segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Matriz energética: evolução das renováveis

No âmbito da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável – Rio+20, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) disponibilizou a cartilha “Brasil: Renováveis para o Desenvolvimento”, que apresenta as vantagens competitivas do país no setor energético a partir do alto percentual de fontes renováveis na sua matriz.
Segundo o documento, o Brasil é a sexta economia do mundo e apenas o 18º no ranking das nações quanto às emissões de gases de efeito estufa devidas à produção e ao uso da energia. Em 2009, as emissões alcançaram 338 milhões de toneladas de CO2, menos de 1,2% do total mundial de 30 bilhões. A matriz energética brasileira é exemplo mundial de desenvolvimento com baixo carbono.
A intensidade de carbono na economia relacionada ao setor energético é uma medida de sua qualidade ambiental. Em 2005, este indicador foi de 0,16 kgCO2/US$ (2011), metade da média mundial de 0,33. As emissões per capita, uma medida de equidade da contribuição dos povos para as mudanças climáticas, foram inferiores a duas toneladas de CO2/hab, enquanto a média mundial supera quatro toneladas.
O Brasil, desde os anos 1970, cresceu em média, 4% ao ano e o consumo de energia, 3,3%. Nesse período, a proporção de renováveis na matriz energética manteve-se sempre acima de 40%. Em 2011, 44% da energia ofertada (272,3 milhões de toneladas equivalentes de petróleo) aos mais de 193 milhões de habitantes do país foram provenientes de origem renovável, sendo a energia hidráulica e a biomassa as principais fontes.
Estima-se que, nos próximos 10 anos, as iniciativas em eficiência energética contribuam para evitar emissões de 174 milhões de toneladas de CO2 no país. Com a meta de reduzir 10% do consumo de eletricidade projetado para 2030, o país evitará emissões de 454 milhões de toneladas de CO2 até esse ano.
O incentivo à expansão do etanol na matriz energética brasileira teve início nos anos 1970, após a primeira crise do petróleo. Visava, então, à redução da dependência do Brasil às importações de energia e da exposição do país às variações do preço internacional do petróleo.
Desde então, o etanol, em substituição à gasolina, vem aumentando sua participação na matriz de transportes, permitindo também redução da intensidade de emissões de gases de efeito estufa. Até 2010, o consumo de etanol representou a substituição de aproximadamente 250 bilhões de litros de gasolina, evitando-se emissões de 550 milhões de toneladas de CO2.
Atualmente, a participação de combustíveis renováveis na matriz de transportes é de cerca de 20%. Além do etanol, há também a contribuição do biodiesel. O Brasil trabalha para manter sua política de incentivo ao uso de biocombustíveis em sua matriz de transportes. As perspectivas são de que essa participação aumente para cerca de 30% até 2020. Na frota de veículos leves, a participação do etanol pode ultrapassar 50% em 2020.
Cerca de 87% da energia elétrica gerada no Brasil provem de fontes renováveis. A maior participação é da hidreletricidade, que responde por 81% da geração.
O Brasil é um dos países que menos emite gases de efeito estufa na produção de energia elétrica. Em 2009, enquanto a média mundial de emissões foi de 500 gCO2/kWh, no Brasil esse indicador foi de apenas 64 gCO2/kWh. Em 2011, as emissões brasileiras na produção de energia elétrica não ultrapassaram 30 milhões de toneladas de CO2.
Nos próximos anos, a energia hidráulica permanecerá sendo elemento-chave da estratégia de expansão da oferta de energia elétrica. Estão em construção grandes usinas, com destaque para Santo Antonio (3.150 MW) e Jirau (3.300 MW), ambas no rio Madeira, e Belo Monte (11.233 MW), no rio Xingu, todos na bacia Amazônica.
Centrais eólicas e a biomassa da cana também contribuem para a “renovabilidade” da matriz de energia elétrica brasileira. Essas fontes vêm crescendo muito de importância como reflexo de políticas públicas voltadas para sua inserção na matriz, segundo a EPe. Nos últimos três anos foram viabilizados 6.800 MW de eólicas nos leilões para expansão da oferta no Sistema Interligado Nacional, significando ampliar, até 2015, em 7,5 vezes a capacidade instalada em 2010.
Estima-se que, nos próximos 10 anos, as emissões evitadas na geração de energia elétrica no Brasil a partir de fontes renováveis acumulem 500 milhões de toneladas de CO2, valor superior ao total emitido no país em 2011 na produção e uso de todo o tipo de energia (396 milhões de toneladas de CO2eq). (ambienteenergia)

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