quinta-feira, 24 de março de 2011

Radiação é detectada em amostras de leite

Níveis excessivos de material radioativo são encontrados também em espinafre; alimentos são produzidos perto de Fukushima.
Níveis excessivos de radiação foram detectados ontem em amostras de leite e espinafre produzidos em duas cidades próximas das usinas atômicas que entraram em colapso na região de Fukushima depois do terremoto seguido de tsunami que atingiu o Japão há nove dias.
Cuidado
Voluntários servem sopa em abrigo para vítimas de terremoto e tsunami na cidade de Rikuzentakata: leves traços de radiação também foram encontrados na água em Tóquio
Leves traços de radiação também foram encontrados na água em Tóquio e regiões vizinhas, na primeira vez em que isso ocorreu desde que a medição começou a ser feita, em 1990.
O resultado dos testes levou o governo japonês a suspender a venda de alimentos produzidos nas proximidades das duas usinas, informou a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
A ameaça de contaminação alimentar é o mais novo capítulo da crise na qual o país mergulhou desde o duplo desastre, agravado pela ameaça de uma catástrofe nuclear.
O governo ressaltou que os patamares detectados não apresentam risco à saúde humana, mas alguns países já começaram a fazer exames nos produtos alimentícios importados do Japão e restaurantes em Hong Kong asseguram a seus clientes de que o sushi que servem não é feito de peixes vindos do país atingido pelo tsunami.
Maior catástrofe a atingir o Japão desde a 2.ª Guerra, o terremoto seguido de tsunami deixou 450 mil desabrigados e 19 mil pessoas mortas e desaparecidas - número que deverá subir na medida em que os corpos forem retirados dos escombros ou devolvidos pelo mar.
O desastre natural também deu início a uma crise nuclear cujo desfecho ainda é desconhecido. "Nós estamos tentando colocar as coisas sob controle, mas ainda estamos em uma situação imprevisível", reconheceu ontem o secretário-chefe do gabinete, Yukio Edano.
Amostras. O espinafre que apresentou traços de radiação foi colhido na cidade de Ibaraki, a mais de 30 quilômetros da usina de Fukushima, portanto fora da zona considerada de risco pelas autoridades de Tóquio.
Níveis elevados de radiação também foram detectados ontem na cidade de Namie, localizada 30 quilômetros ao norte das usinas atômicas.
O governo japonês determinou a retirada de milhares de pessoas que vivem em um raio de 20 quilômetros das duas usinas e recomendou às que moram na faixa de 20 quilômetros a 30 quilômetros que permaneçam dentro de casa, com portas e janelas vedadas e ar condicionado desligado.
O colapso dos reatores da usina de Fukushima também comprometeu o fornecimento de energia no Japão e levou à adoção de medidas de racionamento em todo o país após o terremoto da semana passada.
Em Tóquio, restaurantes e bares estão fechando mais cedo e luzes de outdoors e fachadas de prédios estão sendo mantidas desligadas.
A energia nuclear responde por 36% da matriz energética do Japão e 20% desse porcentual foi afetado pelo desastre do dia 11. (OESP)

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