domingo, 26 de junho de 2011

Biocombustíveis para avião

Biocombustíveis para avião: solução em alta
Assim como em uma série de outros setores, o de aviação também busca uma alternativa energética mais limpa. As iniciativas na busca de um maior uso de combustível renovável começam a ganhar o mercado. Uma delas envolve o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que aprovou uma cooperação regional para colaborar com instituições públicas e privadas em análises e estudos para o desenvolvimento de uma indústria de bioquerosene para aviação, utilizando diferentes matérias primas local.
Segundo o BID, a iniciativa financiará serviços de consultoria, geração de conhecimento, material de divulgação e seminários sobre uso e produção sustentável de bioquerosene para demonstrar sua viabilidade no setor de aviação da ALC, e para potencial exportação. Uma primeira atividade esperada a receber apoio desta cooperação é a aplicação de normas de sustentabilidade e o desempenho em termos de emissões de gases de efeito estufa ao longo do ciclo de vida do uso e produção de bioquerosene, a partir de uma ou mais matérias primas (cana de açúcar, pinhão manso, dendê, entre outros a serem definidos).
“Este novo mercado para biocombustíveis presenta excelentes perspectivas devido ao forte componente ambiental associado as pressões contra as mudanças climáticas a nível mundial, e por contar com o apoio e motivação de praticamente todos os protagonistas do mercado de querosene de aviação, fato não comumente notado nos mercados de etanol e biodiesel”, indica Arnaldo Vieira de Carvalho, Líder da equipe de projeto do BID que desenvolve esta iniciativa.
No Brasil, o Instituto Nacional de Tecnologia (INT) e o Instituto Militar de Engenharia (IME) desenvolvem novas rotas para bioquerosene de aviação. As duas entidades são parceiras em dois pedidos de patentes, que tornam mais próxima essa realidade, com tecnologias inéditas. Ao contrário da maioria dos outros estudos, que usam o etanol de cana-de-açúcar ou oleaginosas usadas também para produção de biodiesel, esses trabalhos utilizam biomassas que não entram na esfera alimentar, tais como cascas de frutos cítricos.
Com os dois pedidos de patentes dos novos processos catalíticos em mãos, o grupo busca agora o apoio de empresas ou setores da aviação civil ou militar, para realização de testes de campo. O bioquerosene tem algumas caraterísticas que tornam seu controle de qualidade mais rigoroso que o de outros biocombustíveis. Primeiro, tem fator de risco muito elevado, pois a maioria dos combustíveis tende a congelar nas baixíssimas temperaturas das altitudes a que os aviões são submetidos.
Assim como o querosene de aviação tradicional, o biocombustível precisa ter o mesmo ponto de congelamento em níveis inferiores a essas temperaturas. Esses parâmetros já foram testados em laboratório com sucesso. Resta agora apoio de empresas para o teste em aviões. É preciso garantir o funcionamento das turbinas, sem falhas, o que requer um combustível com elevado grau de qualidade. (ambienteenergia)

Nenhum comentário: