Resgatistas correm alto risco em Fukushima
Equipe está exposta a 400 milisieverts de radiação por hora; alguém sujeito a esse índice por 10 horas tem 50% de chance de morrer em 1 mês
Em situações de emergência, trabalhadores de usinas nucleares podem se expor ao dobro da radiação permitida em condições normais para um ano inteiro. Quando não há contratempos e a usina funciona bem, os limites não podem ultrapassar 50 milisieverts (mSv, unidade usada para medir exposição a radiação) anuais.
No mesmo período, uma pessoa que não trabalha com energia atômica tem contato com 1 mSv de radiação ambiente, em média. Já os trabalhadores que lutam para minimizar tragédias nucleares podem se expor a 100 mSv de radiação em uma única operação de resgate ou manutenção. O limite considera uma margem de segurança: os efeitos clínicos da radiação só começam a ser sentidos a partir de 250 mSv.
Na segunda-feira, com a explosão da segunda unidade do reator da usina de Fukushima, as doses de radiação chegaram ao pico de 400 mSv por hora e depois caíram. Uma pessoa exposta durante dez horas a essa radiação teria 50% de chance de morrer em menos de um mês. Na prática, os trabalhadores de emergência de Fukushima poderiam ficar apenas 15 minutos durante o pico de radiação.
Como fica claro, além da dose de radiação que a pessoa recebe, importa também o tempo de exposição. O gerente de radioproteção do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), Demerval Rodrigues, explica que um funcionário pode se expor a radiações mais elevadas para salvar a vida dos seus companheiros ou evitar um desastre maior, por exemplo. "Mas ele deve ser informado do risco a que vai se submeter e assumir a operação livremente", afirma Demerval. (OESP)
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