quarta-feira, 20 de abril de 2011

Ajuda para selar Chernobyl

Ajuda para selar Chernobyl fica apenas na promessa
Preocupados com a crise econômica, muitos países que participaram da reunião em Kiev não quiseram contribuir para a construção do sarcófago.
Vinte e cinco anos depois do pior desastre nuclear do planeta, a comunidade internacional ainda não conseguiu chegar a uma solução para selar a usina de Chernobyl, na Ucrânia, e evitar novo vazamento de radiação.
Em 19/04, com o pensamento voltado para a usina de Fukushima, autoridades de mais de 50 países fracassaram no esforço de arrecadar o dinheiro necessário para completar as obras do sarcófago que protegerá a central nuclear ucraniana. O Brasil negocia a doação de recursos, mas ainda não fechou um acordo.
Em 19/04, a Ucrânia esperava angariar US$ 1 bilhão para as obras em uma conferência de doadores realizada em Kiev. Mas com governos preocupados com a crise econômica, muitos optaram por não dar dinheiro.
No total, Kiev obteve apenas promessa e mesmo assim de US$ 790 milhões de países como EUA, França, Rússia e Alemanha, além da UE - o maior doador com 110 milhões. Mas países em crise como a Espanha e Itália não farão doações. O Japão, que já tem de lidar com o problema de Fukushima, também não ajudará a Ucrânia.
O acidente do Japão trouxe ao centro do debate a situação em Chernobyl e um potencial novo desastre se a construção do sarcófago não for concluída. Mas não foi suficiente para obter um acordo. "Os recursos estão abaixo do que cada país poderia dar. Uma solução para o problema de Chernobyl teria uma dimensão global", afirmou ontem o presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovich.
Apesar de seu apelo, ele fez questão de dizer que não era o momento de renunciar à tecnologia nuclear - a mesma mensagem passada pelos demais governos.
Em 26 de abril de 1986, a explosão do reator 4 da usina controlada pela então União Soviética matou 31 pessoas, forçou a retirada de 1 milhão de pessoas da região, provocou centenas de casos de doenças e a destruição do meio ambiente da área. Diante da emergência, uma cobertura sobre o reator foi construída, com concreto e aço.
Mas a cobertura que seria apenas provisória nunca foi refeita e as primeiras rachaduras logo apareceram. Em 2008, uma das paredes começou a cair, exigindo novas obras de emergência.
Agora, cientistas e ambientalistas alertam que se um novo sarcófago não for construído, o risco de vazamento será grande. O projeto prevê uma proteção de 105 metros de altura, com três vezes o peso do aço usado na Torre Eiffel - 29 mil toneladas. Para os responsáveis, a estrutura selaria Chernobyl por cem anos.
Com as promessas de ontem, o governo ucraniano espera pagar as empresas francesas que fazem a obra. A meta seria terminar o sarcófago até 2015.
Ajuda
US$ 1 bilhão é o valor que a Ucrânia esperava angariar em uma conferência em Kiev para selar usina nuclear. No entanto, o país conseguiu apenas a promessa de US$ 790 milhões dos governos dos EUA, França, Rússia e Alemanha, além da UE (OESP)

Nenhum comentário: