Após ampliar aporte
para a energia eólica, BNDES foca a solar
O Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) já liberou R$ 1,1 bilhão em
financiamentos para projetos de energia eólica neste ano e prevê crescimento de
30% frente os R$ 2,2 bilhões de 2011.
Na esteira do sucesso
da energia eólica, cuja capacidade instalada saltou três vezes de 2009 até
agora, o chefe do Departamento de Fontes Alternativas de Energia do BNDES,
Antonio Tovar, espera analisar ainda este ano o primeiro projeto de energia
solar no banco de fomento.
Segundo Tovar, o mais
provável é que o projeto seja de uma fábrica de placas solares, com a demanda
impulsionada pelo modelo de geração distribuída. O grupo Tecnometal, que também
atua em eólica e tem fábrica de painéis em Campinas (SP), já foi credenciado no
Finame, linha de crédito automática do BNDES para máquinas e equipamentos.
Na geração
distribuída, consumidores de energia, como supermercados, shopping centers e
residências, instalam painéis solares em suas coberturas e, além de gerar
eletricidade para consumo próprio, fornecem para o sistema de distribuição,
abatendo do que pagam pela energia.
Em abril, a Agência
Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou o Sistema de Compensação de
Energia, com regras para a geração distribuída. Com isso, segundo Tovar, o
desenvolvimento da energia solar torna-se viável. A tendência é algumas
empresas – inclusive distribuidoras – especializarem-se na instalação de
unidades geradoras para consumidores interessados.
“A solar hoje é a
eólica há cinco anos”, disse Tovar. Até 2009, o parque eólico brasileiro
desenvolveu-se com subsídios do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de
Energia Elétrica (Proinfa). Naquele ano, o BNDES liberou só R$ 230 milhões em
financiamentos. Desde então, a energia eólica tornou-se competitiva, com
leilões regulares, atraindo uma cadeia de fornecedores. A capacidade instalada
saltou de cerca de 500 megawatts (MW), em 2009, para em torno de 1.600 MW hoje.
Se a previsão se concretizar, o BNDES liberará R$ 2,86 para o setor.
A energia contratada
garantirá capacidade instalada de 8.100 MW até 2016, caso todos os projetos
sejam finalizados. No fim do ano, a capacidade deverá chegar a 3.000 MW, mas
pode haver atrasos por falta de sistemas de transmissão. Segundo a Associação
Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), 600 dos 1.805 MW contratados no
leilão de 2009 e previstos para este ano estão ameaçados pelo problema.
Com o crescimento da
energia eólica, o País tem hoje oito empresas com fábricas de aerogeradores e
componentes, em diferentes estágios, com capacidade de produzir equipamentos
para instalar 4.100 MW ao ano.
O BNDES apoia a
instalação de fábricas mas, segundo Tovar, a maior parte dos financiamentos vai
para os geradores. O banco também investe via BNDESPar, diretamente ou por meio
de fundos de investimentos. A BNDESPar detém fatias da Renova Energia e da
Tecsis, fabricante de pás. (EcoDebate)
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