quarta-feira, 8 de junho de 2011

Academia de ginástica vira usina elétrica

Sempre quando ambientalistas criticam a construção de hidroelétricas e usinas nucleares, os importantes economistas, assim como os milhares de economistas amadores dos botequins, contra-atacam com a pergunta: “E você tem uma alternativa?”
Parece que qualquer crítica só pode ser feita se quem critica tiver uma solução pronta na mão. Mas de fato pessoas que não querem que o Brasil destrua os seus ecossistemas, o seu futuro com barragens ou com minas radioativas de urânio e complexos eletro-nucleares precisam oferecer uma alternativa? Claro que não! Os técnicos, a inteligência do governo e as universidades são os que precisam pensar sobre alternativas. Entretanto, no caso do consumo da eletricidade, realmente é fácil mostrar que o Brasil não precisa de grandes obras para criar energia elétrica suficiente para sua população recentemente iluminada com o projeto do ex-presidente e ex-metalúrgico Lula da Silva “Luz para todos”. O Brasil só precisa de uma política geral de consciência e de imaginação inovadora.
Por exemplo: o Brasil é um dos poucos países do mundo que usa a chuveiro elétrico que gasta milhões de quilowatt-hora (kW/h) por ano. Isto não é só um crime ambiental também é uma loucura para o bolso do povo. Os brasileiros estão jogando milhões de reais no lixo!
“Só substituir os chuveiros elétricos do país por aquecedores de energia solar vale mais que a Hidrelétrica de Belo Monte”, explica Philip Fearnside, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).
A alternativa do chuveiro elétrico é simples e pode ser feita por qualquer mecânico: um coletor solar em qualquer teto é uma solução fácil e não uma utopia. Isto vai criar milhares de empregos diretos e indiretos, vai salvar energia e custos. O dinheiro que o governo do Brasil está investindo agora na construção de barragens e usinas nucleares é com certeza suficiente para financiar teto solar para toda a população.
Segundo, eu vejo há anos, todos os dias, nas ruas do Rio de Janeiro, dezenas de postes acesos durante o dia. Uma prefeitura consciente vai acabar com este desperdício de energia e de dinheiro do povo! A mesma coisa com a iluminação de centenas de praias do Brasil.
Certo, algumas praias no centro das cidades precisam de uma iluminação. Mas a maioria das outras praias não precisa, por exemplo, a praia de Parati Mirim, um pequeno distrito de Parati, no sul do Rio de Janeiro. Ao contrário. Nós já sabemos há décadas que a iluminação nas praias é extremamente destrutiva para a população de nossas tartarugas. Por isso, um bom projeto para salvar tartarugas é um projeto para acabar com a iluminação das praias. Este projeto não custa nem um centavo e no outro lado salva muita energia e dinheiro, além das vidas de milhares de tartarugas.
Terceiro, alguém já calculou quantas pessoas frequentam as academias de ginásticas diariamente e quanta energia elas gastam em movimento de pesos de milhares de quilograma? Ao invés de apenas levantar peso, os aparelhos de musculação podem ser conectados a simples dínamos e cada academia vira uma usina elétrica!
Assim até eu vou tentar diminuir a minha barriga de cerveja, que eu estou ganhando durante o Carnaval no meu botequim de economistas amadores, numa academia de ginástica. (EcoDebate)

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