Engenheiros conseguem estabilizar um dos reatores de Fukushima afetados por terremoto e tsunami; geradores são religados.
Um dos reatores afetados na usina nuclear de Fukushima por causa do terremoto seguido por um tsunami no Japão parece ter se estabilizado ontem em meio aos amplos esforços para restaurar a energia elétrica, resfriar as centrais e impedir um catastrófico vazamento de radiação. O Japão confirmou ontem a presença de contaminação de iodo radioativo em alimentos provenientes da área da usina nuclear.
Engenheiros informaram sobre um raro sucesso após caminhões de bombeiros lançarem água durante várias horas sobre o reator número 3, considerado o mais ameaçador na usina de Fukushima, pois ele funciona com base no plutônio, que é altamente tóxico.
"A situação está parcialmente estabilizada", disse o secretário de gabinete Yukio Edano em uma entrevista coletiva ontem.
Apesar dos sinais de progresso, a crise parecia longe de estar resolvida. A 1,5 km da usina um cabo de energia foi conectado à central nuclear em uma desesperada tentativa de fazer as bombas de água funcionarem para resfriar as barras de combustível dentro dos reatores e impedir o derretimento e o consequente vazamento de radiação.
Segundo a agência de segurança nuclear do Japão, esperava-se que a energia elétrica fosse restaurada ainda ontem na usina de Fukushima, o que representará um grande avanço para conter o pior acidente nuclear em 25 anos.
Restaurar o sistema de refrigeração da usina pode ajudar a reduzir a ansiedade em Tóquio, cerca de 240 km ao sul de Fukushima, onde milhares de moradores, trabalhadores e turistas tentam embarcar para outro país ou permanecem trancados, apesar de os níveis de radiação na cidade estarem dentro da normalidade e os ventos em Fukushima estarem soprando em direção ao mar.
Engenheiros já tinham conectado o cabo do reator número 2, mas ainda não tinham ligado o sistema de refrigeração. Eles também planejam testar hoje a energia nos reatores de números 1, 2, 3 e 4, disse Hidehiko Nishiyama, vice-diretor-geral da Agência de Segurança Industrial e Nuclear do Japão.
"Este é um passo absolutamente necessário", disse Nishiyama. "Para voltar à situação normal, precisamos de energia elétrica para reduzir a temperatura com métodos normais", acrescentou.
Segundo Eric Moore, um especialista americano da Empresa de Consultoria FocalPoint, fazer o sistema de refrigeração voltar a funcionar é o principal passo para estabilizar os reatores.
Cerca de 300 engenheiros que vêm trabalhando em turno em Fukushima também conseguiram fazer com que um segundo gerador a diesel do reator número 6 voltasse a funcionar, informou a agência de segurança nuclear japonesa. Eles usaram a energia do gerador a diesel para ligar as bombas de água e começar a resfriar o reator número 5. (OESP)
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