Cobrir com concreto os reatores da usina nuclear de Fukushima é mais difícil que em Chernobyl
Usina nuclear Fukushima Daiichi, destruída após o terremoto, em foto tirada por helicóptero não-tripulado em 10 de abril. Cobrir com concreto os reatores da usina representaria um desafio muito maior do que em Chernobyl, segundo o executivo de uma empresa.
Cobrir com concreto os reatores da usina nuclear japonesa de Fukushima representaria um desafio muito maior do que em Chernobyl, segundo o executivo de uma empresa cujas bombas estão ajudando os esforços de resfriamento no local.
“Em Chernobyl, onde um único reator foi coberto, 11 caminhões foram usados durante meses. Em Fukushima estamos falando de quatro reatores”, disse Gerald Karch, executivo-chefe de assuntos técnicos da fabricante de equipamento Putzmeister, em entrevista à Reuters.
Ele afirmou que, embora nenhuma decisão tenha sido tomada no Japão, cobrir os reatores com caixas enormes de concreto seria a solução mais sensata assim que a usina danificada for resfriada.
“Em minha opinião, uma vez que um sistema de resfriamento de circuito fechado tenha sido desenvolvido e instalado com sucesso, não haverá opção além de encaixotar os reatores em concreto”, disse ele.
Karch acrescentou, entretanto, que a logística de tal operação — levar todos os caminhões necessários ao local, por exemplo — representaria um grande desafio para a operadora da usina, a Tokyo Electric Power Co (TEPCO).
Em 12/04, autoridades japoneses igualaram a gravidade da calamidade nuclear de Fukushima com o desastre de Chernobyl em 1986, depois que novos dados mostraram que vazou mais radiação da usina nos primeiros dias da crise do que se imaginou a princípio.
“Sim, há certas semelhanças entre os dois eventos, mas ao mesmo tempo acho que não podemos fazer comparações”, disse Karch.
“Ainda existe uma grande chance de estabilizar a situação (em Fukushima).”
O desastre nuclear de Chernobyl resultou de uma única explosão, afirmou. Em contraste com o Japão, isso significa que os reatores não tiveram que ser resfriados e puderam ser envoltos em concreto logo após a explosão.
A Putzmeister, que fabrica gigantescos guindastes montados em caminhões com gruas de até 70 metros de comprimento, enviou 11 veículos depois que a explosão seguida de incêndio no reator nuclear da atual Ucrânia disseminou enormes quantidades de radioatividade na atmosfera em 1986.
Passados quase exatos 25 anos, a Putzmeister, que significa “Mestre do Reboco”, auxilia os esforços no Japão fornecendo equipamentos para bombear milhões de litros de água sobre os reatores aquecidos, danificados pelo terremoto de magnitude 9,0 e o tsunami que atingiram a região em 11 de março. (EcoDebate)
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