Equipamento não garante segurança total a operários
'Em Angra, maior perigo são as encostas íngremes'
Que riscos correm os operários que tentam conter o vazamento?
Apesar de terem controle, equipamento e roupas adequados, o nível de exposição é muito grande. Em Chernobyl, muitos bombeiros morreram. A Ucrânia demorou muito a fazer o isolamento. O Japão logo isolou 10 quilômetros ao redor da usina.
Quais as consequências do vazamento em Fukushima?
Pode trazer problemas gravíssimos. Quem estiver muito próximo do vazamento pode morrer em uma ou duas semanas. Além disso, o material radioativo, gás ou poeira, pode ser inalado a quilômetros de distância. Suas partículas têm consequências terríveis no metabolismo. Outro modo de contaminação é por meio de alimentos, da terra e da água. Por isso, a área afetada deve ser isolada. No caso de Chernobyl (usina em que ocorreu o maior desastre nuclear da história, em 1986), o norte da Europa vetou a compra de alimentos da região. Na época, o Brasil importou leite e carne contaminados.
Até onde pode chegar a contaminação levada pelo vento?
Em Chernobyl, a radiação chegou a mil quilômetros de distância. É improvável que o mesmo ocorra desta vez. A extensão dos danos será definida pela direção do vento e pela quantidade de material radioativo.
É possível mensurar o desastre nuclear japonês?
O vazamento é grave, pessoas foram contaminadas. Mas é bom salientar que o reator de Fukushima não pode explodir, como uma bomba. As explosões que vimos são de vapor, por causa do calor. Não são nucleares. O perigo é o vazamento de material do reator.
Qual o risco de algo semelhante ocorrer no Brasil?
Em termos geográficos, Angra 1 e 2 estão próximas a uma falha geológica, mas ela não é ativa. Na região de Angra, o maior perigo são as encostas íngremes. Um laboratório com material radioativo já foi arrastado em um deslizamento. Foi o pior episódio. Também pode haver um acidente técnico, como em Chernobyl, onde não houve uma catástrofe ambiental. Em relação a isso, a nossa capacidade técnica é boa. Mas os japoneses também são ótimos. (OESP)
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