sábado, 4 de agosto de 2012

Voar sem poluir. Ou quase

Fim de semana, nada de economia, espaço para a ciência.
Sabiam que já existe um avião alimentado por células solares que pode viajar de noite também?
Pois existe.
Verdade, as prestações são misérrimas, mas é um começo, como informa Scienzeedintorni:
Um avião que acumula energia solar para voar durante a noite.
O Solar Impulse HB-SIA é um avião, parecido com um planador, que voou durante 26 horas e 9 minutos consecutivamente.
Mas por que preocupar-se com um evento como este?
Porque o Solar Impulse HB-SIA, construído em fibra de carbono (pesa 1,600 kg., com uma envergadura de 60 metros, a mesma dum Airbus A340), é impulsionado por quatro motores eléctricos alimentados por células solares (em comparação, o clássico Piper Cherokee, o típico avião de turismo dos anos '60, pesa 500 kg e tem 9 m. de envergadura).
Durante o voo atingiu uma velocidade máxima de 68 nós (125 km/h), enquanto a média foi de 23 nós (42 km/h) e a altura máxima atingida foi 9.564metri.
Definitivamente, esses valores não são interessantes para a aviação civil, mas a notícia é que as mais de 10.000 células solares a bordo do avião conseguiram produzir ao longo do dia a energia necessária para o movimento da aeronave durante a noite.
A equipe, que opera na Suíça, é liderada por Bertrand Piccard, que tem no próprio arquivo também a primeira circumnavegarão do globo em balão.
Que este projeto seja considerado seriamente é confirmado pelos nomes dos patrocinadores principais: a multinacional da química Solvay, a marca de relógios Omega (propriedade de Swatch) e a Deutsche Bank, prontos a colocar no prato noventa milhões de Euros.
As células solares estão localizadas nas asas.
A próxima meta da equipa Solar Impulse é atravessar o Atlântico com um modelo estritamente derivado do avião atual.
Esperamos agora para o novo evento e por enquanto apreciamos um novo recorde em termos de transportes limpos; e assumimos um vez mais que a pesquisa científica e tecnológica é crucial para o futuro de um País. E uma vez mais observamos como as aplicações práticas e as recompensas da pesquisa podem ser de realização não imediata.
Última nota acerca dos nomes que aparecem enquanto patrocinadores, bastante assustadores: Swatch, Solvay e Deutsche Bank.
O banco alemão não hesita em fazer passar a fome a milhões de pessoas do Terceiro Mundo.
Mas quando falamos de ambiente põe logo mão à carteira.
Escrúpulo? Arrependimento?
Não: marketing.
Pena: com nomes como estes o avião fica muito menos "limpo"... (informacaoincorrecta)

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