História registra 12 derretimentos de núcleo desde 1957
Os derretimentos nucleares parciais no Japão elevam o total de acidentes semelhantes já ocorridos no mundo para uma dúzia desde o primeiro deles, em 1957. E os reatores de todo o planeta estão apresentando acidentes com danos ao núcleo numa frequência oito vezes superior à meta americana, disse o físico Thomas B. Cochran, do Conselho de Defesa dos Recursos Naturais dos EUA.
Ele analisou 12 casos de derretimento parcial - 4 nos EUA, 2 na França, 1 na Escócia, 1 na Alemanha Oriental, 1 na Ucrânia e os 3 atualmente em curso no Japão.
Ele excluiu da lista um acidente, o do reator SL-1, modelo experimental do Exército americano que foi testado 50 anos atrás como fonte remota de energia para um sistema de radares no Ártico para monitorar um possível ataque nuclear soviético.
O primeiro dos derretimentos relacionados na lista ocorreu num reator do laboratório federal de Santa Susana, perto de Los Angeles, em 1957. Levando-se em consideração que em toda a história da energia nuclear foram operados 582 reatores durante um período total de 14.400 anos (contando individualmente cada ano de operação de cada reator), acidentes envolvendo danos ao núcleo ocorreram uma vez a cada 1.309 anos de operação. Com 439 reatores operantes hoje, essa proporção equivaleria a um acidente com danos ao núcleo a cada 3 anos do calendário normal. Mas deve ser levado em consideração que alguns acidentes ocorreram em tipos de reatores que não são mais operados comercialmente.
A Comissão Reguladora Nuclear estabeleceu como meta máxima um único acidente envolvendo danos ao núcleo por período de 10 mil anos coletivos de operação. Cochran deve apresentar esta semana o resultado de seus cálculos à Comissão de Obras Públicas e Meio Ambiente do Senado dos EUA. O Conselho de Defesa dos Recursos Naturais é um grupo ambiental que pediu uma moratória na construção de novos reatores nos EUA e luta contra a prorrogação da licença de operação de algumas usinas antigas. (OESP)
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