Sobre uma estratégia anti-nuclear na América Latina
É lamentável combater os mesmos combates cada ano ou cada 4 anos de novo. Já depois de Chernobyl foi claro o desejo da maioria dos europeus: Nós não queremos Energia Nuclear! Ponto.
Mas, por exemplo, na Alemanha, o final da luta não foi para fechar as usinas na hora. E o resultado é que temos ainda usinas nucleares na Alemanha e a luta continua e os ambientalistas precisam combater os mesmos combates dos anos 1980 novamente! Na Áustria a luta contra Energia Nuclear foi diferente, foi bem definida e “radical”! Eles disseram que NÃO queriam Energia Nuclear, não queriam que o governo colocasse em funcionamento a primeira usina nuclear da Áustria. Todo mundo ficou firme e a Áustria é hoje um dos países do mundo claramente contra Energia Nuclear (e também contra Transgênicos) e também o único país do mundo com uma usina nuclear completa, mas sem combustível nuclear e com exposições e eventos culturais todo ano! A usina virou um centro cultural espetacular!
O que eu quero falar é isso: Lutas para moratória por algum tempo, coisas como “Pare Angra 3!” mas não falar no mesmo momento “Pare Angra 1, 2 e pare a programa de submarino nuclear”, na realidade não vale. Porque nós não podemos deixar portas abertas para novas discussões. É importante ter uma posição FIRME e CLARA! Nós não queremos nenhuma indústria nuclear! Porque é perigoso, poluente e não necessária! Já esquecemos que já lutamos (eu também) nos anos 1980 e 1990 contra Angra 1, 2 e Angra 3. Agora tudo de novo?
O erro dos anos 1980-1990 foi não continuar lutando para fechar Angra 1 e Angra 2 definitivamente. Só por causa deste erro temos também agora desde 2000 uma mina de Uranio em Caetite/Lagoa Real e uma nova mina de Urânio-Fosfato em construção no Ceará! Não vale só lutar um pouco e não até o fim.
Também o movimento Anti-Nuclear não pode ser usado contra o movimento Anti-Barragens como Belo Monte. Angra 3 e Belo Monte são projetos destrutivos e são dois lados da mesma moeda.
É importante juntar forças e lutar junto!
A luta contra o complexo nuclear e o complexo de hidroelétricas representam uma indústria imensa com lucros de dezenas de bilhões de dólares! É uma grande batalha!
“Temos que tomar as praças, ruas e avenidas deste país”, fala Haroldo Mota, presidente da ONG Baobá de Natal. Mas o Movimento Anti-Nuclear precisa também tomar as escolas e cinemas! (EcoDebate)
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