Japão vive pesadelo de possível catástrofe nuclear
A usina nuclear de Fukushima Daiichi tornou-se o maior perigo imediato enfrentado pelo governo japonês após o terremoto e tsunami. No edifício do reator nuclear número 1, num total de quatro, foram registradas explosões em 12/03, porém as autoridades japonesas confirmaram que o reator permaneceu intacto. Em 14/03, novas imagens revelaram que um incêndio destruiu parte do edifício do reator número 4. Em 15/03, uma nova explosão. Mas o que exatamente deve ser feito para evitar a fusão dos núcleos que contêm o material radioativo? Luciano Maiani, em entrevista à Rádio Vaticano direto do Centro Nacional de Pesquisas da Itália, explica.
Estamos observando a necessidade de resfriar as barras de urânio que geram muito calor devido à presença de substâncias radioativas dentro das cápsulas e por isso precisam ser constantemente resfriadas. Naturalmente, somente quando essa história chegar ao final é que poderemos tirar as conclusões sobre esse incidente que, por enquanto, é bem diferente de Chernobyl, onde o núcleo fundiu-se extensivamente e o material radioativo foi exposto ao ar.
O premiê Naoto Kan, em pronunciamento à nação, recomendou que aqueles que vivem entre 20 e 30 quilômetros da usina Fukushima Daiichi não saiam de casa. Segundo o governo, recentes medições relevaram que os níveis de radiação aumentaram, inclusive mais ao Sul, chegando à Tóquio. Da capital japonesa, o jornalista italiano Stefano Vecchia relatou a Rádio Vaticano como a população está enfrentando este momento dramático.
"Evidentemente com preocupação. Principalmente com a necessidade de se ter que esperar. Os japoneses estão grudados em frente aos televisores, onde isso é possível e ao mesmo tempo procuram economizar energia elétrica como pediu o governo. Na noite passada foi a primeira vez que a cidade, habitualmente bem iluminada, ficou na penumbra".
A Caritas Itália colocou 100 mil euros à disposição da Caritas Japão, e da arquidiocese de Seul. O núncio apostólico no Japão, Dom Alberto Bottari de Castello conversou com a Rádio Vaticana, também a partir de Tóquio.
"Estamos muito preocupados. Primeiro, porque estamos vendo as imagens dos nossos irmãos que estão mais ao Norte. Conseguimos conversar com o Bispo de Sendai que ainda está isolado. As comunicações aqui na capital ainda são ocasionais. Com isso, todos nós estamos participando um pouco dessa grave situação". (paroquiasaopedro)
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