Ameaça radioativa: Estamos preparados para o caso de uma tragédia nuclear?
A crise nuclear japonesa é alarmante para o mundo todo. Para falar sobre a ameaça nuclear e os riscos de contaminação de outras regiões, Ana Maria Braga convidou Moacyr Duarte para participar do Mais Você desta terça-feira, 15 de março. Moacyr coordena o grupo de análise de risco da coordenação de programas de pós-graduação de engenharia (COPPE) da Universidade Federal do Rio de Janeiro. No Brasil, a atenção se voltou para as usinas de Angra 1 e 2, localizadas na cidade de Angra dos Reis, no litoral sul do Rio de Janeiro. Será que estaríamos preparados para o caso de uma tragédia nuclear?
Quem mora ou trabalha nas proximidades das usinas tem que estar preparado para qualquer eventualidade, já que radiações nucleares provocam modificações no DNA, reproduções anormais, cancerígenas, e produz mutações celulares. Por isso, a cada dois anos, moradores e funcionários de Angra passam por treinamentos. Em caso de algum acidente que leve risco à população, a empresa que opera Angra 1 e 2 aciona a sirene e os moradores são retirados da área. No entanto, "como não tem emergência, as pessoas não prestam atenção nos planos de emergência", disse José Manoel Dias, coordenador de comunicação e segurança da Eletronuclear. O aposentado José Laércio da Silva disse que nunca recebeu orientação alguma e não sabe o que fazer em caso de perigo.
O primeiro aviso é dado a quem mora em um raio de até 3 quilômetros em torno das usinas. Dependendo da gravidade do acidente, pode passar para 5 quilômetros e chegar até 15 quilômetros. A evacuação do local é realmente um dos pontos que mais preocupa os moradores. Para Moacyr, é importante formar uma conduta preventiva independente da situação de emergência que hoje vive a sociedade japonesa. “O temor que devemos ter de risco é em relação a vazamento nuclear”.
O especialista explicou que a estrutura de distância de segurança de Angra é referente ao tamanho da estrutura física da usina. Não há como dar conta da nossa demanda energética sem grandes empreendimentos energéticos. “Seria um prejuízo muito maior ter que afogar florestas ou explorar o carvão”, disse. “No Japão, tal evento foi causado por um terremoto de escala 8 com tsunami. O Brasil graças a Deus não está sujeito a um evento como este. Toda a nossa estrutura de segurança e aeroportos é toda a beira mar”, disse. (maisvoce)
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