Casa Minha Vida”.
“Esta é uma excelente forma de incentivo. As placas solares, colocadas no custo inicial das residências, tornam a implantação mais barata - na faixa de R$ 500 a R$ 1 mil – por unidade residencial. Como a durabilidade do equipamento é de 15 anos, ao longo do tempo, este investimento seria amortizado na conta pela redução das tarifas”, esclarece. (agenciacti)

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