Radiação nuclear afeta a saúde e o meio ambiente
O vazamento de grande quantidade de material radioativo tem graves efeitos na saúde pública e impactos no meio ambiente, alerta o radiobiólogo espanhol Eduard Rodríguez-Farré.
No núcleo de um reator nuclear a partir da fissão do urânio, existem mais de 60 elementos radioativos, tanto com vida curta como vida longa, que se acumulam no organismo, por serem parecidos com nossos elementos biológicos.
Entre eles, o iodo, o estrôncio 90 e o césio são alguns dos poluentes mais prejudiciais para a saúde humana, que aumentam o diagnóstico de todo tipo de câncer e diminuem a imunidade do organismo.
A afecção do iodo é imediata, provoca mutações nos genes e aumenta o risco de câncer, especialmente de tireoide.
O césio se deposita nos músculos, enquanto o estrôncio se acumula nos ossos, durante um período mínimo de 30 anos. As duas substâncias multiplicam a possibilidade de incidência de câncer de ossos, de músculos e tumores cerebrais, entre outras patologias.
As radiações afetam também o sistema reprodutivo, com mais riscos às mulheres que nos homens. Os espermatozoides se regeneram totalmente a cada 90 dias, no entanto, os óvulos permanecem nos ovários e se um óvulo é alterado pela radiação e fecundado posteriormente, se produzirão más-formações no feto, inclusive anos depois.
Como a principal via de contágio é a inalação, é recomendado ingerir pastilhas de iodo. A tireoide elimina o iodo restante e desta forma, quando acaba o iodo normal pode começar a eliminar o iodo radioativo inalado.
Se o contato é através da pele, é possível evitar problemas de saúde lavando todo o corpo com detergente tanto o corpo, quanto cabelos e unhas.
A unidade de medida da intensidade da radiação é o gray (Gy) que quantifica a dose absorvida pelo tecido vivo. Um gray equivale à absorção de um joule de energia ionizante por um quilograma de material propagado. Esta unidade se estabeleceu no ano 1975.
A partir da acumulação de um gray de radiação no corpo humano, se produz mal-estar geral, dores de cabeça, náuseas, vômitos, febre e diarreia.
Entre dose de 3 e 5 grays, o equivalente ao que se costuma utilizar em tratamentos de radioterapia, acarreta hemorragias, anemia e infecções pela diminuição de glóbulos brancos.
Ao superar a marca dos 6 grays, a pessoa contaminada morre em poucos dias ou até em poucas horas, já que os efeitos da radiação são acumulativas.
Com dose de mais de 15 grays se produz inevitavelmente a morte.
As doenças mais frequentes produzidos pelo excesso de radiação são o câncer, as alterações gastrintestinais, problemas na medula óssea, assim como do aparelho reprodutor (como infertilidade e más-formações) e o enfraquecimento do sistema imunológico.
O meio ambiente também sofre com as consequências potenciais das radiações desencadeadas pela fusão do núcleo, que pode afetar uma área de dezenas de quilômetros ao redor.
A contaminação nuclear se deposita no solo e no mar e se incorpora à cadeia alimentícia dos seres vivos mediante um processo de bioacumulação que atinge plantas, animais e seres humanos.
Em geral, os efeitos da radioatividade são acumulativos e uma exposição, embora seja pequena e contínua, é considerada perigosa. (EcoDebate)
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