Ele
é capaz de chegar a bons 160 km/h durante uma hora, e roda 200 km a 100 km/h
com uma só carga. A um custo de, no câmbio de hoje, aproximadamente R$
62.000,00 o mecânico manauara Alex Lopes Soares converteu um Fusca 1986 para
tração elétrica. A ideia foi de um amigo que gosta de Fusca e queria ter um
carro elétrico, Alex topou unir os dois e, voilá! E pensar que quando original
este Fuscão à gasolina mal passava dos 130 km/h!
O
autor da obra fez questão de só utilizar o que de melhor poderia conseguir, não
hesitando em encomendas as caras, mas leves eficientes, baterias de polímero de
lítio, que dão o fôlego legendário que o Fusca tem para subir rampas, mesmo com
seus quase oitenta anos de lançamento.
A
maior vantagem, no entanto, que tem feito o público que conhece do assunto
compará-lo em vantagem ao Leaf, é o tempo de recarga, apenas cinco horas em
qualquer tomada comum, que em Manaus é de 110V, sem qualquer dispositivo caro,
com as baterias totalmente descarregadas; algo quase impossível de se conseguir
sem haver o propósito de esgotá-las.
Por
causa do projeto antigo, e a manutenção da suspensão totalmente original, as
baterias tomam um significativo volume do já pequeno porta-malas, coisa que
quem se dispuser a contatar Alex e agendar um orçamento, pode resolver
adaptando a da Variant II, que leva a característica robustez e poupa muitos
litros de bagagem. Mas ainda cabe uma boa mala na frente.
Manchete
de destaque no jornal virtual amazonense A Crítica, muitas páginas de
comentários, a maioria elogiando e querendo saber mais, apesar dos catastrofistas
que dizem "desistam, tudo ficará daqui para pior" e dos críticos
ignorantes. Desculpem, mas quem se coloca a tratar do que não conhece e a
rebater argumentos de quem demonstra alguma solidez de conhecimento, é um
ignorante. Quem simplesmente não sabe é leigo, com este eu tenho toda a
paciência do mundo.
A
título de curiosidade, Porsche já previa a tração eléctrica no projeto original
do Fusca, além de muitas variações de carroceria. Em essência, Alex está dentro
da originalidade porscheana do carro, o que serve para acalmar os ânimos dos
fusqueiros mais xaatos.
Outra
prova de competência e maturidade do projeto é a agilidade de seu
desenvolvimento, que começou em Janeiro deste ano e, segundo o mecânico, tem
pouco a ser acertado. Bons técnicos sempre ficam satisfeitos em ver seu serviço
pronto, mas jamais se satisfazem com seu desempenho. Conta ainda com a ajuda de
Eduardo Mazzoni de Araújo, amigo e analista de sistemas que está providenciando
um computador de bordo para melhorar o controle do funcionamento do carro, que
já conta com ar condicionado. Faróis de leds serão inclusos, para reduzir o
consumo de energia, além de outras providências.
A
proposta é fazer a conversão em qualquer modelo. Se em um carro com Cx de 0,48
ele conseguiu aquelas marcas, que já permitem enfrentar a estrada, imaginem em
um Mille, por exemplo, com 0,35 de Cx e muito mais peso a perder na conversão.
Passaria fácil dos 250 km sem recarga. Uma recomendação é evitar largar de
primeira marcha, porque a arrancada pode tirar o controle de motoristas
inexperientes, mas também dos muito confiantes... Um bugue ou kit car saindo de
fábrica com esta tecnologia... Te cuida, Leaf!
No
website que ele abriu para divulgar o trabalho, há telefone e e-mail para contato,
além de seu perfil no facebook, onde o sucesso não tem sido menor. Só quem não
vai gostar disso é a VW, que gastou uma fortuna para um Golf rodar 150 km com
muita perda de espaço interno e desempenho, enquanto dois brasileiros atrevidos
fazem muito melhor por uma ninharia, sem qualquer suporte externo ou incentivo
estatal.
Tanto
para o projeto do Alex quanto o do Gurgel, recomendo a conversão especialmente
aos motoristas do transporte escolar, que podem se unir em uma cooperativa e
ter um baita desconto pelo volume de serviço. (abateria)
Nenhum comentário:
Postar um comentário