Eco Fusca criado no AM é o primeiro carro elétrico construído no Brasil
O carro é movido por 45 baterias de lítio, mesmo modelo usado em
celulares.
O Eco Fusca economiza R$ 20 mil com gastos em 5 anos, afirmam criadores.
Criadores afirmam que o Eco Fusca é o primeiro carro
elétrico construído no Brasil.
Os carros elétricos são
considerados no mundo todo peças chaves na luta contra o aquecimento global.
Apostando no que já começa a se tornar uma tendência mundial, ambiental e
mercadologicamente falando, montadoras do mundo inteiro investiram na ideia e
as vendas dos carros que não poluem crescem gradativamente ao redor do planeta.
No Brasil, esta iniciativa ainda
não faz sucesso. Modelos híbridos trazidos pelas montadoras para o país custam
em média R$ 100 mil a mais que os populares, e é este preço alto que espanta
quem deseja adquirir um carro elétrico.
No Amazonas, um mecatrônico, um
técnico em eletrônica, e um T.I. levaram um ano e meio para transformar um
Fusca 86 em um modelo híbrido, fazendo assim, segundo eles, o primeiro carro
elétrico construído no país.
Eduardo Mazzoni tem apenas 23 anos,
e é formado em Tecnologia da Informação (T.I.). Junto com seu pai, o técnico em
eletrônica Alfredo Araújo e o mecatrônico Alex Lopes, projetou o modelo que
eles batizaram de 'Eco Fusca'.
Carro movido por energia de 45
baterias de lítio, mesmo modelo usado em celulares
Segundo Eduardo, o carro é movido
pela energia de 45 baterias de lítio, tem uma autonomia de 200 km e pode chegar
a 160 km por hora, tudo isso sem precisar de marcha. O veículo conta ainda com
um software, elaborado por Eduardo, que mostra todos os dados do carro, desde
desempenho até mesmo nível das baterias. "Neste software podemos analisar
o desempenho e acompanhar a carga das baterias. Quando ele estiver perto de
descarregar o programa avisa", disse ao G1.
De acordo com Alfredo Araújo, o
projeto está em constante evolução e algumas novidades já estão quase prontas para
serem testadas. "Está em andamento um projeto que consiste em fazer o teto
do carro todo de placas fotovoltaicas, que transformam a luz do sol em energia.
Além disso, temos uma ideia para fazer as rodas do carro gerarem energia.
Concluídas essas duas etapas, nem será mais necessária a recarga pela
tomada", revelou.
Software monitora desempenho do Eco
Fusca
Outro trabalho que ainda pode fazer
parte do Eco Fusca é um módulo de limitador de velocidade elaborado por Eduardo.
"Esse módulo dentro do software limita corrente da bateria para o motor.
Com isso posso limitar a velocidade máxima do veículo para o valor que eu
desejar. Isso seria muito útil para transportadoras ou até mesmo pais
preocupados com a segurança de seus filhos", explica.
Outra vantagem do Eco Fusca,
segundo Eduardo, são os gastos, em comparação com os modelos existentes hoje no
mercado. "De acordo com meus cálculos, com aproximadamente R$ 5 de energia
elétrica ele faz 160 km. Os carros comuns precisam de R$ 35 de gasolina para
fazer os mesmos 160 km, considerando 12 km/litro e o preço de R$ 2,69 o
litro", calculou.
Em cinco anos de uso, Eco Fusca
gera uma economia de R$ 20 mil em manutenção e combustível
Ele vai além, e prevê os gastos em longo
prazo. "Em 26 anos seriam R$ 15.000 de energia para carregar a o Eco
Fusca, já o carro comum com 12 km/litro, utilizaria R$ 115.440 de combustível
mais manutenção. Em apenas 5 anos já seria possível economizar R$ 20.000",
afirma Eduardo.
Além disso, Mazzoni revela que o
custo para adaptar o fusca foi abaixo do preço de mercado dos carros híbridos,
e que o projeto pode ser implementado em qualquer veículo de quatro rodas.
"A adaptação do Fusca custou algo em torno de R$ 50 mil, e eu creio que
para modelos mais atuais esse custo é de aproximadamente R$ 60 mil. Esse valor
é alto, se você compara com os carros comuns vendidos no mercado, mas se você
pensar bem, este é um carro que se paga sozinho, e este preço ainda é mais em
conta que o dos carros híbridos vendidos no Brasil", disse.
Recarga do Eco Fusca pode ser feita
em qualquer tomada 110V ou 220 V
As baterias de lítio, mesmo modelo
usado em telefones celulares tem 10 anos de vida útil dependendo do consumo,
segundo Eduardo. "A grande vantagem é que elas duram muito e podem ser
recarregadas em qualquer tomada comum de 110V ou 220V", explica.
Depois de divulgar
seu projeto na internet, Eduardo afirma que já precisou até trocar o número do
telefone, pela quantidade de ligações do Brasil inteiro que recebia.
"Recebo todo dia pelo menos 20 e-mails do país inteiro querendo conhecer o
projeto, ou pedindo orçamento para adaptar seu carro. O site que criamos (http://www.ecofusca.com.br/) para divulgar o Eco
Fusca chegou a receber 5 milhões de visitas em uma semana", contou.
Alfredo Araújo e Eduardo Mazzoni
(da esquerda para a direita) são dois dos criadores do Eco Fusca
Depois do Eco Fusca o próximo
objetivo do trio é botar em prática projetos de outros veículos. "Se
tivermos investimento, podemos começar a trabalhar no projeto da Eco Lancha,
que beneficiaria quem precisa se locomover pelos rios da Amazônia, e da Eco
Moto, que já criamos mas ainda não tivemos a oportunidade de botar em
prática", relatou o pai de Eduardo, Alfredo Araújo.
Vários aparelhos eletrônicos são
alimentados por energia solar na casa dos idealizadores
Ele afirma que o trabalho também
pode ser adaptável para veículos pesados e acredita que não vai demorar muito
para os carros elétricos serem maioria no mundo. "Acredito que em 30 anos
a maioria dos carros vão ser híbridos, e isso vai ser bom para o meio ambiente
e até mesmo para a saúde das pessoas", prevê. (g1)
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